sábado, 10 de outubro de 2015

Dilma fica, mas chefe do governo é Wagner


10 de Outubro de 2015
O ministro-chefe da Casa Civil do governo Dilma, Jaques Wagner, ganhou ares de Primeiro Ministro, esta semana, após a presidente Dilma ter praticamente jogado a toalha no cargo. Dilma revelou a interlocutores que acredita ter feito o que “achou certo”. Mas agora, diante da rejeição das contas do seu governo pelo Tribunal de Contas da União e o processo na Justiça Eleitoral, ela está “esgotada”.

Dilma “passou o bastão” para Jaques Wagner, que é o representante quase-oficial no governo do ex-presidente Lula, o “mentor” da reforma.
O abatimento da presidente Dilma na primeira reunião ministerial após a desastrada reforma administrativa confirma a crise institucional.
Dilma, visivelmente desalentada, mal falou durante o encontro e a reunião foi chefiada pelo ex-governador baiano e ex-ministro de Lula.
Por enquanto, Wagner se transformou no chefe de fato do governo, negociando até cargos e indicações com parlamentares e aliados.

A oposição trabalha para iniciar o impedimento da presidente Dilma ainda este ano. Parlamentares avaliam que a situação do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tende a piorar, mas ainda não compromete o avanço do processo. O “comitê do impeachment”, com representantes do DEM, PSDB, PSC, SD e PMDB, contabiliza cerca de 290 votos pró-afastamento. O processo pode ser aberto com 257 votos.
Para instaurar o processo de impeachment são necessários 342 votos. Mas recurso de um pedido de impeachment requer apenas 257 votos.
O PMDB, maior agraciado na reforma ministerial da crise de Dilma, garante pelo menos 24 votos favoráveis ao impeachment.
O líder do SD, Arthur Maia (BA), diz que Cunha em nada compromete o impeachment: o papel dele é cumprir o regimento e definir a pauta.
O tal “efeito teflon” do ex-presidente Lula, em quem nada pega, ainda existe. Fala-se muito sobre a derrota e o fim de Dilma. Ninguém lembra que Madame não errou sozinha. Lula esteve sempre do lado dela.
Líderes aliados do governo já falam mal do novo ministro da Casa Civil Jaques Wagner. Contam que não mudou nada a relação com a pasta e que até agora Wagner não se apresentou como chefe do ministério.
Enquanto as pedaladas de Dilma eram analisadas no TCU, o ministro Augusto Nardes era apoiado por familiares e políticos. Criaram o grupo “Amigos do Ministro Nardes” no Whatsapp para comentar o processo.
A denúncia de venda de medidas provisórias e portarias, nos governos Lula e Dilma, piora dramaticamente a situação da presidente Dilma e do governador de Minas, Fernando Pimentel, ambos do PT.
Deputados tucanos membros da CPI do BNDES reclamam da assessoria técnica da bancada na Câmara, que não atende à demanda na comissão. Resignados, recorrem agora a assessoria privada.
Eduardo Cunha vê escurecer o horizonte à frente, mas não dá sinais de que vai entregar o osso. “Ele é sabido e mau, e vai atirar muito antes de sair, se sair”, adverte um veterano (e sabido) assessor parlamentar.
Ganhou as redes sociais, como tantas outras bobagens, e virou piada no mundo inteiro, a coletiva de Dilma na ONU, em Nova York, lamentando a inexistência de tecnologia para “estocar vento”.
O senador Cássio Cunha Lima (PSDB-PB) apresentou requerimento pedindo informações ao Ministério dos Transportes sobre os custos de aluguel, R$ 700 mil mensais, da Empresa de Planejamento e Logística.
... um deputado próximo a Eduardo Cunha explica: a oposição vai caminhar com ele até a beira do precipício, “mas não pula junto”.

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