O senador e candidato ao governo do Distrito Federal pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, defende um choque de gestão, com eleição direta para os administradores das 31 regiões que compõem o DF – antes chamadas de "cidades satélite"; atualmente, o governador é quem escolhe os administradores, tidos como "prefeitos" dessas regiões; "Nós entendemos que quem tem que escolher os administradores é a população da cidade", afirmou o congressista
Brasília 247 – O senador e candidato ao governo
do Distrito Federal pelo PSB, Rodrigo Rollemberg, defende um choque de
gestão, com eleição direta para os administradores das 31 regiões que
compõem o DF – antes chamadas de "cidades satélite". Atualmente, o
governador é quem escolhe os administradores, tidos como "prefeitos"
dessas regiões.
"Nós entendemos que quem tem que escolher os administradores é a população da cidade", afirmou Rollemberg ao Portal UOL.
Questionado sobre suas principais propostas para a saúde, o parlamentar informou que pretende "melhorar a infraestrutura hospitalar no Distrito Federal, pois a maior necessidade hoje é de ter um hospital do câncer". "Mas queremos hospitais, queremos UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] com médicos trabalhando, acrescentou.
Fazendo um elogio indireto ao presidenciável pelo seu partido, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, Rollemberg falou sobre suas propostas para a área de segurança pública. "Faremos como em Pernambuco, em que o governador, uma vez por semana, se reúne com toda a equipe do governo, a área de segurança e as demais áreas, além de representantes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, para fazer um monitoramento", disse.
Confira os principais trechos da entrevista:
Como avalia a mudança da sede do governo do Palácio do Buriti para a cidade de Taguatinga, prevista para este semestre?
Acho positiva. Hoje, 47% dos empregos do Distrito Federal estão concentrados no Plano Piloto e isso faz com que haja um movimento pendular todos os dias, de vinda para cá de manhã e de volta no final da tarde. Isso será reduzido com a mudança do centro administrativo, mas é muito importante também mudarmos o modelo das nossas administrações regionais.
De que forma?
Hoje, temos administrações regionais em que 100% dos servidores são comissionados, são servidores de livre provimento. Quando muda o administrador, muda 100% da administração, não fica nem a memória da administração. Temos muitos administradores que sequer moram nas cidades que administram. A maioria serve mais aos deputados distritais que os indicam do que ao conjunto da população. Precisamos mudar isso, colocando servidores concursados, qualificados e promovendo eleição direta para os administradores regionais.
No nosso governo, vamos fazer a reorganização das administrações com servidores efetivos e, em seguida, vamos fazer eleição direta para administradores regionais. Nós entendemos que quem tem que escolher os administradores é a população da cidade.
Teria que haver mudança de legislação, não?
Sim, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal deu um prazo para o governo do DF regulamentar o artigo 6º da Lei Orgânica que diz que a lei definirá a forma de participação popular para a escolha dos administradores regionais. O governo está obrigado a definir e a regulamentar isso.
Acha que pode encontrar resistência na Câmara Legislativa?
Essa regulamentação depende da Câmara Legislativa, mas é de iniciativa exclusiva do governador do Distrito Federal. [Se] O governo está fazendo as coisas certas e tem o apoio da sociedade, o deputado distrital que ficar contra o governo terá um ônus muito grande.
E daria tempo de fazer uma eleição direta para os administradores regionais em um mandato?
Depois de fazermos um concurso público e que essas administrações regionais já estejam com engenheiros, arquitetos com quadro qualificado de servidores concursados, será possível regulamentar as eleições diretas e realizá-las, se for o caso, no curso do mandato ou no início do próximo mandato.
Em uma pesquisa recente do Ibope, saúde foi apontada por 42% dos entrevistados como a área mais problemática do Distrito Federal. Quais são as suas propostas?
O Distrito Federal, segundo o Ministério da Saúde, está em 20º lugar entre as 27 unidades da federação na qualidade do atendimento em saúde e apenas 27% da população tem acesso ao Saúde da Família, uma das coberturas mais baixas do Brasil.
