Aécio deverá decidir, até segunda-feira, quem será o vice da sua
chapa. Tudo indica que será um paulista, mais provavelmente o senador
Aloysio Nunes Ferreira. Poderá ele unir novamente o partido no maior
colégio eleitoral do país? Ou será melhor buscar um vice nordestino,
mesmo que por lá não existam nomes que agreguem votos como um
representante do maior estado brasileiro? Leiam, abaixo, o trecho de
matéria da Folha, de hoje, para ver o que está ocorrendo no PSDB de São
Paulo. Os tucanos continuam sendo, como sempre, os maiores adversários
de si mesmos.
Kassab vinha negociando há meses um acordo com os tucanos.
No auge das negociações, foi sondado por emissários de Alckmin sobre a
possibilidade de ser o vice na disputa à reeleição. Mas a negociação naufragou por decisão do próprio Alckmin,
que preferiu fechar aliança com o PSB na vice.
O PSDB paulista, então, ofereceu na última quarta-feira (25)
a vaga de senador a Kassab. A iniciativa contrariou tratativas do próprio
governador com o candidato dos tucanos à Presidência, o senador Aécio Neves
(MG), e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.
Dias antes, em encontro reservado, Aécio e FHC defenderam
que o ex-governador José Serra (PSDB) fosse o candidato ao Senado. Alckmin não
se opôs nem disse que iria ofertar o posto a Kassab. Serra, que em maio havia mencionado a intenção de concorrer
a senador, foi avisado por Aécio da articulação. Quando soube que a cúpula da
sigla havia concordado em defender seu nome, disse, então, que topava.
Essa conversa ocorreu na noite da última terça-feira (24).
No dia seguinte, Alckmin disse à imprensa que havia oferecido a vaga de senador
a Kassab. A atitude do governador deflagrou descontentamentos em série
no PSDB, e chegou ao auge na quarta (25) à noite, quando FHC, por telefone,
discutiu com Alckmin. O ex-presidente teria cobrado o compromisso firmado
anteriormente. Alckmin viu na atitude uma "intervenção" em seu
palanque.
No dia seguinte, Serra foi ao Bandeirantes reafirmar a
disposição de concorrer ao Senado. Ouviu que seu nome não era aceito por alguns
dos partidos que integram a aliança de Alckmin e que o governo não poderia
garantir que ele seria o único candidato da chapa.
Do Bandeirantes, Serra seguiu para uma reunião com Kassab. O
ex-prefeito é um dos políticos a quem ele é mais ligado. Kassab apenas
ressaltou sua "lealdade pessoal" a Serra. Não disse o que faria. Na
manhã seguinte, reuniu aliados no partido e anunciou o apoio a Skaf.
No início de abril de 2018, Geraldo Alckmin estará deixando o governo
de São Paulo para concorrer a um novo mandato de senador, deputado ou
até mesmo para pleitear uma indicação partidária para concorrer à
presidência da República. Deixará no seu lugar um vice do PSB, maior
adversário do PSDB depois do PT.
Este vice terá seis meses para
consolidar a sua candidatura a governador, certamente apoiado por todos
aqueles que querem varrer os tucanos de São Paulo. Claro, isto ocorrerá
se Alckmin se reeleger. As suas últimas decisões somente o afastaram do
próprio partido e alimentaram um inimigo que fica cada vez mais forte.
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