A senadora reeleita Kátia Abreu (PMDB-TO) vai mesmo para o Ministério da Agricultura, informa Vera Magalhães na Folha,
e acaba de confirmar a este blog. Kátia preside a Confederação Nacional
de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), é líder inconteste do setor,
e não lhe falta competência para fazer um bom trabalho na área.
Refiro-me a competências pessoais e disposições subjetivas. Mas não será
uma tarefa fácil, dado o momento político.
Combativa
senadora da oposição ao governo Lula, eleita senadora pelo PFL em 2006,
que depois virou DEM (e o partido luta hoje para sobreviver, a despeito
do mérito de muitos que estão lá), Kátia migrou para o PSD, mas a
aproximação com a presidente Dilma se deu logo nos primeiros meses do
governo.
Ou, para
ser mais exato, Dilma se aproximou de Kátia, e nasceu uma genuína
amizade entre as duas. A senadora passou a ser uma espécie de
“conselheira” da presidente em assuntos relativos a infraestrutura,
logística e, claro!, agricultura e pecuária.
Com quantos Dilma concordou
e se pôde ou não seguir tais conselhos, bem, aí são outros quinhentos.
De todo modo, registre-se: na área do agronegócio, propriamente, o
governo se comportou bem. Os desastres se computaram em outros setores.
Vamos ver
que perfil Dilma pretende dar ao novo governo. Para o Desenvolvimento,
vai Armando Monteiro, ex-presidente da Confederação Nacional da
Indústria, o que pode sinalizar que a presidente vai prestar especial
atenção à combalida indústria nacional. A questão será como fazê-lo. Com
a simples política de desonerações em curso, dá para saber que não se
chega muito longe.
Qual será o
perfil do governo em outras áreas? Na secretaria-geral da Presidência
será mantido alguém como Gilberto Carvalho, um fomentador de conflitos
nas cidades e no campo, especialmente em áreas contestadas pelo
neoindigenismo? É o que se vai ver.
Katia é
muito competente em sua área e tem o respeito de boa parte do país que
“votou azul” neste ano. É pouco provável que contribuísse para tornar
vermelha essa região do mapa. Mas é possível que, com políticas
adequadas à agricultura, diminua o contencioso com o governo.
Confirmado
o nome de Kátia, Dilma marca, sim, um tento. Espero é que a senadora
tenha condições de fazer adequadamente o seu trabalho, sem ser muito
perturbada pelos, como é mesmo?, “movimentos sociais” industriados pelo
PT.
Nenhum comentário:
Postar um comentário