Diretor diz que retorno ao crescimento depende da crise política
Publicado: 22 de janeiro de 2016 às 18:44
Brasil enfrenta em 2015/2016 uma contração da atividade somente vista
na época da crise da dívida externa da América Latina, em 1981/1983
(Foto: Reprodução)
"Uma combinação de fragilidades macroeconômicas decorrentes do lento ajuste interno, um escândalo de grande alcance envolvendo funcionários do governo e de empresas, e problemas políticos têm paralisado investimentos e dominado as perspectivas econômicas", afirma em um artigo. No começo da semana, o FMI rebaixou a previsão de crescimento do Brasil para 2016 e 2017. Este ano, a previsão é de contração de 3,5%, a maior entre os principais países do mundo, e no ano que vem, o PIB deve ficar estagnado, com expansão zero.
Werner ressalta no artigo que a inflação está em dois dígitos e o desemprego tem aumentado de forma clara. "A turbulência política continua a atrasar a adoção de uma estratégia fiscal confiável para manter a dívida pública em uma trajetória sustentável", disse ele, destacando que o Brasil foi alvo recentemente de três rebaixamentos de rating soberano.
A piora da classificação de risco aumentou o custo de financiamento para o País e para as empresas brasileiras, diz o diretor do FMI. Um dos poucos pontos positivos é que as exportações começam a mostrar sinais de força, graças principalmente à forte desvalorização do real.
Brasil, Argentina, Equador e Venezuela devem ser os responsáveis pelo crescimento negativo da América Latina este ano, destaca Werner. Uma combinação de problemas externos, como a queda dos preços das commodities, e desequilíbrios domésticas, têm levado a piora do investimento privado nestes países. (AE)
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