Pesquisa
Datafolha revela que poucos brasileiros ainda confiam em Dilma. A
deterioração política, três meses e meio depois do segundo turno, só é
comparável à do governo Collor, que acabou sofrendo impeachment. Dois
terços da população estão desalentadas com o governo. Imagine-se como a
situação ficará com os tarifaços que vêm por aí. Não é preciso ser
pessimista para dizer que Dilma corre sério perigo de não concluir o
mandato:
Segundo o
Datafolha, Dilma obteve a primeira nota vermelha (4,8) após quatro anos
no governo e uma campanha vitoriosa pela reeleição. A perda de
prestígio da presidente se verifica mesmo nas faixas de renda em que
encontra mais eleitores.
Metade
dos que ganham até dois salários mínimos consideravam seu governo ótimo
ou bom em dezembro, e agora são 27% -23 pontos de queda em dois meses.
As más
novas se acumulam em todas as frentes: escândalo na Petrobras, piora das
perspectivas da economia, aumento do pessimismo na população, restrição
de benefícios sociais e uma estiagem que ameaça apagar as luzes e secar
as torneiras.
O tema da
corrupção, impulsionado pelo combustível do Petrolão, rivaliza com a
saúde pública como principal problema do país. Cravou 21% das
preferências dos entrevistados pelo Datafolha, contra 26% da saúde.
O
mensalão vicejou no governo Luiz Inácio Lula da Silva, mas em seus dois
mandatos não mais que 9% dos brasileiros apontavam o desvio de dinheiro
público como mal maior. Agora, a corrupção se avizinha do pódio.
A
presidente não se livra de responsabilidade perante a população. Segundo
o Datafolha, 77% dos entrevistados acreditam que ela tinha conhecimento
da corrupção na Petrobras. Para 52% ela sabia dos desvios e deixou
continuar; para outros 25%, sabia e nada pôde fazer.
Quase
metade (47%) dos brasileiros a consideram desonesta, além de falsa (54%)
e indecisa (50%). A imagem deteriorada alcança correligionários. Entre
petistas, 15% falam em desonestidade e 19%, em falsidade.
MENTIRAS
Não há
tanto o que estranhar, quando se tem em mente que seis de cada dez
entrevistados consideram que Dilma mentiu na campanha eleitoral. Para
46%, falou mais mentiras que verdades (25% em meio a petistas). Para
14%, só mentiras.
Se na
época do segundo turno só 6% achavam que a situação econômica do próprio
entrevistado iria piorar, hoje são 26%. Como 38% acreditam que ficarão
na mesma, conclui-se que o desalento contagia 2/3 da população.
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