O advogado Marcelo Pereira dos Santos, 33 anos, disse
ter se sentido "bastante humilhado e magoado" com a postagem no Facebook
feita pela professora do curso de Letras da PUC-Rio, Rosa Marina Meyer,
no último dia 4 de fevereiro.
Ele é sócio de um escritório de advocacia
especializado em direito empresarial e marcas e patentes em Nova
Serrana, a 100 km de Belo Horizonte, e voltava de um cruzeiro marítimo
pela Argentina, Uruguai e costa brasileira com dois amigos quando foi
fotografado no aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro.
Na foto, o advogado aparece de bermuda e camiseta. Na
legenda, a professora postou: "Aeroporto ou rodoviária"?, e teve a
simpatia de vários seguidores que ironizaram a foto e as roupas do
advogado, que afirmou não ter visto o momento da foto ter sido
tirada. "Usava aquela roupa porque estava à vontade, estava muito
quente", explicou.
"O ato dela foi preconceituoso. Os comentários de muitas
pessoas que a acompanharam também. Um preconceito de quem acha que uma
pessoa pobre não pode andar de avião, não pode frequentar um local como
aquele", analisou.
O advogado disse que uma amiga foi quem mostrou a foto
primeiro na página Dilma Bolada, depois nas redes sociais. "Inicialmente
achei que era uma brincadeira de um dos amigos que foram comigo. Depois
vi que não. Na hora fiquei chocado, assustado, e sem graça porque
percebi que a postagem era uma crítica ao modo como eu estava vestido
naquele lugar.
Depois fui vendo que a maioria dos comentários da matéria
era de indignação, que as pessoas estavam do meu lado, o que me deixou
um pouco mais calmo," revelou. "Minha família ficou chocada, assustada.
Foi difícil dormir naquela quinta-feira", contou.
Marcelo Pereira dos Santos disse que tem recebido
mensagens de solidariedade de usuários de redes sociais do Brasil e do
exterior, e que ainda não decidiu, mas "cogita" em entrar com um
processo judicial contra a professora e os seguidores dela que fizeram
comentários preconceituosos nas redes sociais.
O advogado disse ainda
que não sabe qual reação teria caso Rosa Marina Meyer o procurasse para
pedir desculpas, mas afirmou que "isso seria o mínimo que ela poderia
fazer".
Após a polêmica, a professora apagou a postagem no Facebook e postou um pedido de desculpas na rede social.
Especial para TERRA
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