Ladrões da Petrobrás derrubam imagem de Dilma Rousseff
Pedro do Coutto
A imunda atuação do múltiplo bando de ladrões que invadiu a Petrobras, atingindo várias diretorias que tinham poder de decisão em firmar contratos bilionários, causou uma queda de nada menos que 19 pontos na aprovação da presidente Dilma Rousseff no espaço dos últimos 45 dias. Dilma Rousseff recuou de 42% positivos para 23 pontos, enquanto sua taxa de rejeição subiu no mesmo período de 24 para 44%.
Esses dados estão revelados na pesquisa do Datafolha publicada na edição de ontem da Folha de São Paulo através de excelente matéria de Marcelo Leite. A reportagem tornou-se a manchete principal da edição da FSP estendendo-se a uma outra de Érica Fraga: oitenta por cento dos entrevistados acham que a inflação vai subir e 62% que o desemprego vai aumentar. Claro que não é esta a única causa do recuo da popularidade da presidente, porém o que a acentua é o fato, também revelado pelo Datafolha, de que a parcela de 77% sustenta a tese de que a presidente da República tinha conhecimento dos desvios de dinheiro em larga escala na Petrobrás.
A queda da imagem pública de Dilma é impressionante, pois assinala um desgaste somente antes atingido por Fernando Henrique Cardoso no final de seu segundo mandato no ano 2000, acrescenta a matéria. Outros fatores são também preponderantes para explicar e traduzir o declínio ocorrido agora. A medida provisória que reduz direitos sociais, entre os quais o corte de 50% nas pensões por morte, deve ser destacada. Da mesma maneira, os aumentos nos preços das tarifas elétricas, gasolina, óleo diesel envolvem o governo federal.
CHOQUE DE DECLARAÇÕES
São iniciativas da presidente da República que se chocam com as declarações feitas pela candidata ao longo da campanha pela vitória nas urnas de 2014. Tem-se a impressão que o eleitorado brasileiro foi dormir embalado por afirmações da presidente e acordou com a projeção de uma realidade bem diversa da promessa anterior. É inegável esta constatação, porém o que a opinião pública esperava, no caso Petrobras, era uma condenação mais direta e contundente aos ladrões do que as frases que a presidente vem repetindo.
A presença de João Vaccari na festa de Belo Horizonte que marcou a passagem dos 35 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, e sobretudo a forma com que foi tratado pelo ex-presidente Lula, tornou-se um episódio constrangedor, cujos efeitos negativos refletiram contra a atual presidente da República. O povo deseja afirmações mais fortes por parte de Dilma Rousseff sobre o maremoto de corrupção que inundou a principal estatal brasileira.
SEM VONTADE…
Têm-se a impressão, de que, no fundo, ela não se encontra em plena vontade de desfechar as acusações com a firmeza e força com que deveria fazer. Ela terá certamente suas explicações pessoais e políticas, mas isso não quer dizer que a sociedade não devesse esperar um tom mais afirmativo e agressivo de sua parte apoiando as ações e investigações levantadas pela Polícia Federal contra um bando de corruptos, corruptores e intermediários que sempre estão presentes na área do lobismo e no esforço explosivo para a elevação dos preços das obras contratadas.
Se os efeitos da corrupção alucinada puderam ser estimados em 88 bilhões de reais por Graça Foster, que, por isso, não auditou o balanço da Petrobras, pode se encontrar aí a confirmação tácita das dimensões dos escândalos sucessivos que desabaram no estratégico setor da produção e refino de petróleo. Dilma Rousseff tem tempo para mudar seu posicionamento. Afinal de contas, ela ingressou há menos de dois meses no exercício de seu segundo mandato.
Entretanto, tal alteração de rumo e de tom, a reportagem da Folha de São Paulo ressaltou, precisa ser tomada com urgência, pois o tempo não espera o amanhecer. Os dias se sucedem e desgastes políticos como os assinalados pelo Datafolha possuem efeitos devastadores e atingem não só a figura presidencial, mas também funcionam para enfraquecer suas decisões em todos os planos. Dilma Rousseff já deveria ter percebido a gravidade dos roubos cometidos na Petrobras, porém como diz o ditado deve perceber agora, pois antes tarde do que nunca.
