sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Então Dilma quer tirar a comida dos pobres?




Caro leitor, antes de mais nada, e como a memória do brasileiro é curta, veja esse rápido vídeo, parte da campanha de Dilma à reeleição, elaborado pelo marqueteiro João Santana com o aval da presidente:


Viu? Então ficou claro que, para Dilma e o PT, colocar um banqueiro no comando da economia significa exatamente isso: subtrair comida da mesa dos pobres. Subir juros, afinal, é coisa de gente insensível que não liga para o sofrimento das classes mais baixas, certo?


O que o governo Dilma fez três dias após a decisão do pleito que lhe concedeu mais quatro anos de “governo”? Isso mesmo: subiu a taxa de juros. Depois subiu a gasolina também. E a luz elétrica. Será que algum tucano assumiu o governo e não ficamos sabendo?


Mas o pior ainda estava por vir: Dilma convidou para o ministério da Fazenda, após reunião com o banqueiro Lázaro Brandão, dono do Bradesco, seu atual presidente, Luiz Trabuco. Isso mesmo: Dilma queria, persuadida por Lula, passar o controle das decisões econômicas para um… banqueiro!


Pergunta para os eleitores de Dilma, especialmente aqueles da elite: por que a presidente quer tirar a comida da mesa dos mais pobres? Afinal, é isso que seu ato significa segundo sua própria campanha. Não se importam de ter votado em alguém tão insensível assim, que chama para o comando da economia um representante da elite branca e do capital financeiro? 


E por favor, não venham dizer que Trabuco é “bancário”, e não banqueiro, como já vi petista ensaiando por aí. Para tudo – até para a cara de pau dos petistas – deve haver um limite! Seria como dizer que Fábio Barbosa, que já presidiu o Banco Santander e hoje preside a Abril, é “jornaleiro”, e não o executivo-chefe do conglomerado da família Civita.


A que ponto chega a cara de pau do PT? Os investidores ficaram animados com os rumores de ontem apontando nessa direção, e a bolsa subiu. Para a economia seria sem dúvida positivo Dilma trair seu eleitor. Mas o estelionato eleitoral – e é disso que se trata – é péssimo para a nossa democracia. A mensagem que fica é que vale tudo na campanha, as mais sórdidas mentiras, deseducando o povo leigo e explorando sua ignorância só pelo poder.


Dito isso, Dilma já se queimou com o convite, rasgando seu discurso de campanha, mas em vão: Trabuco não teria aceitado substituir Guido Mantega. Como lembra Lauro Jardim, isso demonstra amadorismo do Planalto, e coloca em situação mais frágil o próximo convidado – provavelmente Alexandre Tombini mesmo, escolha mais palatável para Dilma.


Uma trapalhada a mais sem tamanho. Assim é o “governo” Dilma, mais perdido do que cego em tiroteio. Ao menos os pobres podem dormir tranquilos: não faltará comida em suas mesas. Ou faltará?


Rodrigo Constantino

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