A notícia de que o ex-ministro José Dirceu é investigado na Operação Lava Jato fez acender a luz amarela entre dirigentes do PT.
A Justiça identificou depósitos milionários de empresas investigadas na operação na conta da empresa do ex-ministro entre 2009 e 2013.
Integrantes do PT lembram que nesse período Dirceu recebia com frequência, em Brasília, autoridades do governo e até dirigentes de estatais, como o então presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli.
O ex-ministro sempre negou que defendesse interesses de empresas junto ao governo brasileiro, argumentando que atuava somente no exterior.
A certeza no PT é que agora, definitivamente, Dirceu virou alvo da Operação Lava Jato.
sábado, 24 de janeiro de 2015
Sob investigação da Justiça, empresa de José Dirceu tem pendências com a Receita Federal.
A consulta sobre regularidade fiscal de uma empresa é aberta no site da Receita Federal. Basta inserir o CNPJ. Clique aqui.
O aviso acima aparece quando a empresa está com alguma pendência de
pagamento junto ao órgão. Impostos atrasados, por exemplo. É o caso da
JD, agora sob investigação da Justiça por envolvimento no esquema de
corrupção da Petrobras.
(Matéria da Veja) A quebra dos sigilos fiscal e bancário do ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu, revelada nesta quinta-feira pelo Jornal Nacional,
da TV Globo, foi autorizada pela Justiça Federal após o Ministério
Público, em parceria com a Receita Federal, ter feito uma varredura nas
empreiteiras investigadas na Operação Lava Jato
em busca de possíveis crimes tributários praticados pelos
administradores da OAS, Camargo Correa, UTC/Constran, Galvão Engenharia,
Mendes Junior, Engevix e Odebrecht.
Os investigadores já haviam
concluído que as empreiteiras, que unidas em um cartel fraudaram
contratos para a obtenção de obras da Petrobras, utilizavam empresas de
fachada para dar ares de veracidade à movimentação milionária de
recursos ilegais. Mas foi ao se debruçar sobre os lançamentos contábeis
das empreiteiras, entre 2009 e 2013, que o Fisco encontrou o nome da
consultoria de José Dirceu como destinatária de “expressivos valores”
das empreiteiras Galvão Engenharia, OAS e UTC.
“Havendo suspeita nas transações efetuadas pelos investigados, é
evidentemente necessária a quebra do sigilo”, disse a juíza Gabriela
Hardt, que autorizou o acesso aos dados bancários e fiscais de Dirceu e
de sua consultoria, a JD Assessoria.
Agora, as investigações vão se concentrar na hipótese de a empresa JD
Assessoria e Consultoria, que tem Dirceu oficialmente com 40% da
sociedade, ter funcionado como laranja para justificar a movimentação
financeira de empreiteiras investigadas na Lava Jato. Em nota, o
ex-ministro, condenado por corrupção no julgamento do mensalão, negou
irregularidades e disse que “a relação comercial com as empresas não
guarda qualquer relação com contratos na Petrobras sob investigação na
Operação Lava Jato”.
Na triangulação sobre o esquema do petrolão, o pagamento de propina
em contratos com a Petrobras passava por empresas de fachada do doleiro
Alberto Youssef, como a MO Consultoria e a GFD Investimentos. Na
distribuição de propina ao lobista Fernando Baiano,
apontado como operador do PMDB no esquema criminoso, por exemplo,
Youssef viabilizou os recursos por meio de contratos simulados de
investimentos entre as empresas Auguri, Treviso e Piemonte com a empresa
de fachada GFD.
Dirceu – Entre julho de 2009 e dezembro de 2011, a
JD Assessoria, de José Dirceu, recebeu 725.000 reais a título de
“consultoria” da Galvão Engenharia. Entre janeiro de 2010 e dezembro de
2011, os pagamentos ficaram a cargo da construtora OAS, que desembolsou
720.000 reais. A UTC, por sua vez, fez pagamentos 2.316.000 reais à
empresa de Dirceu entre 2012 e 2013.
Em decisão assinada no dia 9 de janeiro, a juíza Gabriela Hardt, que
autorizou a quebra de sigilo de José Dirceu e de sua empresa de
consultoria, diz ser “imprescindível” o rastreamento patrimonial como
método eficaz para investigar suspeitas de crimes financeiros e de
lavagem de dinheiro. “O objetivo da quebra é verificar se os sócios
eventualmente receberam recursos das empreiteiras investigadas e se tais
recursos possuem causa (i)lícita”, disse em seu despacho.
“Há causa provável para a quebra de sigilo fiscal e bancário
requerida pela autoridade policial, uma vez que necessária para
verificar se os investigados foram ou não beneficiários do esquema de
distribuição de recursos desviados da Petrobras”, completou ela ao
determinar o acesso aos dados fiscais e bancários da JD Consultoria um
dia antes, em 8 de janeiro.
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