A imunda atuação do múltiplo bando de ladrões que invadiu a Petrobras, atingindo várias diretorias que tinham poder de decisão em firmar contratos bilionários, causou uma queda de nada menos que 19 pontos na aprovação da presidente Dilma Rousseff no espaço dos últimos 45 dias. Dilma Rousseff recuou de 42% positivos para 23 pontos, enquanto sua taxa de rejeição subiu no mesmo período de 24 para 44%.
Esses dados estão revelados na pesquisa do Datafolha publicada na edição de ontem da Folha de São Paulo através de excelente matéria de Marcelo Leite. A reportagem tornou-se a manchete principal da edição da FSP estendendo-se a uma outra de Érica Fraga: oitenta por cento dos entrevistados acham que a inflação vai subir e 62% que o desemprego vai aumentar. Claro que não é esta a única causa do recuo da popularidade da presidente, porém o que a acentua é o fato, também revelado pelo Datafolha, de que a parcela de 77% sustenta a tese de que a presidente da República tinha conhecimento dos desvios de dinheiro em larga escala na Petrobrás.
A queda da imagem pública de Dilma é impressionante, pois assinala um desgaste somente antes atingido por Fernando Henrique Cardoso no final de seu segundo mandato no ano 2000, acrescenta a matéria. Outros fatores são também preponderantes para explicar e traduzir o declínio ocorrido agora. A medida provisória que reduz direitos sociais, entre os quais o corte de 50% nas pensões por morte, deve ser destacada. Da mesma maneira, os aumentos nos preços das tarifas elétricas, gasolina, óleo diesel envolvem o governo federal.
CHOQUE DE DECLARAÇÕES
São iniciativas da presidente da República que se chocam com as declarações feitas pela candidata ao longo da campanha pela vitória nas urnas de 2014. Tem-se a impressão que o eleitorado brasileiro foi dormir embalado por afirmações da presidente e acordou com a projeção de uma realidade bem diversa da promessa anterior. É inegável esta constatação, porém o que a opinião pública esperava, no caso Petrobras, era uma condenação mais direta e contundente aos ladrões do que as frases que a presidente vem repetindo.
A presença de João Vaccari na festa de Belo Horizonte que marcou a passagem dos 35 anos de fundação do Partido dos Trabalhadores, e sobretudo a forma com que foi tratado pelo ex-presidente Lula, tornou-se um episódio constrangedor, cujos efeitos negativos refletiram contra a atual presidente da República. O povo deseja afirmações mais fortes por parte de Dilma Rousseff sobre o maremoto de corrupção que inundou a principal estatal brasileira.
SEM VONTADE…
Têm-se a impressão, de que, no fundo, ela não se encontra em plena vontade de desfechar as acusações com a firmeza e força com que deveria fazer. Ela terá certamente suas explicações pessoais e políticas, mas isso não quer dizer que a sociedade não devesse esperar um tom mais afirmativo e agressivo de sua parte apoiando as ações e investigações levantadas pela Polícia Federal contra um bando de corruptos, corruptores e intermediários que sempre estão presentes na área do lobismo e no esforço explosivo para a elevação dos preços das obras contratadas.
Se os efeitos da corrupção alucinada puderam ser estimados em 88 bilhões de reais por Graça Foster, que, por isso, não auditou o balanço da Petrobras, pode se encontrar aí a confirmação tácita das dimensões dos escândalos sucessivos que desabaram no estratégico setor da produção e refino de petróleo. Dilma Rousseff tem tempo para mudar seu posicionamento. Afinal de contas, ela ingressou há menos de dois meses no exercício de seu segundo mandato.
Entretanto, tal alteração de rumo e de tom, a reportagem da Folha de São Paulo ressaltou, precisa ser tomada com urgência, pois o tempo não espera o amanhecer. Os dias se sucedem e desgastes políticos como os assinalados pelo Datafolha possuem efeitos devastadores e atingem não só a figura presidencial, mas também funcionam para enfraquecer suas decisões em todos os planos. Dilma Rousseff já deveria ter percebido a gravidade dos roubos cometidos na Petrobras, porém como diz o ditado deve perceber agora, pois antes tarde do que nunca.
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