Cerca de 100 pessoas participaram do protesto, segundo estimativas da Polícia Militar e da organização do ato
Traves brancas, piso verde, camisas amarelas. Estava armado o
jogo, mas, desta vez, fora do estádio. Em um campo improvisado no Eixo
Monumental, principal via que dá acesso ao Estádio Nacional de Brasília -
Mané Garrincha, arena esportiva, um grupo de manifestantes promoveu um
jogo de futebol como forma de protestar.
Eles convocaram a Polícia Militar para jogar. “Baixa a arma e vem jogar”, cantavam os ativistas. Os policiais montaram duas barreiras para impedir a aproximação do protesto do estádio. Cerca de 100 pessoas participaram do protesto que ocorreu nesta quinta-feira (19).
O ato lúdico foi uma crítica, dos movimentos sociais, à militarização da polícia e ao uso da violência em abordagens das forças de segurança.
“A gente está aqui discutindo a desmilitarização da polícia e o extermínio da juventude negra, que são temas correlatos, porque a guerra às drogas e a atuação da polícia nas comunidades acaba exterminando a juventude”, explicou Larissa Araújo, integrante do Comitê Popular da Copa.
Desde o início da Copa, parte dos protestos terminou em confrontos e com pessoas feridas, entre as quais sete jornalistas. Em uma semana, cerca de 200 pessoas foram detidas em atos pelo país. Por isso, os manifestantes também criticaram as prisões dos ativistas, que têm sido enquadrados, por exemplo, por incitação ao crime, como ocorreu em Fortaleza e em Natal, e depredação de patrimônio, como em Belo Horizonte.
O protesto de hoje teve início na Rodoviária do Plano Piloto. Ao redor do grupo, um grande contingente policial acompanhou a movimentação. Segundo o tenente-coronel André Luiz, que comandou a operação, cerca de 1.200 homens e mais 12 viaturas estavam no local.
Questionado se era possível uma partida de futebol entre manifestantes e policiais, ele espondeu: “Nós estamos aqui para manter a ordem pública, o direito de manifestar. A gente espera que tudo ocorra dentro da normalidade”. “Sem jogo”, acrescentou.
A população que passava pelo local registrou a movimentação em fotos e vídeos. O pedreiro Aguinaldo Verdiano disse que as críticas ao Mundial eram “necessárias”. Ele acredita que a Copa foi feita “a favor de todos”, mas considera legítimo o protesto. Depois de fazer vídeo e vender o ingresso que tinha para o jogo entre Colômbia e Costa do Marfim, voltou para casa, em Águas Lindas de Goiás.
Já o servidor público Artur Silva participou de todo o ato. “A gente vê que os investimentos para equipar e capacitar a polícia para um tipo de ação, que é uma ação repressiva, foram muito maiores que os investimentos para se pensar em prevenção à violência efetiva”, disse, destacando que “as prioridades não estão no discurso, elas se refletem onde a gente gasta o nosso tempo e o nosso recurso”.
Para Silva, os manifestantes têm o direito de ir para a rua levar uma mensagem “que não está passando nas propagandas da Copa do Mundo”.
Em greve, professores e técnicos administrativos, organizados pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), se somaram ao protesto.
Integrante do Comando Nacional de Greve, Shilton Roque explicou que os trabalhadores reivindicam melhorias para as categorias desde 2012, luta que foi intensificada no último ano. Há 60 dias em greve, ele considera importante participar dos atos, pois “esse é um momento em que o país fervilha politicamente”.
Os servidores querem isonomia de benefícios, reestruturação da carreira. Também reivindicam por melhores condições de trabalho e por melhorias no ensino federal. Na última terça-feira (17), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em medida liminar, a suspensão da greve e o retorno imediato dos servidores às atividades.
O fim da paralisação, contudo, ainda está sendo avaliado pelos trabalhadores.
Ao longo das três horas de duração do ato, nenhum incidente foi registrado. Apenas os torcedores que estavam indo para o estádio podiam passar pela barreira policial. Os que portavam bolsas ou mochilas eram revistados.
Um dos policiais da operação usou um celular para registrar momentos do protesto. Questionado sobre o ato, o policial, que não quis se identificar, disse “eu concordo com metade do que eles dizem. Só não concordo quando xingam os policiais ou quando usam a violência, mas esses gastos aí... Eu sou contra”.
