Economia
Gustavo Bazzan
Argentina e Venezuela se
consolidam como os dois únicos países do mundo que conjugam dois
dramas ao mesmo tempo: inflação muito alta e queda do PIB. Ou seja,
estagflação.
O pior é que o fenômeno continuará no ano que vem. O PIB da Argentina cairá pelo menos 2% neste ano e 1,5% no ano que vem. Na Venezuela, a queda será de 3% em 2014 e 1% em 2015. São projeções privadas e do FMI. Existe um terceiro país, a Ucrânia, mas que está afetado por um conflito bélico-separatista com a Rússia.
No caso argentino, a melhora em 2015 dependeria de um rápido acordo com os fundos abutres. Em 2014 há outros poucos exemplos, além dos países governados por Cristina Kirchner e Nicolás Maduro, em que a economia está se contraindo.
Segundo o FMI, na Europa o PIB da Itália e da Finlândia cairão 0,2%; o de Chipre 3,2%, o da Sérvia 0,5% e o da Croácia 0,8%. Mas em todos esses casos se espera uma variação positiva em 2015. Na Europa Oriental o único caso de contração econômica será o da Ucrânia que, devido ao conflito bélico com a Rússia, verá uma queda do PIB de 6,5% neste ano, embora se espere um módico crescimento de 1% em 2015.
Na Ásia, o PIB do Iraque cairá 2,7% neste ano, mas crescerá 1,5% no próximo. Não se registram quedas do PIB nos países da África, nem neste ano nem no ano que vem.
Também são muito poucos os países que observam índices de inflação de dois dígitos. Além da Argentina (40%) e da Venezuela (70%), o relatório do FMI marca o Uzbequistão (10%); a Ucrânia, (11,4%) e a Bielorrússia (18,6%), na Europa do Leste. Na Ásia, o Irã (19,8%); na África, somente o Sudão, com uma inflação de 38% e Gana, onde neste ano a inflação será de 11,7%.
O último relatório da Focus Economics, uma consultoria que informa periodicamente projeções das principais consultorias e bancos que operam em toda a América Latina, reafirma essa tendência. Alguns dados:
PIB. Esperam que o da região cresça em média 1,1% em 2014, mas para o caso da Argentina se espera uma queda de pelo menos 2%, enquanto que a contração na Venezuela superará 3%.
Consumo. Crescerá 1,5% na região, mas cairá 1,9% na Argentina e 3,3% na Venezuela.
Investimento. Terá uma queda de 2% na região. A queda será mais profunda na Argentina, que se contrairá 4,1% e na Venezuela, de quase 10%.
Produção industrial. Enquanto que na região cairá 0,5%, na Argentina cederá 2,6% e na Venezuela 2,7%.
Inflação. Como foi dito, essa é outra variável que marca diferenças. Na região será de 12,% (um valor inflado pelos fortes desvios da Argentina e da Venezuela). Se esses países fossem excluídos a inflação média baixaria para 4,4%.
Comércio exterior. Em exportações a performance marca diferenças. Em média as exportações crescerão 1,3%, na Argentina cairão 6,2% e na Venezuela 7,6%. A mesma coisa acontece com as importações: crescerão 2% na região, mas cairão 7,7% na Argentina e 11,2% na Venezuela.
Fica claro: são dois modelos esgotados.
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