O PT no divã Apesar da recuperação de Dilma Rousseff na reta final do primeiro turno, dirigentes do PT já consideram que o partido chegará às urnas em seu momento de maior desgaste. Em conversa na semana passada, Lula concordou ao ouvir de um ministro que o partido ficou “refém” de escândalos de corrupção e permitiu que sua imagem fosse manchada de maneira quase indelével. Para os petistas, a sucessão de denúncias fulminou a sigla em Estados como São Paulo, Rio e Paraná.
Versão resumida Eleitores monitorados pela campanha de Dilma durante o debate da TV Record ficaram confusos com a discussão sobre a CPMF entre a petista e Marina Silva (PSB). Entenderam apenas a acusação de que a ex-senadora “mentiu”.
Na mosca Petistas vibraram com o resultado dessa ofensiva. “Estou satisfeito com a primeira pergunta. Marina foi pega na mentira. Valeu pelo debate inteiro”, disse Rui Falcão, presidente do PT.
Estátua Na discussão, a mais tensa do debate, Marina permaneceu impassível. Ficou de lado para Dilma e sequer olhou para a petista.
Tema sensível O coordenador da campanha de Marina, Walter Feldman, diz que é necessário “explicar” a participação da ex-senadora nas votações da CPMF. Outro aliado diz que o assunto é “delicado” e admite que ela não foi bem no embate.
Segura ele Citado por Marina, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ameaçou dar razão à ex-aliada no debate sobre o tema. Rui Falcão o conteve: “O seu voto não está em questão. O que está é o dela!”.
Presente Aliados de Aécio Neves (PSDB) vibraram quando Dilma abordou a privatização da Petrobras. Ela levantou a bola para ele citar a corrupção na estatal.
Overdose O PT detectou que os eleitores comparam a corrupção na Petrobras ao mensalão. A reação é negativa, mas os grupos monitorados não têm “paciência” para interpretar o escândalo.
Linha dura Roberto Freire (PPS) brincou quando Dilma estourou o tempo em seu direito de resposta sobre a Petrobras: “Ela é autoritária até no uso do tempo”.
Quem poupa tem A campanha petista avisou a dirigentes que vai segurar o repasse de dinheiro aos comitês estaduais esta semana. A justificativa é que Dilma determinou uma poupança maior para o segundo turno.
Cheque especial Com estrutura mais modesta, a equipe de Marina já gastou boa parte do que arrecadou, mas confia que o empresariado estará disposto a doar mais para derrotar Dilma.
Mano a mano A campanha de Marina vai reforçar o discurso contra o PT para isolar Aécio. Os pessebistas dirão que a reeleição de Dilma levará ao “retrocesso” de conquistas dos últimos anos.
Que nome O vereador Vagner de Oliveira (PR), de Juiz de Fora, se candidatou a deputado estadual em Minas com o primeiro nome em sua certidão de nascimento: Hitler. “Aqui todo mundo me conhece como Vagner. Mas descobri que o Hitler chama mais atenção”, afirma.
Que conversa O Hitler mineiro afirma não saber muito sobre a história do nazismo. “Já ouvi falar que ele prejudicou muita gente”, diz. “Depois da eleição, vou tentar ver um filme sobre ele.”
Veja bem O presidenciável Pastor Everaldo diz que o PSC não espera convite e não tem “qualquer interesse” em participar do próximo governo, seja quem for eleito. Também afirma não estar irritado com a adesão de igrejas evangélicas a Marina Silva.
TIROTEIO
Será que a famosa empresa de consultoria de Palocci também se alimentou do ‘petrolão’ e ajudou a bancar a campanha de Dilma?
DO DEPUTADO FERNANDO FRANCISCHINI (SD-PR), sobre a denúncia de que Antonio Palocci pediu dinheiro a Paulo Roberto Costa na campanha de 2010.
CONTRAPONTO
Em busca do tempo perdido
Rouca, a presidenciável Marina Silva (PSB) queria poupar a voz no fim de semana, mas aceitou dar uma rápida entrevista coletiva no sábado, no comitê central de sua campanha, em São Paulo.
- Serão só três perguntinhas. Vai durar 15 minutos no máximo —prometeu um assessor.
A entrevista acabou se estendendo. Marina
respondeu a mais de dez perguntas, por quase uma hora. A ex-senadora
puxou a orelha de sua equipe:
- Esses foram os 15 minutos mais longos que já vi na minha vida —brincou com auxiliares.
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