segunda-feira, 26 de março de 2018

Na corda bamba.



@ Na corda bamba. A humanidade segue freneticamente arruinando os ambientes naturais e a biodiversidade está desaparecendo mil vezes mais rápido do que ocorreria sem desmatamento, caça, poluição e mudanças do clima. Mas, se você acha que está livre dos problemas causados pela extinção sumária de animais e de plantas selvagens, a Organização das Nações Unidas não nos deixa esquecer de que essas perdas também aumentam a pobreza e pioram a qualidade de vida, de todos. Com tantos impactos, os sistemas naturais podem deixar de oferecer água, substâncias para medicamentos, atrativos para o turismo, solo para agricultura, peixes e outros alimentos, tudo indispensável a nossa própria sobrevivência. Por isso, a entidade insiste para que adotemos um modelo de desenvolvimento que finalmente deixe de ver a conservação da natureza como antagônica ao crescimento econômico. “As soluções vão além da adoção de leis rigorosas e do estabelecimento de áreas protegidas. Precisamos de novas formas de parceria entre governos, conservacionistas e comunidades locais para lidar com a conservação da vida silvestre como uma fonte de oportunidades e estabilidade econômica”, ressaltou a vice-secretária da Organização, a nigeriana Amina Mohammed.
https://nacoesunidas.org/protecao-da-biodiversidade-e-uma-questao-de-direitos-humanos-aponta-relator-da-onu/
https://nacoesunidas.org/biodiversidade-desaparece-a-velocidade-mil-vezes-mais-rapida-por-causa-do-homem-alerta-onu/
https://ambientedomeio.com/2018/03/01/proteger-a-biodiversidade-na-america-latina-e-no-caribe/

http://e360.yale.edu/features/in-defense-of-biodiversity-why-protecting-species-from-extinction-matters
https://www.nytimes.com/2018/03/03/opinion/sunday/species-conservation-extinction.html



@ Proteção avança no azul. O Governo Brasileiro confirmou esta semana no World Ocean Summit, no México, que ampliará de 1,5% para mais de 20% a proteção oficial sobre o Oceano Atlântico. Com o anunciado estabelecimento de Áreas de Proteção Ambiental e de Monumentos Naturais ao redor dos arquipélagos de São Pedro e São Paulo e de Trindade e Martim Vaz, o país caminha para atender compromissos internacionais de conservação da natureza. Várias espécies raras e ameaçadas devem ser abrigadas naquelas áreas protegidas, que também ajudarão a manter estoques comerciais de pesca. Áreas com proteção ambiental mais restrita somam hoje cerca de 13% da área a ser protegida no entorno dos arquipélagos. Ampliar esse índice depende de sinal verde da Marinha e de dribles no lobby da pesca desregrada. Além disso, é preciso atentar para o fato de que criar Unidades de Conservação não é sinônimo de boa conservação da vida marinha. É o que nos lembra a bióloga Luiza Beirão Campos. Debruçada sobre uma série de artigos científicos, ela aponta que essas áreas tendem a ter mais sucesso em sua missão de proteger a vida quanto maiores e melhores forem o orçamento dedicado, o engajamento da população, o treinamento de pessoal e o uso de dados científicos para fiscalização e definição das melhores regras de manejo.
https://1drv.ms/b/s!AvSip5pJo_9T2SWUy8j3qTB9H_Sd
https://www.linkedin.com/pulse/apenas-criar-unidades-de-conserva%C3%A7%C3%A3o-marinhas-n%C3%A3o-%C3%A9-beir%C3%A3o-campos/?trackingId=E9dzqcVRG40ZwgMxGNUpJw%3D%3D


@ Segunda pele. Bandagens produzidas com pele de tilápia estão em uso nos Estados Unidos para reduzir o sofrimento e acelerar a cura de animais atingidos por fogo. A tecnologia desenvolvida por Universidade Federal do Ceará, Instituto José Frota e Instituto de Apoio ao Queimado é quase 60% mais barata que o tratamento convencional, menos dolorosa no tratamento e apresenta menor risco de contaminação. Veterinários do Departamento de Pesca e Vida Selvagem do estado da Califórnia já aplicaram a técnica brasileira para salvar a vida de dois ursos e de um puma feridos em um incêndio florestal, no fim de 2017. Depois de curados, em tempo recorde, os animais foram soltos em um Parque Nacional. A tilápia é nativa da África e foi escolhida para as pesquisas por se reproduzir facilmente em cativeiros de água doce, espalhados por todo o Brasil.
https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2018/02/pele-de-tilapia-e-usada-como-curativo-para-animais-nos-estados-unidos.html
https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2017/01/ceara-se-destaca-com-pesquisa-sobre-pele-de-tilapia-como-curativo.html
https://news.nationalgeographic.com/2018/01/california-thomas-fire-bear-cougar-paw-burn-tilapia-fish-skin-bandage-spd/



@ Pindaíba pesqueira. De tão elevados, os níveis de consumo da humanidade levaram a pesca industrial a mais de metade das águas dos oceanos do planeta. A área impactada é maior do que o território usado pela agricultura mundial. O levantamento é fruto dos esforços do Global Fishing Watch, plataforma apoiada por Google e Fundação Leonardo DiCaprio para monitorar a pesca em nível global. Para chegar àquela conclusão, publicada na revista Science, foram analisadas as atividades de mais de 70 mil embarcações. Os dados coletados também explicam a redução nos estoques de pescado em várias regiões. Conforme as Nações Unidas, um terço de todas as populações de peixes comerciais é capturado em níveis insustentáveis e caminham para o esgotamento. Soluções passam por uma avaliação severa dos níveis de consumo, pelo bom manejo da pesca e pela criação de mais áreas efetivamente protegidas.
http://globalfishingwatch.org/
http://www.fao.org/news/story/en/item/421871/icode/
https://amp-theguardian-com.cdn.ampproject.org/c/s/amp.theguardian.com/environment/2018/feb/22/half-of-worlds-oceans-now-fished-industrially-maps-reveal


@ Contas no vermelho. Com a grande maioria dos órgãos ambientais passando o pires por cortes nos orçamentos oficiais, parcerias com o setor privado têm sido cada vez mais buscadas, especialmente para fechar as contas de sistemas de Unidades de Conservação. No Mato Grosso do Sul, o Governo Estadual legalizou o estabelecimento de parcerias voltadas à gestão dos parques estaduais das Várzeas do Rio Ivinhema e das Nascentes do Rio Taquari, bem como da Gruta do Lago Azul, em Bonito. A inspiração veio de ações semelhantes em nível federal, como acontece no Parque Nacional do Iguaçu (PR) no Monumento Natural do Corcovado (RJ), onde figura o Cristo Redentor. "Acreditamos que a parceria público-privada possa potencializar o turismo nesses parques, cuidar da própria conservação, da manutenção”, disse Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar.
https://g1.globo.com/ms/mato-grosso-do-sul/noticia/unidades-de-conservacao-de-ms-vao-poder-ser-administradas-por-parcerias-publico-privadas.ghtml

© Conect@ - Assessoria em Comunicação & Política
Aldem Bourscheit / Jornalista DRT/RS 9781
conectacomm@gmail.com
Brasília (DF) - Brasil


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