Milton Gonçalves e até o ex-Ministro da Cultura de Lula, Gilberto Gil, surgem em vídeo parabenizando Aécio Neves por aniversário.
O governo Dilma Rousseff, já
há um tempo em apuros econômicos e repleto de escândalos, tem afastado
de sua base nomes de peso da comunidade artística que um dia estiveram
ao lado do PT.
Esta semana, em um vídeo produzido a fim de parabenizar Aécio Neves pelo seu aniversário de 54 anos,
aparecem vários artistas como Ney Latorraca, Fagner, Maitê Proença,
Zezé Di Camargo, Paula Burlamaqui, Flávio Venturini, Ziraldo, Wanessa
Camargo, Marcelo Serrado, Fernanda Abreu, Cacá Diegues, Márcio Garcia,
Fafá de Belém e Tom Cavalcante, entre outros.
Mas o que chama mais a
atenção é a participação de alguns famosos que já fizeram muito pelo
petismo, como Milton Gonçalves e até o ex-Ministro da Cultura de Lula,
Gilberto Gil.
Mas eles estão longe de serem os únicos.
O artista mais barulhento a abandonar o barco petista talvez tenha sido
o polêmico Lobão.
Anos após pedir voto a Lula ao vivo na Rede Globo em plena campanha de 89, rompeu de vez com o governo após muitos anos de campanha a favor. Segundo ele, a decepção veio com o Mensalão.
Senti uma profunda vergonha. O que mais distinguia o PT do resto era justamente a aura da honestidade, da ética. Eu embarquei nessa. Fiz o papel do “idiota útil”. Confesso: era uma anta política.(grifo nossos)
Também recentemente, quem se mostrou descontente foi o paraibano Zé Ramalho. Suas palavras vieram a público em entrevista concedida ao Estadão.
É um governo chato, voltado para o social-comunismo do século 21. Comunismo é um estado social chato, querem que tudo seja dividido igualmente e o governo é demagogo quando questionado sobre segurança pública, emprego e a lástima que é a saúde pública.
Acho uma m… andar de avião com todas as cadeiras chapadas, não há mais primeira classe, executiva, é pra tudo ser igual. Fazer uma viagem comendo um kit Bauducco, enquanto a presidenta, o ministério e demais poderes andam nos seus jatinhos, pagos com o dinheiro dos contribuintes.
Além deles, outros artistas já se posicionaram de maneira crítica com relação ao governo Dilma, como Danilo Gentilli e Roger,
seu companheiro de talkshow e vocalista do Ultraje a Rigor. Neste
último, o caso se torna mais emblemático por se tratar do autor de um
dos maiores hinos das Diretas Já.
A verdade é que posicionar-se contra o
PT no Brasil não é das tarefas mais fáceis para um artista. O maior
exemplo talvez seja o caso de Regina Duarte. Em 2002, em campanha para
José Serra, ela gravou um vídeo no qual dizia ter medo das consequências do governo do PT.
Por esse vídeo, é ridicularizada até hoje, mesmo que os tais medos listados por ela venham aos poucos voltando ao noticiário: a economia atravessa um momento delicado e a inflação vem buscando se descontrolar.
É sempre arriscado bater no governo – ou
até mesmo aplaudir a oposição – num mercado ainda bastante necessitado
de políticas culturais.
Em fevereiro, o Ministério da Cultura vetou projeto de captação via Lei Rouanet
para um documentário sobre a vida de Mário Covas, falecido em 2001.
O
argumento era de que fora apresentado em ano eleitoral e não seria
prudente graças a, segundo eles, o caráter político-partidário do
projeto.
Contudo, em 2006, também ano de eleição, foi aprovada a
captação de um projeto parecido sobre a vida de Brizola, que concorreu à
presidência do país ao lado de Lula em 1998.
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