quinta-feira, 19 de junho de 2014

O mesmo Ibope (manipulado?) de sempre.


O post abaixo compara a CNI-Ibope de Março de 2014 com a de Junho de 2014. Este post compara pesquisas Ibope feitas no intervalo dos últimos 10 dias.

No período de 10 dias, o Ibope realizou duas pesquisas praticamente idênticas. Mesmo universo, mesmo número de entrevistas, mesmas perguntas. A primeira (tabela 1) para a União Nacional dos Vereadores e a segunda publicada hoje (tabela 2), para a Confederação Nacional da Indústria.

Observem que na comparação entre Dilma e Aécio no segundo turno, a petista aumenta 1 ponto percentual e o tucano cai 3. Tudo dentro da margem de erro, mas vejam as mudanças nas regiões e tentem descobrir alguma lógica de mudança nestes 10 dias.

Especialmente no Sudeste, Dilma ganha 4 pontos e Aécio perde 4 pontos. Isto na semana em que Dilma é vaiada no estádio e na semana em que o PSDB fez convenções em Minas, que Aécio recebeu amplo apoio no Rio e que houve a convenção nacional do partido em São Paulo. Está na cara que aí existe alguma coisa muito estranha. Vejam também a variação dos brancos e nulos, bem como dos indecisos e tirem as suas próprias conclusões.

Outra bobagem. Dilma cai 8 pontos no Nordeste, onde Aécio cresce 2. O que o Ibope "encontra"? Um aumento de 5 pontos percentuais nos indecisos, brancos e nulos. 

No Sul, então, é escandaloso. Dilma cresce 4 pontos e Aécio cai 5. O percentual de votos não validados continua rigorosamente o mesmo, em 17%.

O Ibope faz uma ginástica enorme para virar a eleição no Sudeste, onde Dilma foi vaiada e onde vários partidos estão decidindo as suas coligações. Também mexe no Sul, a segunda região onde Aécio tem alto potencial eleitoral. Por fim, acaba com o empate e dá liderança para a petista no Norte e Centro-Oeste. Como prêmio oferece um "crescimento" no Nordeste, onde todos sabem que a liderança de Dilma é altíssima.

O Ibope sugere, assim, números que podem indicar uma retomada da petista nas intenções de voto, mesmo que a avaliação de governo esteja cada vez mais declinante, chegando hoje a 52% que não confiam na presidente. Para delírio do Toledo do Estadão. É o velho Ibope de sempre, manipulando as margens de erro, fazendo jus à sua fama. Ainda mais quando tem um contrato milionário com o Governo Federal. Aguardemos, pois, a próxima pesquisa Datafolha, entre todas a mais isenta.


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