Se a PGR conseguir comprovar que propinas eram transformadas em
doações oficiais, como revelado pelo vice-presidente da Camargo Correa,
cai o governo Dilma Rousseff.
(Folha) O vice-presidente da Camargo Corrêa, Eduardo Leite, disse em depoimento
prestado no âmbito de um acordo de delação premiada que o tesoureiro do
PT, João Vaccari, pediu que a empreiteira pagasse uma propina de cerca
de R$ 10 milhões em forma de doação oficial ao partido. O episódio,
segundo Leite, ocorreu "por volta de 2010".
O executivo relata que Vaccari "tinha conhecimento" do esquema de
suborno que existia na diretoria de Serviços, ocupada por Renato Duque,
que foi indicado ao cargo pelo PT, segundo os procuradores da Operação
Lava Jato –o partido e Duque negam que tenha havido a indicação. Duque
foi preso nesta segunda-feira (16) novamente.
Leite relata no depoimento que Vaccari abordou-o cobrando propinas que a
Camargo Corrêa atrasara o pagamento e sugeriu que a situação fosse
acertada por meio de doações ao PT. A delação do vice-presidente da Camargo Corrêa ainda não foi homologada
pela Justiça, mas o uso da parte referente a Vaccari foi autorizado pelo
advogado dele, Marlus Arns, segundo procuradores da Lava Jato. Leite
encerrou seus depoimentos na delação na última sexta-feira (13).
O presidente da empreiteira, Dalton Avancini, também fez um acordo de
delação, mas continua depondo. Os procuradores da Lava Jato dizem que as
doações legais eram uma das
formas de pagamento de suborno e é ilegal porque se trata de uma maneira
de lavagem: "Eram repasses de propina disfarçados de doações
eleitorais", disse o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força
tarefa do Ministério Público Federal que atua na Lava Jato.
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