29/09/2014 21h36
- Atualizado em
29/09/2014 21h36
Segundo WWF, espécies de água doce foram reduzidas em 76%.
Degradação de habitats, caça e mudanças climáticas estão entre as causas.
A ação do homem levou ao desaparecimento de mais da metade dos animais
selvagens do planeta, entre 1970 e 2010, alerta o relatório Planeta Vivo
2014, que será publicado pela ONG Fundo Mundial para a Natureza (WWF)
na terça-feira (30), na mais recente avaliação da superexploração dos
recursos naturais.
"As diferentes formas de vida são, ao mesmo tempo, a matriz dos ecossistemas que permitem a vida na terra e o barômetro do que fazemos com o nosso planeta", escreveu o o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini.
Entre 1970 e 2010, houve uma redução de 52% no Índice Planeta Vivo (IPV), que mede a evolução de 10.380 populações de 3.038 espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.
"Esta forte tendência não dá sinais de diminuir sua velocidade", segundo a décima edição do informe. Os autores destacam que ainda é possível agir para inverter esta queda, assim como combinar desenvolvimento e proteção do meio ambiente.
As regiões mais afetadas foram América Latina (redução de 83%), seguida da Ásia-Pacífico. As espécies de água doce pagaram o maior preço, com uma redução de 76%, enquanto as terrestres e marinhas recuaram 39%.
A queda anunciada, de 52%, foi maior que a dos informes precedentes, pois o modelo de cálculo foi refinado para se fazer uma representação mais fiel da distribuição mundial da espécies de vertebrados, informou esta ONG especializada na proteção de animais em perigo de extinção.
Em seu informe bienal anterior, publicado em 2012, o WWF tinha destacado uma redução de 28% das espécies selvagens entre 1970 e 2008. O índice só incluía então 2.699 espécies.
As causas do declínio foram a perda e degradação dos hábitats (por causa da agricultura, da urbanização, do desmatamento, da irrigação, de represas hidrelétricas), a caça, a superexploração pesqueira (incluindo as capturas acidentais), bem como as mudanças climáticas.
Na África, por exemplo, a área de distribuição do elefante representava em 1984 apenas 7% de seu território histórico. Nesta reduzida proporção de terreno, por causa da caça ilegal, o número de elefantes diminuiu 60% entre 2002 e 2011.
A humanidade superexplora a Terra, consumindo mais recursos naturais do que o planeta pode reconstituir.
"Para dispor dos serviços ecológicos de que precisamos todo ano, é necessário ter atualmente a capacidade geradora equivalente a uma Terra e meia", destacou o WWF.
Além disso, a "biocapacidade", isto é, a superfície disponível para garantir esses bens e serviços não para de diminuir, com a explosão demográfica mundial.
De quem é a culpa?
Entre 1961 e 2010, a população mundial passou de 3,1 para cerca de 7 bilhões de habitantes e a biocapacidade disponível per capita, de 3,2 para 1,7 hectare global (produtividade média mundial de um hectare biologicamente produtiva).
"A biocapacidade disponível para cada um de nós continuará sofrendo um recuo (...) em um mundo marcado pela degradação dos solos, pela falta de água doce e pelo aumento do custo da energia", enquanto se prevê que a população mundial alcance 9,6 bilhões de habitantes em 2050 e 11 bilhões em 2100.
Os países mais ricos são aqueles que têm a pegada ecológica por habitante mais elevada.
Em 2010, o Kuwait estava na dianteira, seguido de Catar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Dinamarca, Bélgica, Trinidad e Tobago, Cingapura, Estados Unidos, Bahrein e Suécia.
"O uso dos recursos e dos serviços ecológicos dos países com alta renda é, per capita, cinco vezes maior do que nos países com baixa renda" e, portanto, para manter seu nível de vida, os países ricos recorrem amplamente à biocapacidade de outros.
Se todos vivêssemos como os catarianos, precisaríamos de 4,8 planetas; de 3,9 se fôssemos americanos e 1,4, se fôssemos sul-africanos.
"As diferentes formas de vida são, ao mesmo tempo, a matriz dos ecossistemas que permitem a vida na terra e o barômetro do que fazemos com o nosso planeta", escreveu o o diretor-geral da WWF, Marco Lambertini.
Entre 1970 e 2010, houve uma redução de 52% no Índice Planeta Vivo (IPV), que mede a evolução de 10.380 populações de 3.038 espécies de mamíferos, aves, répteis, anfíbios e peixes.
"Esta forte tendência não dá sinais de diminuir sua velocidade", segundo a décima edição do informe. Os autores destacam que ainda é possível agir para inverter esta queda, assim como combinar desenvolvimento e proteção do meio ambiente.
As regiões mais afetadas foram América Latina (redução de 83%), seguida da Ásia-Pacífico. As espécies de água doce pagaram o maior preço, com uma redução de 76%, enquanto as terrestres e marinhas recuaram 39%.
A queda anunciada, de 52%, foi maior que a dos informes precedentes, pois o modelo de cálculo foi refinado para se fazer uma representação mais fiel da distribuição mundial da espécies de vertebrados, informou esta ONG especializada na proteção de animais em perigo de extinção.
Em seu informe bienal anterior, publicado em 2012, o WWF tinha destacado uma redução de 28% das espécies selvagens entre 1970 e 2008. O índice só incluía então 2.699 espécies.
As causas do declínio foram a perda e degradação dos hábitats (por causa da agricultura, da urbanização, do desmatamento, da irrigação, de represas hidrelétricas), a caça, a superexploração pesqueira (incluindo as capturas acidentais), bem como as mudanças climáticas.
Na África, por exemplo, a área de distribuição do elefante representava em 1984 apenas 7% de seu território histórico. Nesta reduzida proporção de terreno, por causa da caça ilegal, o número de elefantes diminuiu 60% entre 2002 e 2011.
A humanidade superexplora a Terra, consumindo mais recursos naturais do que o planeta pode reconstituir.
"Para dispor dos serviços ecológicos de que precisamos todo ano, é necessário ter atualmente a capacidade geradora equivalente a uma Terra e meia", destacou o WWF.
Além disso, a "biocapacidade", isto é, a superfície disponível para garantir esses bens e serviços não para de diminuir, com a explosão demográfica mundial.
De quem é a culpa?
Entre 1961 e 2010, a população mundial passou de 3,1 para cerca de 7 bilhões de habitantes e a biocapacidade disponível per capita, de 3,2 para 1,7 hectare global (produtividade média mundial de um hectare biologicamente produtiva).
"A biocapacidade disponível para cada um de nós continuará sofrendo um recuo (...) em um mundo marcado pela degradação dos solos, pela falta de água doce e pelo aumento do custo da energia", enquanto se prevê que a população mundial alcance 9,6 bilhões de habitantes em 2050 e 11 bilhões em 2100.
Os países mais ricos são aqueles que têm a pegada ecológica por habitante mais elevada.
Em 2010, o Kuwait estava na dianteira, seguido de Catar, Emirados Árabes Unidos (EAU), Dinamarca, Bélgica, Trinidad e Tobago, Cingapura, Estados Unidos, Bahrein e Suécia.
"O uso dos recursos e dos serviços ecológicos dos países com alta renda é, per capita, cinco vezes maior do que nos países com baixa renda" e, portanto, para manter seu nível de vida, os países ricos recorrem amplamente à biocapacidade de outros.
Se todos vivêssemos como os catarianos, precisaríamos de 4,8 planetas; de 3,9 se fôssemos americanos e 1,4, se fôssemos sul-africanos.
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