Chris Bueno
Do UOL, em São Paulo
Do UOL, em São Paulo
Mulher grávida deve comer por dois. Barriga redonda significa que o
bebê é uma menina, barriga pontuda é sinal de quem vem um menino.
Tintura de cabelo faz mal ao bebê. Qual gestante nunca ouviu algumas
dessas afirmações? A gravidez é uma época linda, mas também cheia de
dúvidas, mitos e histórias – muitas delas passadas de geração a geração.
Mas quais são verdades e quais são apenas mitos?
A verdade é que a gravidez requer cuidados especiais. Afinal, uma frágil vida nova se desenvolve no corpo da mãe, que passa por diversas mudanças: o útero cresce cerca de 20 vezes seu tamanho original, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona se elevam, o volume de sangue no organismo dobra, a produção de insulina aumenta, o intestino fica mais lento. Isso sem contar o cansaço, o enjoo, as náuseas, a tontura e os pés inchados, já bem conhecidos das futuras mamães.
Corpo são, gravidez saudável
Para lidar com todas essas mudanças, é preciso que o organismo esteja saudável e bem preparado. Ou seja, ele precisa de uma alimentação balanceada, de exercício (leve, é claro) e de repouso, para garantir seu funcionamento adequado. Além disso, a gestante tem que evitar fumar, consumir bebidas alcoólicas e também situações de estresse. Caso essas atitudes não sejam tomadas, tanto a saúde da mãe quanto a do bebê podem ter problemas – alguns bem sérios.
Se uma alimentação saudável é indicada em todos os períodos da vida, durante a gestação ela é ainda mais importante. Na verdade, é essencial para o desenvolvimento fetal. Isso não significa que a gestante deve "comer por dois", como muita gente prega.
"A orientação é para que a gestante tenha um acréscimo de 300 calorias/dia a 600 calorias/dia na sua dieta, que esta seja balanceada e fracionada em seis ou sete porções diárias, que contenham grãos integrais, proteínas, derivados do leite, vegetais, frutas. Estimulamos refeições com intervalos de três em três horas", aconselha Rodrigo Pereira de Freitas, ginecologista do Hospital Samaritano de São Paulo.
As gestantes também devem se movimentar. Várias pesquisas científicas atuais revelam que a atividade física na gestação traz inúmeros benefícios – desde que a gravidez não seja de risco e o médico libere, é claro. "O professor deve saber da gestação, praticar exercícios em faixa aeróbica, de preferência manter o que se fazia antes para aquelas que já praticavam, e se eram sedentárias, fazer algo sem impacto, por exemplo, hidroginástica específica para gestantes", explica Rita de Cássia Sanchez, responsável pela medicina fetal do Hospital Israelita Albert Einstein.
Entre os benefícios da prática de atividades físicas durante a gestação estão a restauração da força e resistência muscular, manutenção do peso ideal e melhora da autoestima, da depressão e do humor. "Os exercícios também promovem o fortalecimento do assoalho pélvico, preparando a gestante para o esforço do parto e recuperação no pós-parto; e também o alívio de dores e desconfortos que podem aparecer nessa fase", aponta a ginecologista da Life Clínica, Dra. Juliane Lotuffo.
Além disso, a gestante deve relaxar. Nada de correrias, ansiedade ou estresse. Afinal, todas essas mudanças no organismo da mulher consomem muita energia, e é preciso respeitar as horas de repouso, especialmente com boas noites de sono. Pra quem leva a vida a mil por hora, esse é o momento certo para relaxar e curtir essa fase tão especial.
Riscos
Os maiores riscos para as gestantes são o desenvolvimento de diabetes ou de hipertensão arterial durante a gravidez. Como a produção de insulina aumenta durante a gestação, é possível que a mulher desenvolva diabetes gestacional, o que interfere no crescimento de órgãos do feto, como os pulmões, e também na saúde e bem-estar da gestante.
Já o aumento da pressão sanguínea durante a gravidez em mulheres que nunca tiveram o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Essa é uma situação bem complicada pois, se a pressão não for controlada, pode levar à pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial acompanhada de eliminação de proteína pela urina) que, se não tratada, pode culminar na eclampsia, que causa convulsões e pode levar à morte do bebê e da mãe.
Outros riscos durante a gravidez são o tabagismo, a ingestão de bebidas alcoólicas e o estresse.
Fumar durante a gestação aumenta o risco de sofrer aborto espontâneo, sangramentos, descolamento e envelhecimento precoce da placenta, parto prematuro, e ainda pode causar problemas de saúde congênitos para o bebê. "A nicotina e outros produtos químicos presentes no cigarro causam um comprometimento dos vasos sanguíneos fazendo com que chegue menos oxigênio e nutrientes ao feto", explica Freitas.
