24/01/2015 11h56
Acumulado de precipitações ainda representa 33,5% do previsto no mês.
Quatro sistemas que atendem a Grande SP subiram e um ficou estável.
Água
que antes tomava toda a área central da imagem se concentra em um leito
mais fundo em zigue-zague na represa de Atibainha, parte do Sistema
Cantareira, em Nazaré Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Com a chuva entre esta sexta e sábado, de 25,9 milímetros, o acumulado de precipitações no Cantareira em janeiro vai para 90,8 milímetros, o que ainda representa 33,5% do previsto para todo o mês. A maior chuva registrada em janeiro antes da deste sábado ocorreu no dia 7, com 17,6 milímetros.
De acordo com a Sabesp, o acumulado de chuvas de um dia abrange o período de 24 horas entre a divulgação dos boletins, publicados sempre às 9h.
A dificuldade de o sistema receber e armazenar água contrasta com os números registrados pelos outros sistemas, que aproveitaram as chuvas trazidas pela frente fria que chegou ao estado nesta quarta-feira (21).
Confira os níveis dos outros sistemas que abastecem a Grande São Paulo:
Alto Tietê: subiu de 10,3% para 10,4%;
Guarapiranga: subiu de 38,5% para 39,4%;
Alto Cotia: subiu de 28,5% para 28,6%;
Rio Grande: subiu 70,3% para 71,7%;
Rio Claro: permaneceu em 30,6%.
Previsão
As precipitações devem ficar abaixo da média pelo menos até abril. É o que prevê o Grupo de Trabalho em Previsão Climática Sazonal do Ministério de Ciência e Tecnologia. O resultado foi divulgado na tarde do dia 16, na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.
Junto com o ano de 2014, terminou também o melhor mês do Cantareira no ano. Em dezembro, o nível do sistema baixou 1,5 ponto percentual. Foi o menor índice de queda mensal no ano. A maior baixa foi em fevereiro, quando o volume acumulado recuou 5,5 pontos percentuais.
Dezembro também foi o melhor mês em número de dias sem queda no nível do reservatório. Foram 11: em 8 deles o nível se estabilizou, e em outros 3 ele chegou a subir. Foi a única vez no ano em que o nível aumentou três vezes seguidas, dos dias 24 a 26. Nesse sentido, os piores meses foram junho, julho, agosto e outubro, quando o nível caiu todos os dias.
Porém, com a utilização das duas cotas do volume morto (a primeira elevou o manancial em 18,5 pontos percentuais e a segunda em 10,7 pontos percentuais) é como se os reservatórios tivessem iniciado 2014 com um volume acumulado de 56,4%. Assim, a queda foi 49,2% durante o ano, o número representa 492 bilhões de litros. De acordo com estimativas da Sabesp, o reservatório tem capacidade de armazenar 1 trilhão de litros, quando está com 100% do seu nível.
Segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), o sistema abastece atualmente 6,5 milhões de pessoas na Grande SP.
Multa
Depois de ser barrada na Justiça no dia 13, a sobretaxa na conta de água para quem aumantar o consumo voltou a valer no dia 14, após o governo vencer recurso contra a Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste).
A partir da conta de fevereiro, serão cobrados 40% de multa para quem consumir até 20% a mais do que a média entre fevereiro de 2013 e janeiro de 2014.
Quem ultrapassar 20% dessa média será multado em 100% sobre o gasto com água, que representa metade da conta. Os outros 50% são referentes ao serviço de coleta de esgoto.
Os sistemas que abastecem várias regiões do estado de São Paulo têm enfrentado quedas frequentes do volume de água armazenado devido à falta de chuvas. Na Grande São Paulo, os principais sistemas, Cantareira, Alto Tietê e Guarapiranga, são os mais afetados.
Bônus
Entre fevereiro e outubro do ano passado, a companhia concedeu bônus de 30% na conta de clientes que economizassem 20% ou mais de água em relação à média de consumo entre dos 12 meses que vão de fevereiro de 2013 a janeiro de 2014.
A medida foi adotada para estimular a redução no consumo. Desde novembro, o desconto gradual passou a ser dado para os imóveis que reduzirem o consumo entre 10% e 20%. O desconto foi prorrogado até o fim de 2015.
O percentual será calculado com base na média de fevereiro de 2013 até janeiro de 2014. A média já aparece na conta dos consumidores. A meta do governo é reduzir 2,5 metros cúbicos por segundo de consumo. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) negou que a medida seja uma multa ao consumidor. Ele define o ônus como "tarifa de contingência".
Com a medida, a multa será aplicada da seguinte maneira: um consumidor que, em média, gasta 10 m³ de água receberá conta 20% mais cara se utilizar entre 10,1 m³ e 12 m³ em um mês. Caso gaste acima de 12,1 m³, irá pagar 50% a mais. O consumidor que elevar o gasto passará a ser cobrado na conta de fevereiro.
Carros
e funcionários da Sabesp são vistos do alto perto de uma estrutura na
represa de Jaguari, integrante do Sistema Cantareira, em Bragança
Paulista (SP) (Foto: Nacho Doce/Reuters)
Nenhum comentário:
Postar um comentário