Caro
leitor, antes de mais nada, e como a memória do brasileiro é curta,
veja esse rápido vídeo, parte da campanha de Dilma à reeleição,
elaborado pelo marqueteiro João Santana com o aval da presidente:
Viu? Então ficou claro que, para Dilma e o
PT, colocar um banqueiro no comando da economia significa exatamente
isso: subtrair comida da mesa dos pobres. Subir juros, afinal, é coisa
de gente insensível que não liga para o sofrimento das classes mais
baixas, certo?
O que o governo Dilma fez três dias após a
decisão do pleito que lhe concedeu mais quatro anos de “governo”? Isso
mesmo: subiu a taxa de juros. Depois subiu a gasolina também. E a luz
elétrica. Será que algum tucano assumiu o governo e não ficamos sabendo?
Mas o pior ainda estava por vir: Dilma
convidou para o ministério da Fazenda, após reunião com o banqueiro
Lázaro Brandão, dono do Bradesco, seu atual presidente, Luiz Trabuco.
Isso mesmo: Dilma queria, persuadida por Lula, passar o controle das
decisões econômicas para um… banqueiro!
Pergunta
para os eleitores de Dilma, especialmente aqueles da elite: por que a
presidente quer tirar a comida da mesa dos mais pobres? Afinal, é isso
que seu ato significa segundo sua própria campanha. Não se importam de
ter votado em alguém tão insensível assim, que chama para o comando da
economia um representante da elite branca e do capital financeiro?
E
por favor, não venham dizer que Trabuco é “bancário”, e não banqueiro,
como já vi petista ensaiando por aí. Para tudo – até para a cara de pau
dos petistas – deve haver um limite! Seria como dizer que Fábio Barbosa,
que já presidiu o Banco Santander e hoje preside a Abril, é
“jornaleiro”, e não o executivo-chefe do conglomerado da família Civita.
A que ponto chega a cara de pau do PT? Os
investidores ficaram animados com os rumores de ontem apontando nessa
direção, e a bolsa subiu. Para a economia seria sem dúvida positivo
Dilma trair seu eleitor. Mas o estelionato eleitoral – e é disso que se
trata – é péssimo para a nossa democracia. A mensagem que fica é que
vale tudo na campanha, as mais sórdidas mentiras, deseducando o povo
leigo e explorando sua ignorância só pelo poder.
Dito isso, Dilma já se queimou com o
convite, rasgando seu discurso de campanha, mas em vão: Trabuco não
teria aceitado substituir Guido Mantega. Como lembra Lauro Jardim,
isso demonstra amadorismo do Planalto, e coloca em situação mais frágil
o próximo convidado – provavelmente Alexandre Tombini mesmo, escolha
mais palatável para Dilma.
Uma trapalhada a mais sem tamanho. Assim é
o “governo” Dilma, mais perdido do que cego em tiroteio. Ao menos os
pobres podem dormir tranquilos: não faltará comida em suas mesas. Ou
faltará?
Rodrigo Constantino
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