Josias de Souza
Coordenador
da campanha de Marina Silva, Walter Feldman disse aos repórteres
Fernando Canzian e Bernardo Mello Franco que, se for eleita, a
substituta de Eduardo Campos não deixará de negociar
e dialogar com representantes do que ela chama de “velha política”.
Aliados de Marina no PSB e no PPS avaliam que, para chegar à
Presidência, ela terá de demonstrar sua insuspeitada vocação para o
diálogo a partir de 6 de outubro, na largada do segundo turno.
Um
dos correligionários de Marina que sabe fazer contas afirma que a
candidata deve passar para a segunda etapa da disputa com a decisiva
ajuda do eleitorado de São Paulo, Paraná
e Goiás, três Estados governados pelo PSDB. Será que ela terá
maturidade para dialogar com os tucanos Geraldo Alckmin, Beto Richa e
Marconi Perillo?, pergunta o aliado de Marina aos seus botões, que não
respondem porque até os botões sabem que estão lidando com uma
personagem imprevisível.
A conversão de Marina em cabeça de chapa da coligação do PSB e sua meteórica ascensão nas pesquisas tinham silenciado as críticas ao purismo político da candidata. As queixas retornam num instante em que o fenômeno, sob ataques de Dilma Rousseff e de Aécio Neves, perde o ímpeto inicial. Chegou a hora de fazer política, receitam os aliados de Marina. Até para exorcizar a tese de que um hipotético governo dela entraria em colapso por falta de apoio congressual.
De resto, argumenta-se que, numa disputa apertada, Marina precisa solidificar e ampliar suas principais cidadelas, para compensar o eventual avanço de Dilma em Estados como Minas Gerais. Teme-se que, na hipótese de Aécio ficar pelo caminho, parte do seu eleitorado mineiro migre para Dilma, não para Marina. Isso porque os eleitores de Minas não parecem contagiados pelo vírus do antipetismo, muito presente em Estados como São Paulo e Paraná.
Avolumam-se as reclamações contra o tratamento que Marina e seu staff dispensam aos candidatos a deputado federal e estadual de sua própria coligação. Muitos contam que não foram admitidos nos palanques da candidata. Outros se sentem discriminados e até hostilizados em eventos partidários. Um aliado de Marina resume a cena: são esses candidatos a deputado que mantêm exércitos de cabos-eleitorais nas ruas. Maltratar essa gente é, acima de tudo, uma burrice.
23.set.2014 - A candidata do PSB à Presidência, Marina Silva, dividiu palanque e pediu votos para o deputado Paulo Bornhausen (à esq.), herdeiro de uma das mais tradicionais famílias de Santa Catarina.
Candidato ao Senado pelo PSB no Estado, Paulinho, como é conhecido, é
filho do ex-senador Jorge Bornhausen, que foi governador biônico de
Santa Catarina na época da ditadura Leia mais Charles Guerra/Agência RBS/Estadão Conteúdo
A conversão de Marina em cabeça de chapa da coligação do PSB e sua meteórica ascensão nas pesquisas tinham silenciado as críticas ao purismo político da candidata. As queixas retornam num instante em que o fenômeno, sob ataques de Dilma Rousseff e de Aécio Neves, perde o ímpeto inicial. Chegou a hora de fazer política, receitam os aliados de Marina. Até para exorcizar a tese de que um hipotético governo dela entraria em colapso por falta de apoio congressual.
De resto, argumenta-se que, numa disputa apertada, Marina precisa solidificar e ampliar suas principais cidadelas, para compensar o eventual avanço de Dilma em Estados como Minas Gerais. Teme-se que, na hipótese de Aécio ficar pelo caminho, parte do seu eleitorado mineiro migre para Dilma, não para Marina. Isso porque os eleitores de Minas não parecem contagiados pelo vírus do antipetismo, muito presente em Estados como São Paulo e Paraná.
Avolumam-se as reclamações contra o tratamento que Marina e seu staff dispensam aos candidatos a deputado federal e estadual de sua própria coligação. Muitos contam que não foram admitidos nos palanques da candidata. Outros se sentem discriminados e até hostilizados em eventos partidários. Um aliado de Marina resume a cena: são esses candidatos a deputado que mantêm exércitos de cabos-eleitorais nas ruas. Maltratar essa gente é, acima de tudo, uma burrice.
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