Já consumir bebidas alcoólicas neste período aumenta o risco de aborto e também pode levar a anomalias congênitas. Além disso, "o álcool em excesso pode causar a Síndrome Alcóolica Fetal (SAF - conjunto de problemas motores, físicos, mentais e comportamentais, como má formação no rosto, anormalidades cerebrais, malformações em órgãos como rins, pulmões e coração, dificuldade de aprendizado etc.)" alerta Sanchez.
O estresse também pode ser um fator de risco importante durante a gestação. Mulheres com altos níveis de estresse ou muito ansiosas estão propensas a terem bebês prematuros. Isso porque o estresse libera hormônios que contraem o útero e diminuem a vascularização. Além disso, pessoas com estresse tendem a se alimentar mal, têm problemas de digestão, pior absorção de nutrientes e estão mais vulneráveis a infecções. Se a futura mamãe tem uma vida estressante, são maiores os riscos de ter problemas como hipertensão e infecções.
Pré-natal
Para garantir a saúde da mamãe e do bebê, é imprescindível fazer o pré-natal. É uma verdadeira maratona médica com consultas, avaliações e exames durante toda a gravidez, mas que vale muito a pena: além de detectar fatores de risco e orientar as futuras mamães, as gestantes podem acompanhar o desenvolvimento do feto e até escutar seu coraçãozinho bater.
O acompanhamento pré-natal possibilita detectar e tratar o diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia, além de outras doenças como hipertensão, anemia, sífilis e doenças cardíacas. Os exames também podem identificar problemas no feto, como más formações (algumas delas em fases iniciais que permitem o tratamento ainda na barriga da mãe).
Além disso, durante o pré-natal, a mulher recebe orientação sobre o parto, alimentação, sono, exercícios, hábitos que podem ser prejudiciais à gestação e sinais de alerta a que deve ficar atenta.
"O acompanhamento pré-natal é a maneira da mãe cuidar do bebê antes de ele nascer, evitando diversas doenças e possíveis complicações", diz Daniela Gouveia, ginecologista e obstetra da Clínica Vivid – Saúde e Vaidade.
A verdade é que a gravidez requer cuidados especiais. Afinal, uma frágil vida nova se desenvolve no corpo da mãe, que passa por diversas mudanças: o útero cresce cerca de 20 vezes seu tamanho original, os níveis dos hormônios estrogênio e progesterona se elevam, o volume de sangue no organismo dobra, a produção de insulina aumenta, o intestino fica mais lento. Isso sem contar o cansaço, o enjoo, as náuseas, a tontura e os pés inchados, já bem conhecidos das futuras mamães.
Corpo são, gravidez saudável
Para lidar com todas essas mudanças, é preciso que o organismo esteja saudável e bem preparado. Ou seja, ele precisa de uma alimentação balanceada, de exercício (leve, é claro) e de repouso, para garantir seu funcionamento adequado. Além disso, a gestante tem que evitar fumar, consumir bebidas alcoólicas e também situações de estresse. Caso essas atitudes não sejam tomadas, tanto a saúde da mãe quanto a do bebê podem ter problemas – alguns bem sérios.
Se uma alimentação saudável é indicada em todos os períodos da vida, durante a gestação ela é ainda mais importante. Na verdade, é essencial para o desenvolvimento fetal. Isso não significa que a gestante deve "comer por dois", como muita gente prega.
"A orientação é para que a gestante tenha um acréscimo de 300 calorias/dia a 600 calorias/dia na sua dieta, que esta seja balanceada e fracionada em seis ou sete porções diárias, que contenham grãos integrais, proteínas, derivados do leite, vegetais, frutas. Estimulamos refeições com intervalos de três em três horas", aconselha Rodrigo Pereira de Freitas, ginecologista do Hospital Samaritano de São Paulo.
As gestantes também devem se movimentar. Várias pesquisas científicas atuais revelam que a atividade física na gestação traz inúmeros benefícios – desde que a gravidez não seja de risco e o médico libere, é claro. "O professor deve saber da gestação, praticar exercícios em faixa aeróbica, de preferência manter o que se fazia antes para aquelas que já praticavam, e se eram sedentárias, fazer algo sem impacto, por exemplo, hidroginástica específica para gestantes", explica Rita de Cássia Sanchez, responsável pela medicina fetal do Hospital Israelita Albert Einstein.
Entre os benefícios da prática de atividades físicas durante a gestação estão a restauração da força e resistência muscular, manutenção do peso ideal e melhora da autoestima, da depressão e do humor. "Os exercícios também promovem o fortalecimento do assoalho pélvico, preparando a gestante para o esforço do parto e recuperação no pós-parto; e também o alívio de dores e desconfortos que podem aparecer nessa fase", aponta a ginecologista da Life Clínica, Dra. Juliane Lotuffo.
