quarta-feira, 24 de setembro de 2014

Sorridente Presidência de Lewandowski cuidou das comprometedoras delações premiadas da Lava Jato




Edição do Alerta Total – www.alertatotal.net
Por Jorge Serrão - serrao@alertatotal.net

Não foi à toa que Ricardo Lewandowski assumiu ontem a Presidência da República Federativa do Brasil, durante viagens de Dilma e Temer, e impedimentos políticos-pessoais de Renan e Alves. O presidente do Supremo Tribunal Federal teve a espinhosa missão de também presidir ontem uma tensa reunião que tratou das delações premiadas resultantes dos vários processos da Operação Lava Jato – que investigam lavagens de dinheiro que ultrapassam R$ 10 bilhões.

A tensão ficou mais alta na reunião com a confirmação de que o doleiro Alberto Youssef voltou atrás e agora também deseja embarcar na delação premiada adotada pelo seu parceiro Paulo Roberto Costa. O caso ganhou preocupação infernal porque o Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, rejeitou o que definiu como “cartel de leniência coletivo” proposto pelas empreiteiras e fornecedores da Petrobras apanhados, com provas, na Lava Jato. A temperatura do inferno subirá quando se mexer com os bancos que agiram como lenientes parceiros de Youssef e Paulo Costa.

Tudo que o PT não desejava era que tal acordo fosse fechado antes do primeiro turno da eleição – no qual as pesquisas amestradas indicam a vitória de Dilma Rousseff. O temor gigante é que denúncias comprometedoras da Lava Jato vazem agora e, pior ainda, depois, em meio à guerra de foice no escuro do segundo turno. O azar dos petistas é que a pressão de bastidores feita por eles parece ter conseguido o efeito contrário. Apavorou o doleiro Alberto Youssef – que já estava amedrontado com as revelações de Paulo Roberto Costa, da contadora Meire Poza, de seu sócio Carlos Alberto Pereira da Costa e da doleira Nelma Kodama.  

Quem definiu, objetivamente, a atitude de Youssef foi seu advogado Antônio Figueiredo Basto – que é contra a delação premiada: “Bateu o desespero”. Basto analisou que Youssef aceitou colaborar com a força-tarefa por pressão da família e porque, de repente, viu-se cercado de delatores. Outro advogado de Youssef, o estelar Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, também justificou a reação de Youssef: “Quebraram a resistência do cara com uma prisão de seis meses. Ele está alquebrado. Tínhamos uma tese imbatível, mas a pressão falou mais alto”.   

O advogado Basto revelou que Youssef decidiu fazer acordo de delação ontem à tarde – coincidindo com a tensa reunião comandada pelo sorridente Presidente Lewandowski, em Brasília. Nesta quarta-feira, Basto e Youssef terão um novo encontro na Superintendência da Polícia Federal, em Curitiba. Em seguida, o advogado deverá apresentar ao Ministério Público Federal a proposta de acordo.

Se realmente toda sujeira vier à tona, o Brasil será obrigado a passar por uma faxina geral. O problema atual é que o departamento de limpeza não demonstra, claramente, disposição de começar o trabalho efetivo. Por isso, é altíssimo, o risco de o escândalo bilionário acabar punindo apenas alguns bodes expiatórios, para que muitos políticos poderosos, da base aliada do governo, sejam poupados. É enorme a chance de se repetir o que aconteceu com o Mensalão. Agora, quase todos os condenados estão soltos, desfrutando do que faturaram, sem que se tenha chegado ao verdadeiro chefão da quadrilha (que o Supremo Tribunal Federal decidiu que nem existiu).

Por enquanto, quem paga o pato calado é o publicitário Marcos Valério Fernandes de Souza. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil, Henrique Pizzolatto, continua preso na Itália – e a petralhada nem quer que se lembre dele nestes tempos eleitorais. Só se Valério e Pizzolato quebrarem o silêncio forçado pelas pressões é que algo muito grave pode acontecer (ou não) na República Sindicalista do Brazil, até logo mais governada pelo sorridente ministro Ricardo Lewandowiski.

Por onde anda o Lobão?


Dever de casa


Disputa infernal


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