segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Aécio: governo federal tem culpa pela crise hídrica em SP

Eleições 2014

Para tucano, aparelhamento da ANA dificultou combate ao problema. Ele disse que, se eleito, vai atuar em parceria com os Estados

Gabriel Castro, de Caeté (MG)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, faz carreata pela Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, neste domingo (19)
O candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, faz carreata pela Avenida Atlântica, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro, neste domingo (19) (Felipe Dana/AP)
O candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, afirmou nesta segunda-feira que o governo federal tem culpa pela crise hídrica que atinge o Estado de São Paulo. Na avaliação do tucano, o governador Geraldo Alckmin agiu adequadamente ao propor bônus para os consumidores que reduzirem o consumo, mas o aparelhamento da Agência Nacional de Águas (ANA), do governo federal, prejudicou o combate ao problema. Aécio falou com a imprensa durante uma visita ao Santuário de Nossa Senhora da Piedade, em Caeté (MG).

Aécio disse que, se for eleito, vai atuar em parceria com os Estados - o que, na avaliação dele, a gestão de Dilma Rousseff não faz. "Talvez o que tenha faltado seja uma parceria maior do governo federal. Por exemplo, a Agência Nacional de Águas, se não tivesse no governo do PT servido a outros fins - nos lembramos bem quais foram os critérios para ocupar cargos de diretoria na ANA -, poderia ter sido uma parceria maior do governador", afirmou.

Em 2013, a Operação Porto Seguro da Polícia Federal desmantelou um esquema de negociação de pareceres técnicos que envolvia desde o número dois da Advocacia-Geral da União (AGU) até a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha. O chefe do esquema era Paulo Rodrigues Vieira, ex-diretor da ANA.
O comentário foi feito quando Aécio foi indagado a respeito da exploração da seca em São Paulo pela campanha da presidente Dilma Rousseff. O tucano disse que o tema não serve como arma eleitoral. "Eu vi essa questão da água ser muito discutida na eleição de São Paulo. E nós vimos o resultado", declarou ele, mencionando a vitória de Alckmin no primeiro turno.


Na entrevista, o tucano também disse que o debate deste domingo na TV Record, quando ele e Dilma Rousseff trocaram menos ataques do que nos encontros anteriores, foi positivo. "Eu prefiro esse tipo de debate, onde as pessoas podem falar de ideias, de propostas. É o que continuarei a fazer até o final da campanha. Apenas não aceitarei a infâmia, a mentira, a calúnia e a deturpação. Obviamente elas serão sempre respondidas", afirmou.

Aécio participou de uma rápida celebração conduzida por dois padres em uma capela do santuário, que fica no alto da Serra da Piedade, a menos de 100 quilômetros de Belo Horizonte. Aécio ouviu a leitura do sermão da montanha, em que Jesus fala das bem-aventuranças. Depois, ele fez uma prece silenciosa.

O tucano afirmou que a visita serviu para que ele pedisse "forças e capacidade para vencer as eleições e enfrentar adequadamente os desafios que nós teremos pela frente".

Aécio já havia comparecido ao local no início da campanha. A visita ao santuário é uma tradição na família do tucano. O avô dele, Tancredo Neves, ia ao local em momentos importantes de sua carreira política. "Não é um ato de campanha. É um retorno às minhas origens, às minhas raízes, aos meus valores", disse Aécio. O candidato do PSDB embarcou para Belém (PA), onde participa de um comício no início da noite.

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