Além disso, a gestante deve relaxar. Nada de correrias, ansiedade ou estresse. Afinal, todas essas mudanças no organismo da mulher consomem muita energia, e é preciso respeitar as horas de repouso, especialmente com boas noites de sono. Pra quem leva a vida a mil por hora, esse é o momento certo para relaxar e curtir essa fase tão especial.
Alimentos e hábitos que podem prejudicar a fertilidade
Ovos
e carnes crus: mulheres que estão ou pretendem ficar grávidas não devem
consumir nenhum tipo de carne e ovos crus ou mal cozidos, para evitar a
exposição ao parasita da toxoplasmose. Apesar de não ser tão
prejudicial para adultos, a doença pode causar defeitos congênitos no
bebê, como cegueira e lesões cerebrais Leia mais Thinkstock
Riscos
Os maiores riscos para as gestantes são o desenvolvimento de diabetes ou de hipertensão arterial durante a gravidez. Como a produção de insulina aumenta durante a gestação, é possível que a mulher desenvolva diabetes gestacional, o que interfere no crescimento de órgãos do feto, como os pulmões, e também na saúde e bem-estar da gestante.
Já o aumento da pressão sanguínea durante a gravidez em mulheres que nunca tiveram o problema é classificado como doença hipertensiva específica da gestação (DHEG). Essa é uma situação bem complicada pois, se a pressão não for controlada, pode levar à pré-eclâmpsia (aumento da pressão arterial acompanhada de eliminação de proteína pela urina) que, se não tratada, pode culminar na eclampsia, que causa convulsões e pode levar à morte do bebê e da mãe.
Outros riscos durante a gravidez são o tabagismo, a ingestão de bebidas alcoólicas e o estresse.
Fumar durante a gestação aumenta o risco de sofrer aborto espontâneo, sangramentos, descolamento e envelhecimento precoce da placenta, parto prematuro, e ainda pode causar problemas de saúde congênitos para o bebê. "A nicotina e outros produtos químicos presentes no cigarro causam um comprometimento dos vasos sanguíneos fazendo com que chegue menos oxigênio e nutrientes ao feto", explica Freitas.
Já consumir bebidas alcoólicas neste período aumenta o risco de aborto e também pode levar a anomalias congênitas. Além disso, "o álcool em excesso pode causar a Síndrome Alcóolica Fetal (SAF - conjunto de problemas motores, físicos, mentais e comportamentais, como má formação no rosto, anormalidades cerebrais, malformações em órgãos como rins, pulmões e coração, dificuldade de aprendizado etc.)" alerta Sanchez.
O estresse também pode ser um fator de risco importante durante a gestação. Mulheres com altos níveis de estresse ou muito ansiosas estão propensas a terem bebês prematuros. Isso porque o estresse libera hormônios que contraem o útero e diminuem a vascularização. Além disso, pessoas com estresse tendem a se alimentar mal, têm problemas de digestão, pior absorção de nutrientes e estão mais vulneráveis a infecções. Se a futura mamãe tem uma vida estressante, são maiores os riscos de ter problemas como hipertensão e infecções.
Pré-natal
Para garantir a saúde da mamãe e do bebê, é imprescindível fazer o pré-natal. É uma verdadeira maratona médica com consultas, avaliações e exames durante toda a gravidez, mas que vale muito a pena: além de detectar fatores de risco e orientar as futuras mamães, as gestantes podem acompanhar o desenvolvimento do feto e até escutar seu coraçãozinho bater.
O acompanhamento pré-natal possibilita detectar e tratar o diabetes gestacional e a pré-eclâmpsia, além de outras doenças como hipertensão, anemia, sífilis e doenças cardíacas. Os exames também podem identificar problemas no feto, como más formações (algumas delas em fases iniciais que permitem o tratamento ainda na barriga da mãe).
Além disso, durante o pré-natal, a mulher recebe orientação sobre o parto, alimentação, sono, exercícios, hábitos que podem ser prejudiciais à gestação e sinais de alerta a que deve ficar atenta.
"O acompanhamento pré-natal é a maneira da mãe cuidar do bebê antes de ele nascer, evitando diversas doenças e possíveis complicações", diz Daniela Gouveia, ginecologista e obstetra da Clínica Vivid – Saúde e Vaidade.
Oleaginosas:
uma alimentação rica em ácidos graxos (gorduras poli-insaturadas
encontradas em peixes, óleos vegetais, nozes, amêndoas etc) tem o
potencial de diminuir a dor em mulheres com endometriose, ao reduzir
níveis do mediador inflamatório chamado postaglandina, ensina o livro
"Fertilidade e Alimentação", de Arnaldo Cambiaghi e Débora Rosa Leia mais Flávio Florido/Folhapress
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