quinta-feira, 19 de junho de 2014

Em maio, Lula visitou usina da Odebrecht em Angola acusada de trabalho escravo. Fez pose e elogiou o empreendimento.



Em maio passado, Lula visitou o empreendimento da Odebrecht que, hoje, está sendo acionado pelo MPT por uso de trabalho escravo. O lobista da Odebrecht (será que a empresa emprestou o jatinho para a viagem?) não viu problema algum no empreendimento.

O Ministério Público do Trabalho afirmou nesta quarta-feira que abriu processo contra o grupo Odebrecht exigindo indenização de 500 milhões de reais em caso que a empresa é acusada de promover trabalho escravo e tráfico internacional de pessoas em Angola.

A ação civil pública foi aberta pelo MPT de Araraquara (SP) com base em "graves irregularidades levantadas pelo procurador Rafael de Araújo Gomes nas obras de construção de uma usina de cana-de-açúcar em Angola" e após reportagem sobre maus tratos nas obras veiculada pela rede britânica BBC.

Maior empresa de construção da América Latina, a Odebrecht, é o maior empregador privado de Angola, segunda maior produtora de petróleo da África e onde várias empresas brasileiras estão envolvidas nos setores de energia e construção civil.

Segundo o MPT, trabalhadores contratados na cidade de Américo Brasiliense, a cerca de 300 quilômetros de capital paulista, foram enviados ao exterior sem visto válido de trabalho.

"Como resultado, os trabalhadores que foram apanhados na cidade de Cacuso (no norte de Angola) pela polícia angolana foram presos, sendo que a maioria preferiu, depois disso, não sair dos alojamentos na própria obra", afirmou o MPT em comunicado à imprensa. 

Em 8 de maio passado, o portal Portugal Digital informou:

Lula visitou o município de Capanda, no norte de Angola, onde manifestou satisfação com a parceria entre empresas brasileiras e angolanas na construção da Companhia de Bioenergia de Angola (Biocom), que vai produzir açúcar, etanol e energia elétrica, visando impulsionar o desenvolvimento económico e fortalecer a cooperação entre os dois países, noticiou a Angop.

"Estou bastante impressionado em saber que empresas brasileiras e angolanas estão ajudando a promover e a desenvolver cada vez mais a independência alimentar do país", realçou Lula, no final da visita que efectuou ao projecto Biocom,  localizado no Polo Agro-industrial de Capanda, região na província de Malange, com grandes investimentos da brasileira Odebrecht.

A Companhia de Bionergia de Angola resulta de uma parceria entre a estatal angolana de petróleos Sonangol e os grupos brasileiro Odebrecht e angolano Damer.

Segundo Lula, com a produção de açúcar, etanol e energia elétrica, o projeto Biocom vai contribuir para o desenvolvimento do país e assegurar a sustentabilidade alimentar do povo angolano.
 
 

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