Aqui o vídeo onde Gilberto Carvalho desmente Lula. Não era só elite
não. Era povo. Como diz Gilbertinho, o mordomo do Lula, " a coisa
desceu". Cortesia do Sharp Random. Abaixo, matéria da Mariazinha Lima,
de O Globo.
Com o Congresso Nacional e a
imprensa na mira, o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto
Carvalho, passou duas horas nesta quarta-feira articulando com blogueiros,
ativistas e jornalistas pró-governo estratégias para enfrentar nas redes
sociais, instâncias governamentais e nas ruas a guerra pela aprovação do
polêmico decreto da presidente Dilma Rousseff que cria conselhos de
participação popular na formulação de políticas públicas.
Durante a reunião,
realizada no Palácio do Planalto e transmitida pela internet, houve muita
cobrança para que o governo leve a frente projetos de regulação de mídia e
redistribuição de verba publicitária, além de críticas aos partidos da base por
não apoiar o decreto.
Nos discursos em que pediu apoio
dos blogueiros e ativistas, Gilberto alertou que o governo enfrenta uma
correlação de forças cada dia mais complicada e essa será a eleição mais dura
para o PT.
Ele admitiu que o governo não travou como devia o debate para responder a “pancadaria” da mídia, que segundo ele, resultaram nos ataques a Dilma no estádio do Itaquerão.
Ele admitiu que o governo não travou como devia o debate para responder a “pancadaria” da mídia, que segundo ele, resultaram nos ataques a Dilma no estádio do Itaquerão.
Contrariando Lula, Carvalho disse que não tinha
só “elite branca” entre os que xingaram a presidente . Ele reconheceu que as
denúncias feitas pela imprensa sobre aparelhamento do governo e de não
enfrentamento da corrupção, tiveram impacto não só na elite, mas também nas
classes mais baixas.
- Não fizemos o debate na mídia
para valer. Passamos esse tempo todo com uma pancadaria diária deu resultado.
Essa pancadaria diária é o que resultou no palavrão para a presidente Dilma lá
no Itaquerão. E me permitam pessoal! Lá no Itaquerão não tinha só elite branca
lá não! Eu fui para o jogo, não no estádio, fiquei ali pertinho numa escola,
para acompanhar os movimentos. Eu fui e voltei de metrô. Não tinha só elite no
metrô não! Tinha muito moleque gritando palavrão dentro do metrô que não tinha
nada a ver com elite branca - contou Carvalho, completando:
- A coisa desceu! Tá? Isso foi
gotejando, água mole em pedra dura, esse cacete diário de que não enfrentamos a
corrupção, que aparelhamos o estado, que nós somos um bando de aventureiros que
veio aqui para se locupletar, essa história pegou! Na classe média, na elite da
classe média e vai gotejando, vai descendo! Porque não demos combate, não
conseguimos fazer o contraponto. Essa eleição agora vai ser a mais difícil de
todas.
Na avaliação feita ao final do
debate, Gilberto Carvalho alertou que os aliados não estão sabendo travar o
debate nas redes sociais. - Estamos no limiar de um novo
tempo. Há uma mudança brutal nas formas de organização nas redes. Nós,
sinceramente, não estamos preparados, ainda estamos tentando entender - disse.
Mas o tom do ministro Gilberto
Carvalho, longe de parecer um recuo, era de partir para cima para aprovar de
qualquer jeito o decreto dos conselhos populares. Disse que há uma onda
propalada inicialmente pelos meios de comunicação para, nitidamente, travar uma
guerra ideológica contra qualquer tentativa de democratização e uma enorme
pressão sobre o Congresso Nacional. E citou os projetos de decreto legislativo
apresentados pelo DEM, PPS e PSDB para anular o decreto de Dilma, que conta com
o apoio do principal aliado do governo, o PMDB.
- A gente foi surpreendido e
ficamos um pouco assustados com essa reação que não esperávamos, mas hoje
avaliamos que esse é um bom combate, um debate que nos interessa. Nossa atitude
agora não é de nos insurgir contra o Congresso, rivalizar com o Congresso, mas
de propor ao Congresso transformar esse limão numa limonada, abrir um debate
público sobre a participação popular no país. O decreto não tem que ser
revogado, mas podemos pensar em um projeto de lei que avance nas questões, na
linha de novas linguagens, que respondam ao que as ruas demandaram e continuam
demandando discursou Carvalho.
Em sua fala Gilberto Carvalho
disse que a reação ao decreto evidenciou que há na sociedade uma mudança
importante: surgiu uma posição de direita militante que não tinha antes. E
seguindo o padrão dos discursos do ex-presidente Lula, atribuiu aos meios de
comunicação uma influência sobre a criação desse movimento.
- Há uma vigilância permanente por
um conservadorismo muito marcado, que tem vindo muito acompanhado de um certo
ódio e adjetivação absurda da esquerda, muito presente e que se expressa de uma
forma muito forte, por razões óbvias, nos meios de comunicação. Isso nãos nos
surpreende, pelo contrário, nos estimula a provocar esse debate. O que está em
jogo é o debate pela hegemonia política nesse país que vai muito além do
significado desse decreto. O decreto vale hoje mais pelo que significa, do que
pelo que diz o seu texto. Temos de comprar essa briga! - conclamou Gilberto.
E todos prometeram se alinhar na
“trincheira” para disputar com os opositores ao decreto. Começou com Marcelo
Branco, ativista do Software Livre e responsável pelas redes sociais na
primeira campanha da presidente Dilma, que prometeu estar junto na briga.
- Fiquei estarrecido! Com tudo
que aconteceu nesse país, como ainda pode ter forças contra a participação
popular nas decisões do governo? - protestou Marcelo Branco
Representando a Revista Forum, o
jornalista Renato Rovai acusou a mídia tradicional de organizar setores da
política contra os avanços propostos. E criticou o governo por não usar a TV
Brasil, emissora pública, para defender a proposta dos conselhos.
- Eu sei que o senhor não é o
dono da TV Brasil, mas a TV Brasil não entra em nada! É preciso que o governo
assuma seus riscos para animar os que estão assumindo riscos do lado de cá -
cobrou Rovai.
O ativista Pablo Capilé, do
coletivo Fora do Eixo, avaliou que num momento em que Cuba e o bolivarianismo
estão no centro da disputa ideológica, era mesmo muito fácil que a discussão do
decreto de Dilma se transformasse numa ferramenta nas mãos da oposição. Disse
que o governo Dilma falhou ao deixar que a grande imprensa fizesse a disputa
como queria, e que falta um sistema público de comunicação para “empatar” e
revidar as “porradas” da “mídia hegemônica”.
Capilé disse ainda que Lula
voltou a carga para aprovar a regulamentação da mídia, mas o governo não
enfrentou esse debate e a mídia independente não tem financiamento nem uma
política pública de comunicação para disputar com a grande mídia.
- Dos 413 deputados, 400 são de
direita. Dos 83 senadores, 60 são de direita. Dos 27 governadores, 22 são de
direita. O poder é de direita, como se governa desse jeito? Como estabelecer um
equilíbrio para dar uma guinada para a esquerda? - discursou Capilé, dizendo
ser fundamental a aprovação de um marco civil da organização social.
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