Julio
Severo
Romário, que antes era jogador de futebol e hoje é senador,
comemorou nesta semana a aprovação no Senado da Lei de Inclusão, que beneficia
os deficientes físicos. A aprovação envolveu grande esforço dele como senador.
Magno Malta e Romário |
Eu também comemoro os aspectos positivos da lei. Mas
ao examiná-la hoje, no próprio site
do Romário, constatei que por baixo de um verniz aparentemente bom e “pró-vida,”
a lei inclui aspectos pró-aborto, inclusive o seguinte parágrafo:
Art. 6º A deficiência não afeta a
plena capacidade civil da pessoa, inclusive para:
II – exercer direitos sexuais e reprodutivos.
Para o grande público, essa linguagem ideológica
profissional tem pouco significado. Mas “direitos sexuais e reprodutivos” é um
antigo jargão do movimento pró-aborto que significa que as pessoas têm,
legalmente, direitos ao homossexualismo e ao aborto.
E se o direito ao homossexualismo e ao aborto não for
reconhecido por instituições e pessoas da sociedade, haverá punição, conforme a
Lei de Inclusão, que diz:
Art. 7º É dever de todos comunicar à
autoridade competente qualquer forma de ameaça ou violação aos direitos da
pessoa com deficiência.
Parágrafo único. Se, no exercício de
suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que
caracterizem as violações previstas nesta lei, devem remeter peças ao
Ministério Público para as providências cabíveis.
Mais adiante, a lei sacraliza, usando a deficiência como
cavalo-de-Troia, os termo de propaganda ideológica “identidade de gênero e
orientação sexual,” que significa homossexualismo, homossexualismo e mais
homossexualismo. A lei diz:
§ 4º As ações e os serviços de saúde
pública destinados à pessoa com deficiência devem assegurar:
VI – respeito à especificidade e à identidade de gênero e orientação sexual
da pessoa com deficiência.
E finaliza, nessa questão, repetindo a ênfase
encoberta do aborto:
VII – atenção sexual e reprodutiva, incluindo o direito à fertilização assistida.
No jargão de controle populacional, questões
reprodutivas sempre incluem aborto. A fertilização assistida também é uma questão
amplamente rejeitada pelos movimentos pró-vida, por atentar contra a vida.
Não é de hoje que o movimento pró-aborto introduz sua
agenda em leis sobre deficientes. Em 2012, publiquei o artigo “Especialistas
dos EUA Testificam sobre Perigos de Tratado de Deficiências,” que
trata exatamente desse perigo, que se concretizou na Lei de Inclusão.
A pergunta que faço, como ativista pró-vida, é como uma lei supostamente para beneficiar deficientes
físicos também beneficia a agenda de homossexualismo, aborto e reprodução
assistida e é louvada por uma frente supostamente pró-vida e pró-família?
A Lei de Inclusão é criatura do PT e seu autor é o
senador petista Paulo Paim. Foi lançada originalmente em 2003. Mais tarde, foi
modificada por um senador do PSDB. Mesmo assim, o veneno pró-aborto e
pró-homossexualismo permaneceu.
O petista
Paim é o ativista que estava determinado a aprovar o PLC 122, mas
fracassou. Aparentemente, ele espera compensar o fracasso embutindo questões de
aborto e homossexualismo em leis de deficientes.
Romário, que já declarou que é a favor do “casamento”
homossexual, é do PSB, Partido Socialista Brasileiro. Evidentemente, ele é
livre para defender esse tipo de casamento fajuto. Ele também é livre para
promover ideias socialistas.
Contudo, o
que ele está fazendo na vice-presidência da Frente Parlamentar Mista em Defesa
da Família e Apoio à Vida? Por seu engajamento num partido
socialista, sua presença estaria mais apropriada numa Frente Parlamentar Mista
em Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos.
Não fica bem Romário numa frente pró-vida assim como
não fica bem uma frente pró-vida louvá-lo.
Magno Malta precisa rever seu entendimento de luta
pró-vida, ou mudar o nome de sua frente para algo que não comprometa a luta e
os valores pró-vida.
Fonte:
www.juliosevero.com
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recomendada:
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