21/02/2014
às 16:02
Ai, aí… Na minha coluna de
hoje, na Folha, desmonto uma mentira acintosa contada por um
esquerdista. E encerro observando que a mentira é mais útil à causa das
esquerdas do que a verdade, ou facínoras como Lênin, Stálin, Mao não
seriam reverenciados.
Muito bem:
um comentaristas do texto, Fabrizio Wrolli, tentando apelar à ironia,
arma sempre complicada quando não se tem a devida destreza, resolve
tentar um malabarismo retórico. Observa lá, referindo-se diretamente a
mim:
“Sei que faltou espaço, Reinaldo, e não deu para completar sua lista de homicidas. Se me permite, eu mesmo tentarei acrescentar alguns nomes: Hitler, Mussolini, Dollfuss, Franco, Salazar, Caetano, Laval; Banzer, Papa Doc, Baby Doc, Somoza, Noriega Stroessner, Médici, Videla, Pinochet…”
Comento
Fabrício, Fabrício… Por que você não lê o que está escrito, rapaz!, não o que você acha que escrevi?
E eu não
escrevi, porque seria mentira, que a esquerda tem o monopólio dos
homicidas. Eu estou apontando é a imoralidade de haver muitos que os
cultuem ainda hoje. Não será você um deles?
Mas aceito
desafios. Tirando Hitler da conta, todos os outros, somados, não
conseguiriam empatar com os dois milhões assassinados por Pol Pot.
Hitler incluído — e quantos outros asquerosos de extrema direita você
queria colocar —, não mataram um terço do que matou Mao Tsé-tung ou
metade do que matou Stálin.
Fora de
alguns círculos muito restritos, próximos da psicopatia ou francamente
sociopatas, onde estão os admiradores desses todos a que você se refere?
Na Alemanha, por exemplo, o culto à memória de Hitler é proibido. E
acho isso bom! Na China, no entanto, está em curso uma recuperação da
imagem de Mao — sim, é tudo pilantragem, mas está.
No que concerne ao Brasil, você deveria ter incluído Getúlio Vargas na lista, que matou mais do que todo o regime militar.
Mas note,
rapaz: não se trata de fazer um campeonato de homicídios — não há como
ganhar da esquerda; não tem jeito; Stálin e Mao não permitiriam. Em meu
texto, aponto o fato de esses homicidas serem considerados heróis.
E
pode acrescentar na lista Che Guevara, o Porco Fedorento. Esse matava e
depois ia escrever memórias com apelos de baixa poesia para enganar
trouxas.
E segue enganando trouxas até hoje.
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