O post abaixo compara a CNI-Ibope de Março de 2014 com a de Junho
de 2014. Este post compara pesquisas Ibope feitas no intervalo dos
últimos 10 dias.
No período de 10 dias, o Ibope realizou duas pesquisas praticamente
idênticas. Mesmo universo, mesmo número de entrevistas, mesmas
perguntas. A primeira (tabela 1) para a União Nacional dos Vereadores e a
segunda publicada hoje (tabela 2), para a Confederação Nacional da
Indústria.
Observem que na comparação entre Dilma e Aécio no segundo turno, a
petista aumenta 1 ponto percentual e o tucano cai 3. Tudo dentro da
margem de erro, mas vejam as mudanças nas regiões e tentem descobrir
alguma lógica de mudança nestes 10 dias.
Especialmente no Sudeste, Dilma ganha 4 pontos e Aécio perde 4 pontos.
Isto na semana em que Dilma é vaiada no estádio e na semana em que o
PSDB fez convenções em Minas, que Aécio recebeu amplo apoio no Rio e que
houve a convenção nacional do partido em São Paulo. Está na cara que aí
existe alguma coisa muito estranha. Vejam também a variação dos brancos
e nulos, bem como dos indecisos e tirem as suas próprias conclusões.
Outra bobagem. Dilma cai 8 pontos no Nordeste, onde Aécio cresce 2. O
que o Ibope "encontra"? Um aumento de 5 pontos percentuais nos
indecisos, brancos e nulos.
No Sul, então, é escandaloso. Dilma cresce 4 pontos e Aécio cai 5. O
percentual de votos não validados continua rigorosamente o mesmo, em
17%.
O Ibope faz uma ginástica enorme para virar a eleição no Sudeste, onde
Dilma foi vaiada e onde vários partidos estão decidindo as suas
coligações. Também mexe no Sul, a segunda região onde Aécio tem alto
potencial eleitoral. Por fim, acaba com o empate e dá liderança para a
petista no Norte e Centro-Oeste. Como prêmio oferece um "crescimento" no
Nordeste, onde todos sabem que a liderança de Dilma é altíssima.
O Ibope sugere, assim, números que podem indicar uma retomada da petista
nas intenções de voto, mesmo que a avaliação de governo esteja cada vez
mais declinante, chegando hoje a 52% que não confiam na presidente.
Para delírio do Toledo do Estadão. É o velho Ibope de sempre,
manipulando as margens de erro, fazendo jus à sua fama. Ainda mais
quando tem um contrato milionário com o Governo Federal. Aguardemos,
pois, a próxima pesquisa Datafolha, entre todas a mais isenta.
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