Para que Lula, Dilma e o PT não tentem se apropriar do legado de
Eduardo Campos, é bom que a gente lembre, como este blog está fazendo, o
seu pensamento e também o que o petismo pensava dele. Como o texto
abaixo, publicado em 7 de janeiro passado, no facebook do Partido dos Trabalhadores.
A BALADA DE EDUARDO CAMPOS
Por um momento, desses que enchem os incautos de certezas, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, achou que era, enfim, o escolhido.
Por um momento, desses que enchem os incautos de certezas, o governador Eduardo Campos, de Pernambuco, achou que era, enfim, o escolhido.
Beneficiário singular da boa
vontade dos governos do PT, de quem se colocou, desde o governo Lula, como
aliado preferencial, Campos transformou sua perspectiva de poder em desespero
eleitoral, no fim do ano passado.
Estimulado pelos cães de guarda
da mídia, decidiu que era hora de se apresentar como candidato a presidente da
República – sem projeto, sem conteúdo e, agora se sabe, sem compostura
política.
O velho Miguel Arraes, avô de
Eduardo Campos, faz bem em já não estar entre nós, porque, ainda estivesse,
morreria de desgosto. E não se trata
sequer da questão ideológica, já que a travessia da esquerda para a direita é
uma espécie de doença infantil entre certa categoria de políticos brasileiros,
um sarampo do oportunismo nacional. Não é isso.
Ao descartar a aliança com o PT e
vender a alma à oposição em troca de uma probabilidade distante – a de ser presidente
da República –, Campos rifou não apenas sua credibilidade política, mas se
mostrou, antes de tudo, um tolo.
Acreditou na mesma mídia que, até
então, o tratava como um playboy mimado pelo “lulo-petismo”, essa expressão
também infantilóide criada sob encomenda nas redações da imprensa brasileira.Em meio ao entusiasmo, Campos foi
levado a colocar dentro de seu ninho pernambucano o ovo da serpente chamado
Marina Silva, este fenômeno da política nacional que, curiosamente, despreza a
política fazendo o que de pior se faz em política: praticando o adesismo puro e
simples.
Vaidosa e certa, como Campos, de
que é a escolhida, Marina virou uma pedra no sapato do governador de
Pernambuco, do PSB e da triste mídia reacionária que em torno da dupla pensou
em montar uma cidadela.
Como até os tubarões de Boa
Viagem sabem que o objetivo de Marina é se viabilizar como cabeça da chapa
presidencial pretendia pelo PSB, é bem capaz que o governador esteja pensando
com frequência na enrascada em que se meteu.
Eduardo Campos é o resultado de
uma série de medidas que incluem a disposição de Lula em levar para Pernambuco
a Refinaria Abreu e Lima, em parceria com a Venezuela, depois de uma luta de
mais de 50 anos. Sem falar nas obras da transposição do Rio São Francisco e a Transnordestina.
Ou do Estaleiro Atlântico Sul, fonte de empregos e prestígio que Campos usou
tão bem em suas estratégias eleitorais.
Pernambuco recebeu 30 bilhões de
reais do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC, do qual a presidenta
Dilma Rousseff foi a principal idealizadora e gestora. O estado também ganhou
sete escolas técnicas federais, além de cinco campi da Universidade Federal
Rural construídos para melhorar a vida do estudante do interior.
Eduardo Campos cresceu,
politicamente, graças à expansão de programas como Projovem, Samu, Bolsa
Família, Luz para Todos, Enem, ProUni e Sisu. Sem falar no Pronasci, que
contribuiu para a diminuição da criminalidade no estado, por muito tempo um dos
mais violentos do País. Campos poderia ser grato a tudo isso e, mais à frente,
com maturidade e honestidade política, tornar-se o sucessor de um projeto
político voltado para o coletivo, e não para o próprio umbigo.
Arrisca-se, agora, a ser lembrado
por ter mantido entre seus quadros um secretário de Segurança Pública, Wilson
Damázio, que defendeu estupradores com o argumento de que as meninas pobres do
Recife, obrigadas a fazer sexo oral com marginais da Polícia Militar, assim
agiam por não resistirem ao charme da farda.
PARTIDO DOS TRABALHADORES
A trágica morte de Eduardo Campos deixa o Brasil triste. Nesse momento de profunda dor, estendemos nossas condolências à família desse grande brasileiro, seus amigos e seus correligionários.
Rui Falcão, presidente Nacional do Partido dos Trabalhadores.”
CoroneLeaks
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