O juiz
Sergio Moro rejeitou, muito apropriadamente, as críticas de Dilma aos
delatores da operação Lava Jato. Este blogueiro já tinha dito algo
semelhante em posts anteriores. Dilma ignora a lei e ofende a Justiça,
como típica petista que é - autoritária, antidemocrática:
O juiz
Sergio Moro, que conduz os processos da Operação Lava Jato no Paraná,
rejeitou as críticas feitas pela presidente Dilma Rousseff aos delatores
do esquema de corrupção descoberto na Petrobras, classificando seus
comentários como "inapropriados" e "ofensivos" para o Supremo Tribunal
Federal.
Moro se
manifestou sobre as declarações da presidente sem mencionar o nome de
Dilma, no final de um ofício divulgado nesta quarta-feira (8) em que
defendeu a manutenção da prisão preventiva do empresário Marcelo
Odebrecht, preso em Curitiba sob suspeita de envolvimento com o esquema
de corrupção.
"Mesmo
juízo de inconsistência cabe às equiparações inapropriadas entre 'prisão
cautelar' e 'tortura' ou entre 'criminosos colaboradores' e 'traidores
da pátria'", escreveu Moro. "Não há como este Juízo ou qualquer Corte de
Justiça considerar argumentos da espécie com seriedade."
Dilma
criticou os delatores na semana passada, durante viagem aos Estados
Unidos, ao ser perguntada sobre os depoimentos do empreiteiro Ricardo
Pessoa, que lançou suspeitas sobre o financiamento da campanha da
petista à reeleição no ano passado.
Dilma
comparou os delatores ao traidor da Inconfidência Mineira, Joaquim
Silvério dos Reis, e a presos políticos que entregaram companheiros após
sofrer tortura na ditadura militar. Em entrevista à Folha nesta semana,
ela repetiu as críticas. "Não gosto de delatores", disse.
No ofício
desta quarta, o juiz Moro lembrou que a delação de Pessoa foi
homologada pelo STF. "São eles [os comentários sobre Silvério e a
ditadura], aliás, ofensivos ao Egrégio Supremo Tribunal Federal que
homologou os principais acordos de colaboração, certificando-se
previamente da validade dos pactos e da voluntariedade dos
colaboradores", escreveu o juiz.
Advogados
que defendem pessoas investigadas pela Lava Jato têm usado argumentos
semelhantes ao de Dilma para acusar Moro e os procuradores que conduzem
as investigações de prender os suspeitos para coagi-los a fechar acordos
de colaboração.
No pedido
de habeas corpus de Marcelo Odebrecht, a defesa acusa o juiz Sergio
Moro de usar a prisão cautelar como "retaliação" a quem prefere defender
a própria inocência a se tornar delator.
O
instituto da colaboração premiada, em troca de redução de pena, é
descrito pelos advogados de Marcelo Odebrecht como a "chave de entrada e
de saída da cadeia".
No ofício
ao juiz Nivaldo Brunoni, relator do pedido de libertação do empresário
no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Moro também refutou essa
alegação.
O pedido
de habeas corpus de Marcelo Odebrecht e os de outros executivos presos
com ele em junho deverão ser julgados na próxima semana.
Moro
reafirmou em seu despacho sua convicção de que as evidências que ligam a
Odebrecht ao cartel de empreiteiras que teria participado do esquema de
corrupção tornam inverossímil a alegação da defesa de que Marcelo
Odebrecht se mantinha "olimpicamente afastado" do dia-a-dia da sua
empresa.
Ele citou
e-mails encontrados nos computadores da Odebrecht que mostram o
executivo discutindo com os subordinados um contrato de sondas para
exploração do pré-sal. (Folha Poder).
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