24/01/2015 08h00
- Atualizado em
24/01/2015 09h10
Estiagem atrasa a piracema no Rio Piracicaba
Será preciso de 1 a 2 anos para o fenômeno se normalizar, diz pesquisador.
Reprodução vai até fevereiro; prejuízo, no entanto, é menor do que previsto.
"Do dia 22 a 23 de dezembro, tivemos fortes chuvas na região de Campinas (SP), principalmente, isso fez com que o Piracicaba tivesse um bom volume de água. Em vista da situação crítica, até que tivemos uma piracema satisfatória para região de Piracicaba", disse o pesquisador do Cepta, Fábio Sussel.
Sussel adverte ainda que é preciso chover bem mais para que a reprodução volte ao normal. “A expectativa é que demore de um a dois anos para que a piracema se normalize nos rios do sudeste paulista”, afirmou. Ele explica ainda que a situação pode ser levemente atenuada até o fim de janeiro, já que há previsão de chuva forte exatamente junto com mais um período de desova.
A vazão do Rio Piracicaba ficou em torno dos 50 metros cúbicos por segundo no últimos três meses. Historicamente, o índice normal neste mesmo período é de 200 metros cúbicos por segundo.
"Isso é muito preocupante. Para que o volume aumente significativamente, é necessário que chova na região do Cantareira, porque é de lá que é liberada a água", disse Guilherme Valerini, coordenador dos projetos PCJ.
Além da necessidade de chuvas, é preciso que a população respeite o período de piracema, lembra o pescador e organizador dos passeios de barco no Rio Piracicaba, Luís Fernando Magossi. "Apesar de ter melhorado, a conscientização está longe de ser como deveria. Os peixes já sofrem por falta de água e ainda há pessoas que pescam durante essa época. Não é justo", afirmou.
Pesquisadores do Cepta afirmam que, apenas na próxima piracema, que começa em novembro de 2015, vai ser possível recuperar a reprodução normal das espécies de peixes do Rio.
Piracema no Rio Piracicaba (Foto: Antonio Trivelin/Arquivo pessoal)
Rio Piracicaba nesta semana estava com vazão 90% abaixo da média (Foto: Leon Botão/G1)
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