13/10/2015
Preocupado com a possibilidade de sucesso do encaminhamento do processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, o governo ainda tenta um acordo de última hora com o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), para tentar postergar o avanço da proposta. Desde a semana passada, ministros próximos à presidenta, como Jaques Wagner (Casa Civil) e Edinho Silva (Comunicação Social), procuraram o peemedebista na tentativa de fechar um acordo que adiasse a decisão do deputado sobre o pedido de impeachment elaborado pelos advogados Hélio Bicudo e Miguel Reale Júnior à solicitação.
O governo
sinalizou com a possibilidade de dar uma espécie de trégua a Cunha no
episódio das contas reveladas pelo governo da Suíça em seu nome, cuja
existência ele nega, o que pode levar a seu pedido de cassação.
A
bancada federal do PT evitaria fazer críticas públicas, não defenderia
seu afastamento e manteria distância de movimento pela cassação do
peemedebista por quebra de decoro parlamentar. A base
aliada, segundo a proposta, também não apoiaria um eventual processo no
Conselho de Ética, cujo pedido deve ser protocolado nesta terça pelo
PSOL.(!!)
Atualmente, o Palácio do Planalto tem influência sobre pelo menos
sete dos 21 deputados que integram o colegiado. Com o grupo, somado aos aliados do peemedebista, ele disporia de maioria para se tentar manter seu mandato.
O acordo, no
entanto, sofre resistência de Cunha. As conversas caminhavam bem até
quinta-feira (09), mas a divulgação pela Procuradoria-Geral da República
de detalhes das movimentações de dinheiro
supostamente oriundo do petrolão pelas contas atribuídas a Cunha na
sexta-feira (10) fizeram o clima azedar. Cunha atribui ao Planalto o foco
dado pela PGR a seu caso no escopo da Operação Lava-Jato. Ele nega ter
negociado com o Planalto. Se o acordo não vingar, o governo se preparará
para o enfrentamento. Tentará carimbar no deputado a pecha de que age
por vingança contra Dilma e irá liberar a base para trabalhar pela
cassação do peemedebista. (Folhapress)
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