Vamos investir na promoção da saúde e na prevenção, contratando agentes comunitários em grande quantidade através de concurso público para fazer a prevenção. Queremos melhorar a infraestrutura hospitalar no Distrito Federal, pois a maior necessidade hoje é de ter um hospital do câncer. Mas queremos hospitais, queremos UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] com médicos trabalhando. Não adianta ter um hospital e não ter médico. Isso, em grande parte, é gestão, porque, pela Organização Mundial da Saúde, temos médicos suficientes. O problema é que eles não estão bem alocados.
Quais os planos para a segurança pública visando reduzir os índices de violência e evitar novas "operações Tartaruga" pelas polícias?
É fundamental motivar os policiais militares, bombeiros e policiais civis, discutindo plano de cargos e salários que seja possível de ser implementado e que traga melhoria de condições de trabalho. Vamos implantar um programa que tem como princípios a prevenção, a inteligência e o combate ao crime. Iremos dividir o Distrito Federal em regiões e criar metas de redução para cada região, com um coordenador escolhido por concurso público para coordenar cada uma. Faremos como em Pernambuco, em que o governador, uma vez por semana, se reúne com toda a equipe do governo, a área de segurança e as demais áreas, além de representantes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, para fazer um monitoramento. É fundamental também retomar o policiamento ostensivo com a polícia nas ruas através das duplas de "Cosme e Damião", policiamento de motocicleta e policiamento de carro.
E quanto à mobilidade urbana?
Hoje, a população está extremamente irritada porque está esperando muito tempo pelos ônibus, além de precisar pegar mais de uma condução. Temos também que fazer a integração dos meios de transporte. Vamos fazer a criação da tarifa única, não tem sentido uma pessoa que vai pegar dois ou três ônibus no mesmo período pagar duas ou três passagens. As pessoas têm que perceber que mobilidade urbana não é só obra, é, sobretudo, um serviço e, portanto, a questão da tarifa única e da integração é fundamental.
E temos que ter alternativas para os eixos de mobilidade urbana e que são os eixos de desenvolvimento do Distrito Federal. Por exemplo, na área do Entorno sul, ligando Brasília a Luziânia (GO), já temos uma estrada de ferro. A ideia é transformar essa linha de ferro, com as adaptações necessárias, em linha de passageiros.
"Nós entendemos que quem tem que escolher os administradores é a população da cidade", afirmou Rollemberg ao Portal UOL.
Questionado sobre suas principais propostas para a saúde, o parlamentar informou que pretende "melhorar a infraestrutura hospitalar no Distrito Federal, pois a maior necessidade hoje é de ter um hospital do câncer". "Mas queremos hospitais, queremos UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] com médicos trabalhando, acrescentou.
Fazendo um elogio indireto ao presidenciável pelo seu partido, Eduardo Campos, ex-governador de Pernambuco, Rollemberg falou sobre suas propostas para a área de segurança pública. "Faremos como em Pernambuco, em que o governador, uma vez por semana, se reúne com toda a equipe do governo, a área de segurança e as demais áreas, além de representantes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, para fazer um monitoramento", disse.
Confira os principais trechos da entrevista:
Como avalia a mudança da sede do governo do Palácio do Buriti para a cidade de Taguatinga, prevista para este semestre?
Acho positiva. Hoje, 47% dos empregos do Distrito Federal estão concentrados no Plano Piloto e isso faz com que haja um movimento pendular todos os dias, de vinda para cá de manhã e de volta no final da tarde. Isso será reduzido com a mudança do centro administrativo, mas é muito importante também mudarmos o modelo das nossas administrações regionais.
De que forma?
Hoje, temos administrações regionais em que 100% dos servidores são comissionados, são servidores de livre provimento. Quando muda o administrador, muda 100% da administração, não fica nem a memória da administração. Temos muitos administradores que sequer moram nas cidades que administram. A maioria serve mais aos deputados distritais que os indicam do que ao conjunto da população. Precisamos mudar isso, colocando servidores concursados, qualificados e promovendo eleição direta para os administradores regionais.
