sábado, 14 de novembro de 2015

Estudos demonstram a importância dos indígenas na manutenção de florestas



Objetivo do inventário é evitar desaparecimento de espécies e preservar biodiversidade
Imagem: Leonardo MIlano/ICMBio

Criado em 06/11/15 09h45 e atualizado em 06/11/15 09h53

 
Por Amazônia Brasileira Fonte:Rádios EBC
O Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) lançou estudo que demonstra a relação dos indígenas com as florestas, os serviços ambientais e o clima. A pesquisa começou em 2013, quando o instituto dialogando com a agência alemã, GIZ, e com apoio da Embaixada Real da Noruega, iniciou o levantamento de dados de precipitação e desmatamento na região. O estudo demonstrou a importância dos povos indígenas quanto a barreira de desmatamento e quanto ao estoque de carbono nas áreas protegidas por esses povos.

De acordo com a pesquisadora do Núcleo Indígena do Ipam e uma das organizadoras dos estudos lançados, Fernanda Bertolotto, as análises dos dados de satélites e pluviométricos interferem diretamente em todas as terras indígenas: “a pesquisa manteve-se mais intensa na região do Parque Indígena do Xingu.



Conseguimos dados mais locais, que demonstraram a importância dessas grandes áreas de florestas protegidas pelos povos indígenas, para a manutenção da temperatura e do regime pluviométrico”, ou seja, os resultados dos estudos demonstraram como as áreas de floresta amazônica contribuem para o equilíbrio do clima.



Segundo a pesquisadora, no período de 2000 a 2014, a taxa de desmatamento nas terras indígenas foi de 2% e as áreas, ao redor, que não são protegidas, foi mais de 19%, correlacionando a importância das áreas protegidas para a manutenção de grandes estoques de floresta. Esse desmatamento, também influenciou em outro fator, como a frequência das anomalias de secas ocorridas na Amazônia.


Entre 2000 e 2012, mais de 50% do território indígena foi afetado direta ou indiretamente por essas anomalias, podendo levar a impactos na segurança alimentar desses povos, além de maiores incidência de incêndios florestais.


“Com esses estudos, conseguimos demonstrar que a demarcação das terras indígenas, além de ser um direito dos povos indígenas, não só da Amazônia, mas de todo o Brasil, pode ser uma estratégia para a redução do desmatamento e mitigação aos novos impactos das mudanças climáticas, que traz benefícios para a população em geral”, afirma a pesquisadora.


Fernanda Bertolotto explica o objetivo desses estudos: “esperamos que com esses dados, consigamos influenciar que os povos indígenas não fiquem a reboque nas discussões das políticas públicas que estão sendo implementadas, para a redução do desmatamento.


Desejamos também, com esses estudos, que demonstrando a importância dos povos indígenas para esses territórios, a gente consiga fortalecer a implementação da Política Nacional de Gestão Ambiental e Territorial Indígena, direcionada para ações de diretrizes para a gestão territorial”.


O Amazônia Brasileira conversou com a pesquisadora do Núcleo Indígena do Ipam e uma das organizadoras dos estudos lançados, Fernanda Bertolotto, que explicou a importância da manutenção das áreas de floresta amazônica para o equilíbrio do clima.

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