domingo, 13 de abril de 2014

Moradores da 307 sul fazem abaixo-assinado cobrando mais segurança


Domingo, 13/04/2014 às 09:32:05

 A aposentada Maria Eliza Santana, de 72 anos, se diz cansada de presenciar a mesma situação desagradável quase toda noite.

 “Os ‘meninos’ usam drogas embaixo da janela da gente. Até vendem”, esbraveja, indignada. Moradora da quadra 307 Sul desde 1978, vive com o marido e se sente preocupada com a segurança de seu lar.

“Eu caminhava toda manhã. Vinha à missa das 6h30 também, mas agora não faço mais isso porque tenho medo”, desabafa a senhora.

A sensação é compartilhada por outros habitantes, que decidiram fazer, na manhã de ontem, uma pequena manifestação em frente à quadra. E também prepararam um abaixo-assinado.

“Uma babá foi assaltada quando andava com a criança da família há alguns dias. Isso me motivou a estender essa faixa”, diz um dos organizadores do protesto, o ator Leandro Coelho, de 38 anos. Ele apontou para o cartaz que, desde quarta-feira, dá as ‘boas-vindas’ a quem adentra a 307 Sul. “O abaixo-assinado é a comunidade pedindo paz por meio de uma ação mais eficiente da Polícia”, resume.

De acordo com Leandro, moradores de quadras próximas, como a 107 e a 308 Sul, já demonstraram interesse em assinar o documento para engrossar o apelo quando ele for entregue a alguma autoridade. As reclamações só aumentam.

“Uma outra babá abordada foi a que trabalha lá em casa e cuida do meu filho de um ano. Vamos dialogar com a comunidade para saber, também, o que podemos fazer por nós mesmos”, completa Leandro.

Cracolândia

Os moradores apontam os espaços adjacentes à quadra, um deles, inclusive, onde há uma igreja, como locais de abrigo para moradores de rua, usuários e traficantes de drogas.
“O comentário geral é que temos duas cracolândias”, reclama Leandro. “Nada é feito”, conclui.

Memória

Na última terça-feira, uma babá cuidava de uma criança no parquinho da quadra quando um homem teria abordado os dois e tentado levar a bolsa com os pertences dela e do menino.
A babá teria resistido e entrado em confronto com o homem, que terminou por morder a vítima. Ele depois fugiu sem levar nada.

A babá de Leandro Coelho também foi vítima de um crime na última semana, mas ela não estava acompanhada do filho dele. Um homem teria passado pela moça quando ela subia a quadra e levado sua bolsa.

Rotinas alteradas por precaução

O publicitário André Sartorelli, de 45 anos, mora na quadra desde a infância e garante ter presenciado a mudança. “Antigamente eu andava bastante pelas entrequadras e passeava. Agora minha filha de 13 anos não pode fazer isso”, lamenta. Segundo ele, que também vive com a esposa, algumas medidas de proteção foram tomadas para evitar problemas.

“Determinei um toque de recolher. Depois das 20h ela não pode mais sair de casa. No máximo se for de carro. É uma pena, pois minha filha vai perder uma infância que eu tive, de poder andar direto pela quadra”, completa.

Para ele, a solução não é complexa. “Para resolver, basta que tenhamos a presença do Estado por aqui”, afirma, categórico.

Não é só ali

Sentimento de insegurança semelhante tomou frequentadores de locais no Setor de Clubes Norte. Para tratar da proteção de automóveis e  usuários, uma reunião extraordinária foi convocada no Iate Clube de Brasília (ICB).

Compareceram o Sindicato de Clubes e Entidades de Classe, Promotora de Lazer, e de Esportes do Distrito Federal (SinLazer), representantes da Secretaria de Segurança Pública do DF e da Polícia Militar. Foram debatidas novas medidas para resguardar a integridade dos cidadãos que costumam ir aos clubes do DF. Furtos recentes motivaram a reunião.

Saiba Mais

Os moradores sustentam que, há dez dias, uma pessoa invadiu um dos blocos e arrombou um armário da garagem. A presença de câmeras de segurança e do porteiro do prédio não teriam sido suficientes para inibir a ação do suspeito.

A área da igreja, entre a 308 e a 307 Sul, é habitada por diversos moradores de rua. Segundo os habitantes da 307, eles não apenas consomem drogas como também traficam entorpecentes na região.
A PMDF informou que o policiamento é feito conforme planejamento do 1º Batalhão da Polícia Militar. As rondas e destacamento de policiais obedecem a demanda e número de ocorrências registradas na área. Assim, a orientação da corporação é que as pessoas sempre procurem a  1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) quando forem vítimas de crimes, pois isso ajuda no monitoramento da polícia.

Fonte: Da redação do Jornal de Brasília

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