A GERAÇÃO CONECTADA
MATEUS LUIZ DE SOUZA
DE SÃO PAULO
Luiza (nome fictício), 15, diz que já sofreu bullying pessoalmente, mas considera pior o que passou pela internet. Os colegas achavam que ela e sua amiga eram lésbicas e faziam comentários pela escola. No dia do aniversário, a amiga publicou uma foto das duas juntas.
Foi quando começaram as agressões virtuais. Comentários como "nem mesmo as suas mães amam vocês" fizeram com que as duas sentissem vergonha de ir para a escola no outro dia.
Segundo pesquisa Datafolha feita em junho, 28% dos jovens de 16 a 24 anos dizem que já foram ofendidos por alguém na internet --esse número é maior entre o público de 12 e 15 anos (38%). O levantamento, feito em 175 municípios, ouviu 1.036 jovens nessa faixa etária.
A pesquisa também questionou o outro lado, o dos autores das ofensas: no grupo dos mais velhos, 25% admitiram ter falado mal de algum conhecido em redes sociais, enquanto 23% dos adolescentes fizeram o mesmo.
William Junior, 18, é um desses jovens que já praticaram bullying pela internet. Um dia, junto com outros amigos, resolveu criar um perfil falso para Ricardo (nome fictício), que não tinha Facebook.
A ideia era fazer uma brincadeira e colocar que o menino estava em um relacionamento sério com uma garota. No entanto, mudou de plano e acabou usando o perfil fictício para "ofender pesado" outro colega, o Marco (nome fictício).
Depois, veio o arrependimento. "Na hora da brincadeira eu estava feliz, mas depois me senti culpado. Olho para trás e vejo o quão imaturo fui."
Para Luciene Regina Tognetta, doutora em psicologia escolar, há uma diferença que torna as ofensas virtuais até mais danosas do que as reais. "O bullying é caracterizado pela repetição. Mas na internet ele se espalha imediatamente, nem é preciso acontecer mais de uma vez."
Um exemplo dessa velocidade são fotos constrangedoras postadas sem autorização dos jovens. Essa situação já aconteceu com 9% dos entrevistados de 16 a 24 anos e 10% de 12 a 15 anos.
Catarina Araújo, 23, é fã de cosplay (pessoa que se veste com as roupas de um personagem de um desenho ou jogo). Ela conta que certa vez foi ofendida em um grupo por causa de uma foto sua postada sem seu conhecimento. "Os comentários são sempre falando mal, como 'magra sem peitos' ou 'vagabunda'".
DE SÃO PAULO
Luiza (nome fictício), 15, diz que já sofreu bullying pessoalmente, mas considera pior o que passou pela internet. Os colegas achavam que ela e sua amiga eram lésbicas e faziam comentários pela escola. No dia do aniversário, a amiga publicou uma foto das duas juntas.
Foi quando começaram as agressões virtuais. Comentários como "nem mesmo as suas mães amam vocês" fizeram com que as duas sentissem vergonha de ir para a escola no outro dia.
Segundo pesquisa Datafolha feita em junho, 28% dos jovens de 16 a 24 anos dizem que já foram ofendidos por alguém na internet --esse número é maior entre o público de 12 e 15 anos (38%). O levantamento, feito em 175 municípios, ouviu 1.036 jovens nessa faixa etária.
A pesquisa também questionou o outro lado, o dos autores das ofensas: no grupo dos mais velhos, 25% admitiram ter falado mal de algum conhecido em redes sociais, enquanto 23% dos adolescentes fizeram o mesmo.
William Junior, 18, é um desses jovens que já praticaram bullying pela internet. Um dia, junto com outros amigos, resolveu criar um perfil falso para Ricardo (nome fictício), que não tinha Facebook.
A ideia era fazer uma brincadeira e colocar que o menino estava em um relacionamento sério com uma garota. No entanto, mudou de plano e acabou usando o perfil fictício para "ofender pesado" outro colega, o Marco (nome fictício).
Depois, veio o arrependimento. "Na hora da brincadeira eu estava feliz, mas depois me senti culpado. Olho para trás e vejo o quão imaturo fui."
Para Luciene Regina Tognetta, doutora em psicologia escolar, há uma diferença que torna as ofensas virtuais até mais danosas do que as reais. "O bullying é caracterizado pela repetição. Mas na internet ele se espalha imediatamente, nem é preciso acontecer mais de uma vez."
Um exemplo dessa velocidade são fotos constrangedoras postadas sem autorização dos jovens. Essa situação já aconteceu com 9% dos entrevistados de 16 a 24 anos e 10% de 12 a 15 anos.
Catarina Araújo, 23, é fã de cosplay (pessoa que se veste com as roupas de um personagem de um desenho ou jogo). Ela conta que certa vez foi ofendida em um grupo por causa de uma foto sua postada sem seu conhecimento. "Os comentários são sempre falando mal, como 'magra sem peitos' ou 'vagabunda'".
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