Com o fim da partida, que não teve a participação dos policiais, os manifestantes seguiram cantando e entoando palavras de ordem pelo Eixo Monumental, rumo à rodoviária. Lá, eles avaliaram o ato e planejaram as próximas ações. No dia 23, quando Brasil e Camarões irão jogar no Mané Garrincha, um novo protesto deve ser organizado.
Eles convocaram a Polícia Militar para jogar. “Baixa a arma e vem jogar”, cantavam os ativistas. Os policiais montaram duas barreiras para impedir a aproximação do protesto do estádio. Cerca de 100 pessoas participaram do protesto que ocorreu nesta quinta-feira (19).
O ato lúdico foi uma crítica, dos movimentos sociais, à militarização da polícia e ao uso da violência em abordagens das forças de segurança.
“A gente está aqui discutindo a desmilitarização da polícia e o extermínio da juventude negra, que são temas correlatos, porque a guerra às drogas e a atuação da polícia nas comunidades acaba exterminando a juventude”, explicou Larissa Araújo, integrante do Comitê Popular da Copa.
Desde o início da Copa, parte dos protestos terminou em confrontos e com pessoas feridas, entre as quais sete jornalistas. Em uma semana, cerca de 200 pessoas foram detidas em atos pelo país. Por isso, os manifestantes também criticaram as prisões dos ativistas, que têm sido enquadrados, por exemplo, por incitação ao crime, como ocorreu em Fortaleza e em Natal, e depredação de patrimônio, como em Belo Horizonte.
O protesto de hoje teve início na Rodoviária do Plano Piloto. Ao redor do grupo, um grande contingente policial acompanhou a movimentação. Segundo o tenente-coronel André Luiz, que comandou a operação, cerca de 1.200 homens e mais 12 viaturas estavam no local.
Questionado se era possível uma partida de futebol entre manifestantes e policiais, ele espondeu: “Nós estamos aqui para manter a ordem pública, o direito de manifestar. A gente espera que tudo ocorra dentro da normalidade”. “Sem jogo”, acrescentou.
A população que passava pelo local registrou a movimentação em fotos e vídeos. O pedreiro Aguinaldo Verdiano disse que as críticas ao Mundial eram “necessárias”. Ele acredita que a Copa foi feita “a favor de todos”, mas considera legítimo o protesto. Depois de fazer vídeo e vender o ingresso que tinha para o jogo entre Colômbia e Costa do Marfim, voltou para casa, em Águas Lindas de Goiás.
Já o servidor público Artur Silva participou de todo o ato. “A gente vê que os investimentos para equipar e capacitar a polícia para um tipo de ação, que é uma ação repressiva, foram muito maiores que os investimentos para se pensar em prevenção à violência efetiva”, disse, destacando que “as prioridades não estão no discurso, elas se refletem onde a gente gasta o nosso tempo e o nosso recurso”.
Para Silva, os manifestantes têm o direito de ir para a rua levar uma mensagem “que não está passando nas propagandas da Copa do Mundo”.
Em greve, professores e técnicos administrativos, organizados pelo Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica (Sinasefe), se somaram ao protesto.
Integrante do Comando Nacional de Greve, Shilton Roque explicou que os trabalhadores reivindicam melhorias para as categorias desde 2012, luta que foi intensificada no último ano. Há 60 dias em greve, ele considera importante participar dos atos, pois “esse é um momento em que o país fervilha politicamente”.
Os servidores querem isonomia de benefícios, reestruturação da carreira. Também reivindicam por melhores condições de trabalho e por melhorias no ensino federal. Na última terça-feira (17), o Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou, em medida liminar, a suspensão da greve e o retorno imediato dos servidores às atividades.
O fim da paralisação, contudo, ainda está sendo avaliado pelos trabalhadores.
Ao longo das três horas de duração do ato, nenhum incidente foi registrado. Apenas os torcedores que estavam indo para o estádio podiam passar pela barreira policial. Os que portavam bolsas ou mochilas eram revistados.
Um dos policiais da operação usou um celular para registrar momentos do protesto. Questionado sobre o ato, o policial, que não quis se identificar, disse “eu concordo com metade do que eles dizem. Só não concordo quando xingam os policiais ou quando usam a violência, mas esses gastos aí... Eu sou contra”.
Com o fim da partida, que não teve a participação dos policiais, os manifestantes seguiram cantando e entoando palavras de ordem pelo Eixo Monumental, rumo à rodoviária. Lá, eles avaliaram o ato e planejaram as próximas ações. No dia 23, quando Brasil e Camarões irão jogar no Mané Garrincha, um novo protesto deve ser organizado.
Fonte: Agência Brasil Jornal de Brasilia
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