No nosso governo, vamos fazer a reorganização das administrações com servidores efetivos e, em seguida, vamos fazer eleição direta para administradores regionais. Nós entendemos que quem tem que escolher os administradores é a população da cidade.
Teria que haver mudança de legislação, não?
Sim, o Tribunal de Justiça do Distrito Federal deu um prazo para o governo do DF regulamentar o artigo 6º da Lei Orgânica que diz que a lei definirá a forma de participação popular para a escolha dos administradores regionais. O governo está obrigado a definir e a regulamentar isso.
Acha que pode encontrar resistência na Câmara Legislativa?
Essa regulamentação depende da Câmara Legislativa, mas é de iniciativa exclusiva do governador do Distrito Federal. [Se] O governo está fazendo as coisas certas e tem o apoio da sociedade, o deputado distrital que ficar contra o governo terá um ônus muito grande.
E daria tempo de fazer uma eleição direta para os administradores regionais em um mandato?
Depois de fazermos um concurso público e que essas administrações regionais já estejam com engenheiros, arquitetos com quadro qualificado de servidores concursados, será possível regulamentar as eleições diretas e realizá-las, se for o caso, no curso do mandato ou no início do próximo mandato.
Em uma pesquisa recente do Ibope, saúde foi apontada por 42% dos entrevistados como a área mais problemática do Distrito Federal. Quais são as suas propostas?
O Distrito Federal, segundo o Ministério da Saúde, está em 20º lugar entre as 27 unidades da federação na qualidade do atendimento em saúde e apenas 27% da população tem acesso ao Saúde da Família, uma das coberturas mais baixas do Brasil.
Vamos investir na promoção da saúde e na prevenção, contratando agentes comunitários em grande quantidade através de concurso público para fazer a prevenção. Queremos melhorar a infraestrutura hospitalar no Distrito Federal, pois a maior necessidade hoje é de ter um hospital do câncer. Mas queremos hospitais, queremos UPAs [Unidades de Pronto Atendimento] com médicos trabalhando. Não adianta ter um hospital e não ter médico. Isso, em grande parte, é gestão, porque, pela Organização Mundial da Saúde, temos médicos suficientes. O problema é que eles não estão bem alocados.
Quais os planos para a segurança pública visando reduzir os índices de violência e evitar novas "operações Tartaruga" pelas polícias?
É fundamental motivar os policiais militares, bombeiros e policiais civis, discutindo plano de cargos e salários que seja possível de ser implementado e que traga melhoria de condições de trabalho. Vamos implantar um programa que tem como princípios a prevenção, a inteligência e o combate ao crime. Iremos dividir o Distrito Federal em regiões e criar metas de redução para cada região, com um coordenador escolhido por concurso público para coordenar cada uma. Faremos como em Pernambuco, em que o governador, uma vez por semana, se reúne com toda a equipe do governo, a área de segurança e as demais áreas, além de representantes do Ministério Público e do Tribunal de Justiça, para fazer um monitoramento. É fundamental também retomar o policiamento ostensivo com a polícia nas ruas através das duplas de "Cosme e Damião", policiamento de motocicleta e policiamento de carro.
E quanto à mobilidade urbana?
Hoje, a população está extremamente irritada porque está esperando muito tempo pelos ônibus, além de precisar pegar mais de uma condução. Temos também que fazer a integração dos meios de transporte. Vamos fazer a criação da tarifa única, não tem sentido uma pessoa que vai pegar dois ou três ônibus no mesmo período pagar duas ou três passagens. As pessoas têm que perceber que mobilidade urbana não é só obra, é, sobretudo, um serviço e, portanto, a questão da tarifa única e da integração é fundamental.
E temos que ter alternativas para os eixos de mobilidade urbana e que são os eixos de desenvolvimento do Distrito Federal. Por exemplo, na área do Entorno sul, ligando Brasília a Luziânia (GO), já temos uma estrada de ferro. A ideia é transformar essa linha de ferro, com as adaptações necessárias, em linha de passageiros.
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