Dilma, Cardozão e Rossetto não enxergam a realidade: é o vício petista
de negar os fatos. Pior para eles. O grave, diz editorial do Estadão, é
que não ouviram o que o povo falou no histórico 15 de março. O que os
dois ministros disseram, na entrevista coletiva, é um insulto aos
brasileiros:
(...) A teimosia de Dilma e sua pouca disposição para dar ouvidos ao
que o povo exige ficou mais uma vez evidente nas palavras de dois
ministros - José Eduardo Cardozo, da Justiça, e Miguel Rossetto, da
Secretaria-Geral da Presidência - escalados para, em entrevista
coletiva, dar a resposta do governo à voz das ruas.
Cardozo falou para o público em geral e Rossetto, para os petistas. O
primeiro repetiu todas as obviedades sobre manifestações democráticas e
requentou as promessas de um pacote de medidas contra a corrupção e
outro sobre reformas políticas. E logo depois de Cardozo ter afirmado
que protestar é "um direito de todos", Rossetto contradisse-o,
desqualificando as manifestações com o argumento de que quem saiu às
ruas foi principalmente quem "não votou em Dilma". E fez questão de
valorizar, mencionando-as duas vezes, as manifestações realizadas dois
dias antes - com público significativamente menor do que as de domingo -
organizadas pela CUT e outras entidades sobre as quais o PT exerce
influência.
O grave é que não ouviram o que o povo falou.
E o povo falou que Dilma - reeleita há quatro meses - já não merece
sua confiança. Falou que não quer mais, encastelada no governo, uma
quadrilha que assalta sistematicamente a Fazenda Pública. Falou que não
mais tolera uma administração que não trabalha para benefício de todos, e
sim para a perpetuação de um projeto de poder que repudia, por
antidemocrático e divorciado do interesse nacional. Falou, enfim, que
não quer sustentar com seu suado trabalho uma oligarquia que se
refestela no engodo, na corrupção e na desmoralização das instituições.
Nada disso a presidente Dilma Rousseff e seus asseclas ouviram. Até
quando continuará esse descompasso com a realidade? (Leia na íntegra).
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