sábado, 28 de junho de 2014

Em convenção, Marina apela para candidatos evitarem tática do 'medo'

 28/06/2014 16h36

Ex-senadora discursou em ato que oficializou chapa com Eduardo Campos.


Durante evento, ela comentou o fato de o TSE ter negado registro à Rede.



 Do G1, em Brasília





Candidata a vice-presidente na chapa do ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB), a ex-senadora Marina Silva apelou neste sábado (28), durante a convenção que oficializou as duas candidaturas, que seus adversários na corrida presidencial não recorram à tática do "medo". 


Sem citar nomes ou episódios, Marina defendeu uma disputa eleitoral "limpa" e um "pacto de não agressão" entre os candidatos.


"Não se constrói nada com base no medo. O medo não é uma energia boa para transformar. Queremos que esse gesto, que esse movimento, esteja reafirmando o tempo todo na ideia de que o Brasil possa ter um lugar para uma agenda que introduza na nossa democracia a alternância de poder", ponderou a ex-senadora.


Em meio ao seu discurso na convenção nacional, Marina comentou o fato de o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) ter negado, no ano passado, conceder registro à Rede Sustentabilidade. Com a decisão da Justiça Eleitoral, Marina se filiou provisoriamente ao PSB e se uniu à chapa de Campos, como candidata a vice.


 
"Tentando nos eliminar prematuramente, nos deram a oportunidade de nos juntar para nos fortalecer. Talvez não prematuramente, mas no tempo da adversidade em que a gente junta o possível para criar o aparentemente impossível", declarou.

Ao longo da declaração, a ex-ministra do Meio Ambiente minimizou recentes desentendimentos com o PSB e comparou a relação entre as duas siglas, que teve início em outubro do ano passado, com uma "gestação".

"E para os que veem na gestação a beleza de colocar uma vida no mundo, nós ficamos muito felizes de poder, nesses nove meses, estar aqui para dizer que essa criança nasceu", ressaltou a candidata a vice de Campos.

Marina disse ainda que ela e Campos promoverão uma “mudança de qualidade” no Brasil caso vençam a eleição de outubro. Segundo ela, é preciso transformar o país e, ao mesmo tempo, “preservar conquistas obtidas nas últimas décadas, como controle da inflação e responsabilidade fiscal.

"A mudança com qualidade é aquela capaz de preservar as conquistas, corrigir os erros e encarar os novos desafios. A base da nossa aliança é aprofundar a democracia, sem deixar de considerar os ganhos da estabilidade econômica, [...] que deu para o país o senso de responsabilidade fiscal”, disse.

Sustentabilidade
Conhecida pela defesa do meio ambiente, Marina Silva defendeu, durante o ato partidário em Brasília, uma política capaz de aliar o aumento da capacidade de produção com a proteção ambiental. 


"Outro ponto [do projeto de governo] é a necessidade histórica de sair do modelo predatório de desenvolvimento que, para produzir os bens e serviços de que necessitamos, usa os recursos naturais. Temos o compromisso com a mudança do modelo de desenvolvimento predatório para o modelo sustentável de desenvolvimento", afirmou.

Segundo a candidata a vice na chapa de Campos, é preciso aumentar a produção e, ao mesmo tempo, investir em ciência, tecnologia e inovação.



O candidato do PSB à Presidência, Eduardo Campos, ao lado de Marina Silva, candidata a vice (Foto: Nathalia Passarinho / G1) 
A candidata a vice-presidente pelo PSB, Marina  Silva, ao lado do candidato a presidente, Eduardo  Campos, durante convenção em Brasília


 
Durante o discurso, Eduardo Campos também falou sobre "as conquistas do passado" e afirmou que elas serão mantidas em seu governo, caso seja eleito. O candidato do PSB ao Palácio do Planalto disse ainda, sem citar outros candidatos, que há "equívoco"



"As conquistas do passado serão garantidas pelo nosso governo. (...) Não pode ficar olhando para trás e achar que a futura eleição, daqui a quatro meses,  poderá ser a disputa do passado com o passado", afirmou.


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