Flávia Maia
Publicação: 02/02/2014 08:02 Atualização: 01/02/2014 22:28
Maria José diz que sonha com acesso ao esgoto, tanto em casa como no comércio que administra |
Como não tem esgoto na rua em que mora, no Arapoanga, em Planaltina, Maria José da Silva Gonçalves, 45 anos, já construiu três fossas nos 14 anos em que vive na casa. Perto da residência do aposentado Valter Reis Sousa, 75, também em Arapoanga, o asfalto novo está esburacado por conta da falta de tratamento da água. Sem esgoto, os habitantes jogam parte da água suja dos tanques e das pias a céu aberto nas ruas da cidade. No Del Lago, no Itapoã, as amigas Maria Jéssica Faustino Silva, 22 anos, e Denize Castro Silva, 21, correm perigo de serem atropeladas porque dividem a rua com carros, uma vez que a cidade não tem calçada regular nem sinalização de trânsito.
Embora as necessidades de infraestrutura de certas regiões do Distrito Federal pareçam visíveis, uma olhada nos gastos das administrações regionais mostra que alguns gestores parecem não estar preocupados com as prioridades da população. A administração do Itapoã, por exemplo, gastou, no ano passado, quase 20% do seu orçamento, de R$ 7,1 milhões, com eventos e festividades. O valor é praticamente o mesmo gasto com todos os investimentos de infraestrutura, que inclui obras e edificações de equipamentos públicos, assim como manutenção.
Em Taguatinga, o segundo orçamento entre as regiões administrativas — perde apenas para Ceilândia —, o dinheiro direcionado para as festas é o maior entre as 33 cidades. Em 2013, foram R$ 3 milhões, o que corresponde a 13% de todo o orçamento da cidade, que recebe anualmente, R$ 22,4 milhões. Esse valor total é o mesmo dos orçamentos do Lago Sul, de Águas Claras, do Sudoeste e do Riacho Fundo, somados. Para obras e instalações, a Administração Regional de Taguatinga reservou R$ 2,7 milhões.
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