sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

PMDB convida aliados para evoluir no ‘bloco dos insatisfeitos’


21/2/2014 13:41
Por Redação - de Brasília

Henrique Alves (PMDB) recebeu votos do PSDB para chegar ao terceiro posto de comando no país
Henrique Alves (PMDB) recebeu votos do PSDB para chegar ao terceiro posto de comando no país

A campanha eleitoral começou agora, a valer, na Câmara dos Deputados. 

Presidente da Casa, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) consolidou, durante um jantar com os líderes das legendas que integram a ‘base aliada’ do governo, um bloco capaz de causar transtornos consideráveis ao governo da pré-candidata à reeleição, Dilma Rousseff.  

A reunião, que aconteceu na noite desta quarta-feira, no apartamento funcional do deputado Luiz Fernando Faria (PP-MG), reuniu os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e líderes das legendas PP, PR, PSD, PDT, PTB, PROS, PSC e do partido de oposição Solidariedade. Um novo encontro já está marcado para a próxima terça-feira.

– Fui convidado para uma reunião em que o sentimento e decisão é o de fortalecer os nossos partidos na Câmara, para o bem da democracia – alegou Alves.

O encontro, arranjado por Eduardo Cunha, reuniu 283 dos 513 deputados, 55% dos votos que, em tese, pertenceriam ao governo da presidenta Dilma

Embora o assunto tenha sido tratado com reservas, nesta sexta-feira, por fonte no Palácio do Planalto, ouvida sob a condição de anonimato pela reportagem do Correio do Brasil, a iniciativa foi encarada como um foco de rebelião na base aliada.

A insatisfação, mais uma vez, refere-se aos cargos que cada uma das legendas envolvidas tem, ou deixou de ter, na reforma do gabinete presidencial. 

Insatisfeito, o PMDB não indicou substitutos para as duas pastas que ainda controla (Turismo e Agricultura), após a saída dos ministros para disputar as eleições. 

A gota d’água, porém, segundo o observador no governo, foi a tentativa de votação, ainda na quarta-feira, do projeto que prevê a ampliação do número de defensores públicos no país.

Havia deputados comprometidos com a apreciação da matéria, mas a Liderança do Governo optou por evitar que a votação fosse concluída e entrou na alça de mira dos insatisfeitos, durante o jantar. 

A criação deste bloco encerra o período de paz entre o Congresso e a presidenta que, no ano passado, havia fechado um acordo para que não houvesse aprovação de projetos da chamada ‘pauta bomba’, que elevam substancialmente os gastos federais.

– Ninguém faz blocão para bater palma – afirmou o vice-presidente da Câmara, André Vargas (PT-PR), a jornalistas.

A partir do jantar de quarta-feira, o bloco dos insatisfeitos, sob a liderança do presidente da Câmara, passou a defender a criação de um piso nacional para os agentes comunitários de saúde, o que pode abrir caminho para que outras categorias exijam paridade salarial. 

Na esteira desta proposta, segue a emenda à Constituição que estabelece um piso salarial para policiais e bombeiros. Uma nova reunião do grupo foi marcada para terça-feira, quando pretendem fechar a estratégia de atuação.

Desde então, a conversa ficou mais difícil entre os integrantes do novo bloco e os líderes do PT e do PCdoB, única legenda que não aceitou o convite formulado por Eduardo Cunha. 

Além da reforma ministerial, os partidos que integram o bloco ficaram ainda mais aborrecidos com a decisão anunciada, na véspera, no Ministério da Fazenda, de contingenciar parte das emendas parlamentares. 

No anúncio de corte no Orçamento de 2014, feito na véspera, R$ 13 bilhões das chamadas emendas parlamentares foram congeladas.

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