Blog de Paulo Baia
sexta-feira, 27 de setembro de 2014
"A hora difícil para Aécio. A hora difícil para todos nós.
A campanha do Aécio está num encruzilhada. Dependendo de como Aécio
ataque Marina na reta final da campanha, pode acabar ajudando Dilma a
vencer a eleição até mesmo no primeiro turno. Seria uma derrota terrível
para as oposições e todos ficaríamos com caras de idiotas.
Fiz
absoluta questão de não apoiar nenhum dos candidatos a presidente (pode
ser conferido na minha timeline). Fiquei neutro não por deixar de ter as
minhas preferências, mas por pensar que a questão principal é derrotar
Dilma e o PT. Se eles ficarem mais quatro anos no poder, teremos
certamente uma grave crise econômica e política pela frente. Muito em
breve, eu imagino.
O PSDB tem duas maneiras de derrotar Dilma. A
primeira é levar Aécio ao segundo turno e vencê-lo. As duas coisas
parecem bem difíceis neste momento! Bem difíceis mesmo! A segunda é
compor-se com Marina e colocar suas condições para apoiar e participar
do seu governo.
Obviamente, do ponto do vista de Aécio e do PSDB
a primeira opção é a melhor. Não há dúvida sobre isso. O único problema
é que se for usada qualquer arma para cumprir o plano A, os dois planos
podem terminar inviabilizados. E toca construir um plano C para 2018!
Não é verdade que Marina e Dilma sejam variante do mesmo. Marina não
tem compromisso com os mensaleiros nem com o PMDB. Não tem passado
ligado à corrupção. Seus economistas são muito próximos ao PSDB. Marina
tem defendido a independência do Banco Central e o ajuste fiscal. Ela
não tem os arroubos autoritários e bolivarianos da velha esquerda
stalinista. Não vai tentar "regular" a imprensa. E certamente não
seguirá com essa política externa vergonhosa que temos.
Marina
pode não ser o ideal. Do meu ponto de vista, não é mesmo. Mas seria um
imenso passo em frente e uma derrota monumental para o PT. Até analistas
tido como radicais, como o Rodrigo Constantino, por exemplo, têm
poupado Marina e até manifestado alguma simpatia, não pela candidatura, é
claro, mas pelo fenômeno oposicionista que ela representa.
Aécio, o PSDB e todos que o apoiam devem pensar muito bem no que farão
nesta reta final. No início da campanha, quando Aécio estava na frente
de Eduardo Campos, havia um pacto de não agressão entre ambos. Agora que
Marina está na frente este pacto deveria ser honrado. Não por uma
questão apenas moral, mas sobretudo política.
É claro que Aécio
tem o direito de manter a sua candidatura até o final. Mas, se o fizer,
deveria ver muito bem COMO o fará. Esta é uma boa hora para demonstrar
que, mais do que um mero projeto de poder, ele e o PSDB têm um projeto
político alternativo para o Brasil. Nós estamos precisando e muito."
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