Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas (SP)
Do UOL, em Campinas (SP)
- DivulgaçãoProtesto contra a morte de gatos em frente ao cemitério de Piracicaba (SP)
Segundo laudo da necropsia do Centro de Controle de Zoonoses, espancamento foi a causa da morte de ao menos 38 gatos que viviam no Cemitério da Saudade, em Piracicaba (a 138 km de São Paulo).
O documento aponta que os felinos sofreram "trauma crânio-encefálico produzido por objeto maciço".
Além disso, o documento, divulgado nesta sexta-feira (21) pela Secretaria Municipal da Saúde, atestou que alguns gatos também apresentavam fraturas nas pernas e ferimentos internos nos órgãos, como pulmões, estômago e intestino.
O exame foi realizado em 17 dos 38 felinos mortos. A matança começou na segunda quinzena de outubro. Em uma semana, 29 gatos foram achados mortos. O prefeito Gabriel Ferrato (PSDB) determinou o afastamento do coordenador do cemitério e de mais dois funcionários. Depois disso, a Guarda Civil iniciou ronda ostensiva para coibir a matança. Mesmo assim, mais nove felinos foram mortos da mesma forma.
De acordo com Elcian Granado, presidente do grupo Gatos do Cemitério, o laudo apenas confirmou que os animais estão sendo vítimas de crimes que continuam ocorrendo no local. Segundo ela, somente na semana passada, mais cinco felinos foram encontrados mortos.
"Não consigo acreditar que alguém tenha coragem de fazer isso. Imagine a dor e a angústia que esses gatinhos sofreram. A maioria era filhotinho. É muita maldade", afirmou.
O grupo, que cuida dos mais de 200 felinos no local, planeja se unir a ativistas ligados à causa para cobrar do poder público uma solução definitiva. "Não podemos mais aceitar essa barbárie. Após o afastamento dos funcionários do cemitério, as mortes diminuíram, mas não cessaram. A única forma de protegermos esses bichinhos é com abrigo adequado. Por isso queremos que nossos representantes priorizem o caso", completou.
De acordo com Elcian, os animais recebem ração, são castrados e monitorados constantemente pelos voluntários. A prefeitura nega que os funcionários afastados tenham qualquer ligação com as mortes. A suspeita dos protetores é que o afastamento tenha ocorrido porque os funcionários e o grupo que protege os animais têm problemas de relacionamento.
Segundo a prefeitura, o laudo já foi encaminhado à Procuradoria Jurídica, que conduz os trabalhos da sindicância aberta pela Administração, e ao delegado Haroldo Fernando Amaral, do 2º Distrito Policial, que investiga a matança.
O UOL tentou falar com o delegado sobre o andamento do caso, mas ainda não teve retorno. A pena para quem comete maus-tratos a animais pode variar de três meses a um ano de prisão.
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