12/03/2014 11h21
- Atualizado em
12/03/2014 16h15
Comissões da Câmara chamam Graça Foster e nove ministros
Convocações e convites são a 2ª derrota de Dilma em menos de 24 horas.
Siglas da base insatisfeitas com o Planalto apoiaram iniciativa da oposição.
Deputados
da Comissão de Fiscalização e Controle aprovaram a convocação de quatro
ministros
Um dia após derrotarem o Palácio do Planalto
no plenário da Câmara, integrantes da base aliada impuseram um novo
revés ao governo federal na manhã desta quarta-feira (12).
Quatro
comissões permanentes da Casa aprovaram a convocação de quatro ministros
do governo Dilma Rousseff, além de convites para a presidente da
Petrobras, Maria da Graça Foster, e outros cinco integrantes do primeiro
escalão prestarem esclarecimentos aos parlamentares.
Os ministros convocados são Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral),
Aguinaldo Ribeiro (Cidades), Manoel Dias (Trabalho) e Jorge Hage
(Controladoria-Geral da União).
Por se tratar de convocação, eles serão
obrigados a ir à Câmara em data que ainda será agendada.
Por outro lado, a dirigente da Petrobras
e os ministros Arthur Chioro (Saúde), Marco Antonio Raupp (Ciência e
Tecnologia), Paulo Bernardo (Comunicações), Francisco Teixeira
(Integração Nacional) e Moreira Franco (Aviação Civil) não têm obrigação
legal de ir ao Legislativo. Nesses seis casos, o PT conseguiu negociar a
aprovação de um convite.
O prazo regimental para eles irem à Câmara é
de até 30 dias.
Também pela manhã, a Comissão de Desenvolvimento, Indústria e Comércio
chegou a votar requerimento que previa convite ao ministro de Minas e
Energia, Edison Lobão (PMDB), para ele prestar esclarecimentos sobre
apagões ocorridos neste ano em diversas unidades da federação.
No entanto, por pressão de deputados do PMDB, o colegiado concordou em
transformar o requerimento em um convite para o Ministério de Minas e
Energia.
Em vez de Lobão, quem vai dar detalhes sobre os apagões será o
secretário-executivo da pasta, Márcio Zimermmann.
Rebelião na base
As convocações e convites aos integrantes do governo são mais uma reação do chamado “blocão”, grupo de parlamentares da base aliada insatisfeito com a relação com o Executivo.
Comandadas pelo líder do PMDB, deputado Eduardo Cunha (RJ), sete
legendas governistas, mais o oposicionista Solidariedade, se uniram para
pressionar Dilma a negociar com o parlamento.
Os governistas reclamam do não cumprimento de acordos que previam a
liberação de emendas parlamentares, criticam a demora da presidente da
República em concluir a reforma ministerial e se dizem excluídos das
decisões políticas do Planalto e dos lançamentos de programas federais.
Nesta terça-feira (11), em meio à crise entre o Planalto e a base
aliada na Câmara, a maioria dos integrantes do "blocão" derrotou o
governo ao aprovar a criação de uma comissão externa de deputados para
investigar as denúncias de corrupção na Petrobras.
saiba mais
Sessão tumultuada
A convocação dos integrantes do primeiro escalão e o convite à presidente da maior empresa do país ocorreu em meio a uma sessão tumultuada.
Apenas PT, PP e PDT tentaram barrar a iniciativa da
oposição, que recebeu aval de partidos da base governista, como o PMDB.
No início da reunião, o PT conseguiu negociar com a base a aprovação de
um convite ao ministro da Saúde, em vez de uma convocação.
O fato de
Arthur Chioro não ser obrigado a ir ao Legislativo representou uma
vitória parcial para o Executivo.
Porém, a dura discussão que ocorreu no plenário do colegiado durante a
votação do convite do titular da Saúde exaltou ainda mais os ânimos.
Irritados com os deputados petistas, os integrantes do "blocão"
decidiram retaliar o partido da presidente Dilma Rousseff durante a
análise de outros requerimentos de convocação de ministros.
Segundo o líder do PMDB, os deputados optaram por convocar quatro
ministros, e não convidá-los, “por alguma palavra mal dita” durante a
sessão.
“Essas coisas do debate se acirram mais ou menos. Às vezes, o
comportamento muda em função de uma palavra mal dirigida.
Isso é normal,
é do acirramento do discurso”, argumentou Cunha.
Vice-líder do governo na Câmara, o deputado José Guimarães (CE) negou
que o PT tenha tentado impedir a convocação de ministros.
De acordo com o
parlamentar do Ceará, os convites e convocação fazem parte do "jogo
democrático".
“O governo não tem problema nenhum em mandar ministro para esta Casa.
Faz parte do jogo democrático. Tem que ser assim. Evidentemente que uma
convocação tem objetivos políticos.
E é papel da oposição estar jogando.
O que nós precisamos acertar é nossa relação na base [...].
Se no dia
tem uma ou outra convocação, temos que baixar a temperatura. Não
coloquemos mais um litro de querosene na fogueira”, declarou.
Veja abaixo a lista de convocações e convites aprovados pela Câmara:
Comissão de Fiscalização e Controle
Aguinaldo Ribeiro
ministro das Cidades
(convocado)
ministro das Cidades
(convocado)
Gilberto Carvalho
ministro da Secretaria-Geral
(convocado)
ministro da Secretaria-Geral
(convocado)
Jorge Hage
ministro da Controladoria-Geral da União
(convocado)
ministro da Controladoria-Geral da União
(convocado)
Manoel Dias
ministro do Trabalho
(convocado)
ministro do Trabalho
(convocado)
Arthur Chioro
ministro da Saúde
(convidado)
ministro da Saúde
(convidado)
Maria da Graça Foster
presidente da Petrobras
(convidado)
presidente da Petrobras
(convidado)
Comissão de Ciência e Tecnologia
Paulo Bernardo
ministro das Comunicações
(convidado)
ministro das Comunicações
(convidado)
Marco Antonio Raupp
ministro da Ciência e Tecnologia
(convidado)
ministro da Ciência e Tecnologia
(convidado)
Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e Amazônia
Francisco Teixeira
ministro da Integração Nacional
(convidado)
ministro da Integração Nacional
(convidado)
Comissão de Viação e Transportes
Moreira Franco
ministro da Secretaria de Aviação Civil
(convidado)
ministro da Secretaria de Aviação Civil
(convidado)
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