Homem foi baleado em tentativa de roubo, perto Palácio do Itamaraty
ary.filgueira@jornaldebrasilia.com.br
Concebida para ser o centro do poder, a Esplanada dos Ministérios é rota diária das autoridades máximas do País, além dos milhares de servidores públicos e funcionários terceirizados. Mas a expectativa de que a região seja bastante vigiada pela polícia não inibe a ação dos bandidos, que já cometeram 890 furtos e roubos na área central desde o início do ano. O crime mais recente ocorreu ontem: uma tentativa de latrocínio - roubo seguido de morte.
O crime ocorreu por volta das 10h20. De acordo com o vigilante Xavier Sobreira, do Ministério das Relações Exteriores, a vítima tinha acabado de entrar com a mulher no Palácio do Itamaraty e logo retornou sozinha ao carro, onde apanharia um documento. Segundo o funcionário, ao tocar na maçaneta do veículo, o homem foi abordado por dois suspeitos.
"Eles estavam armados e obrigaram a vítima a entrar no banco de trás do carro. Mas o homem não entrou. Ele se atracou com um deles. Foi quando escutei o disparo. Só o vi caído", relembra Xavier.
A Polícia Militar foi acionada e ainda esboçou uma procura aos suspeitos, que fugiram a pé, mas, mesmo assim, não haviam sido capturados até o fechamento desta edição. "Acho que foi uma tentativa de sequestro relâmpago. Esta é a primeira vez que presencio esse tipo de situação aqui", afirma o vigilante.
Recuperação
Em nota, a Polícia Civil informou que a vítima de 41 anos foi atingida no abdômen e recupera-se no Hospital de Base do Distrito Federal. Ainda de acordo com a PCDF, "o caso está sendo investigado como latrocínio tentado”. A 5ª DP (Setor de Grandes Áreas Norte) apura o crime.
As estatísticas mais recentes da Secretaria de Segurança, que contabilizam os 890 furtos e roubos na região, compreendem, além da Esplanada, os setores Hoteleiro e Comercial, a Rodoviária do Plano Piloto e estádio Mané Garrincha.
Impunidade encoraja criminosos
Para o professor da Universidade Católica de Brasília e especialista em segurança pública Nelson Gonçalves, um dos fatores da chegada da violência ao centro do poder do País é a certeza da impunidade, que encoraja os criminosos. "Por isso, eles não têm limites e vão cada vez mais longe atrás do que precisam", analisa o especialista.
Embora reconheça que não é possível haver policiamento em todos os lugares ao mesmo tempo, Gonçalves defende a necessidade de maior presença dos policiais nas ruas.
"A presença policial precisa ser mais efetiva. É preciso delimitar espaços geográficos menores para serem cobertos por policiais a pé. Pois o fato de o policial fazer ronda de carro não quer dizer que teremos uma polícia efetiva", aponta o estudioso.
Patrulhamento
A explicação da Divisão de Comunicação da Polícia Militar (PMDF) vai na contramão da análise do especialista. Em nota, a PM explicou que o policiamento é feito por motocicletas e viaturas dia e noite por meio do 6º Batalhão de Polícia Militar, responsável pelo policiamento da Esplanada dos Ministérios.
De acordo com o departamento, não é comum o registro deste tipo de crime na região.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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