Isa Stacciarini e Renan Bortoletto
redacao@jornaldebrasilia.com.br
Suspeito de ser o autor do tiro que matou o menino Pedro Henrique Pereira, de 5 anos, Roberto Teixeira de Jesus, 28, se apresentou à polícia, mas continua solto.
Segundo a polícia, o jovem admitiu ter participado da troca de tiros na Estrutural, no último domingo, e alegou que o alvo era um adolescente de 16 anos, que revidou os disparos.
Conforme o depoimento, acidentalmente uma bala atingiu a cabeça da criança, que brincava com o irmão na porta da casa da mãe, na Quadra 17. Depois de ser ouvido, Roberto foi liberado. O menor envolvido no caso também se apresentou à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), prestou depoimento acompanhado de um advogado e foi para casa.
Roberto, também na companhia de um advogado, entregou na 8ª DP (SIA) a arma calibre 38 de cano curto utilizada no crime. A pistola teria sido comprada em Santo Antônio do Descoberto (GO), na Região Metropolitana do DF.
Alvo era outro
O desentendimento que culminou na morte do menino teria começado por conta de um apelido dado a Roberto pelo irmão do menor de idade, um adulto de 21 anos. O apelido, Jack, faz alusão a um suposto estupro de vulnerável cometido por Roberto em 2012. Por conta da desavença, na manhã de domingo, Roberto teria ido até a casa dos dois irmãos e tentado balear o desafeto, sem sucesso.
À tarde, o adolescente, irmão da vítima, foi tirar satisfação com Roberto. “Ele confessa que sacou a arma contra o menor. Houve troca de tiros e uma das balas atingiu a criança”, relata o delegado-chefe da 8ª DP, Flávio Messina.
O réu confesso, segundo Messina, afirma que comprou a arma para se vingar de quem o chamasse de Jack. A pistola teria sido adquirida logo depois que Roberto deixou a prisão, após ser absolvido. “Ele disse que não queria mais ser chamado de Jack, pois não cometeu estupro. Roberto disse que o apelido é pejorativo e que ele fica 'queimado' na Estrutural por ser identificado dessa forma”, esclarece.
Na segunda-feira, Messina enviou um pedido de prisão temporária à Justiça, mas ainda não houve decisão do Judiciário. Por isso, Roberto foi liberado. No entanto, o delegado-chefe afirma que vai concluir o inquérito policial ainda hoje e deve fazer uma nova representação pela prisão preventiva. “O inquérito está basicamente pronto, porque todas as pessoas que precisavam ser ouvidas já prestaram depoimento”, garante.
Segundo Messina, Roberto não acredita que foi o disparo dele que matou o menino Pedro Henrique. Por essa razão, o delegado destaca que o suspeito estava tranquilo durante o depoimento. “Ele não estava arrependido porque acha que a bala que matou o menino foi disparada pelo adolescente de 16 anos. Já essa dúvida é uma das principais perguntas a serem respondidas, mas apenas a perícia é que vai dizer de qual arma veio o tiro que matou a criança”, reforça.
Investigação
Até agora, Roberto é investigado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
O adolescente de 16 anos, que se apresentou à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), também é investigado pelos atos infracionais.
A delegada-chefe da unidade policial, Mônica Ferreira, não revelou o teor do depoimento. A titular disse que as informações poderiam atrapalhar a investigação.
Bombeiros: apoio sem adesão
Polícia Militar e Bombeiros têm as mesmas reivindicações. Mas, cada uma das corporações se posiciona de forma diferente. Embora policiais militares garantam que estão na operação chamada de legalidade, o Corpo de Bombeiros, apesar de prestar apoio ao movimento, não aderiu efetivamente à operação. Isso porque os militares destacam que trabalham diretamente com a ocorrências de risco para salvar vidas. Diante de um atendimento de incêndio e acidentes não é possível, segundo os bombeiros, retardar o socorro da corporação, pois a atitude poderia resultar em risco de morte para a vítima.
Dentre as principais reivindicações da corporação estão os mesmos desejos dos colegas policiais: o reajuste salarial e a reestruturação de carreira. Hoje, um soldado do Corpo de Bombeiros ganha, em média, R$ 4,3 mil. A remuneração de um sargento militar pode chegar a R$ 6 mil. Salário considerado pela classe aquém do adequado.
Um subtenente que não quis se identificar considera que a operação legalidade dentro do Corpo de Bombeiros é delicada. “Neste caso, sofreríamos o risco de sermos responsabilizados pela omissão de socorro”, explica.
Encontro
Os militares da corporação aguardam a reunião do dia 13 de fevereiro, data em que os representantes do Corpo de Bombeiros e da PM devem se reunir para traçar estratégias e objetivos da operação.
O subcomandante da Divisão de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Luiz Gomes, reconhece que existe a operação, mas garante que o movimento não tem impacto na atendimento à comunidade. “Apesar de muitos militares estarem insatisfeitos com a categoria e com o comando, não há possibilidade de a viatura dos bombeiros andar na velocidade da via ou deixar de atender ao chamado”, diz.
O JBr. procurou a Associação Única dos Bombeiros Militares Ativos e Inativos do DF (Asbom), mas não teve retorno.
Mudanças na comunicação
Diante do aumento da criminalidade, mais uma questão a ser administrada pelo GDF. Na noite de terça-feira circulou pelas redes sociais que a Divisão de Comunicação Social da PM tinha sofrido intervenções do governo. Isso porque dois servidores da Secretaria de Comunicação teriam sido designados a ficar no quartel do Comando Geral para responder a imprensa.
Anteriormente, a atividade era feita por policiais alocados na comunicação da corporação. Além disso, o Executivo teria adotado a medida após um maior rigor na Operação Tartaruga.
Versão negada
A secretária garante que “não há nenhum tipo de interferência na independência administrativa da PMDF e sim uma parceria em um momento em que há muitas demandas da imprensa para a corporação”. Além disso, eles explicam que “não há nenhum tipo de centralização de informações e sim integração de esforços para prestar um melhor atendimento à imprensa e esclarecimento à população sobre assuntos relacionados à segurança pública”.
PM se machuca em viatura estragada
Uma viatura do 11º Batalhão da PM (Samambaia) teve a porta do lado do passageiro danificada e aberta durante o trajeto do veículo . Um policial do Grupo Tático Operacional (Gtop) caiu do carro em movimento e teve escoriações na cabeça e no rosto. Ele foi levado a um hospital pelos colegas de guarnição e liberado logo após atendimento.
Policiais ainda tentaram fechar a porta, mas o problema fez com que a trava não funcionasse. A PMDF disse que a viatura apresentou defeito na fechadura durante o serviço e se encontra baixada para manutenção. A corporação disse tratar de um fato isolado.
redacao@jornaldebrasilia.com.br
Suspeito de ser o autor do tiro que matou o menino Pedro Henrique Pereira, de 5 anos, Roberto Teixeira de Jesus, 28, se apresentou à polícia, mas continua solto.
Segundo a polícia, o jovem admitiu ter participado da troca de tiros na Estrutural, no último domingo, e alegou que o alvo era um adolescente de 16 anos, que revidou os disparos.
Conforme o depoimento, acidentalmente uma bala atingiu a cabeça da criança, que brincava com o irmão na porta da casa da mãe, na Quadra 17. Depois de ser ouvido, Roberto foi liberado. O menor envolvido no caso também se apresentou à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), prestou depoimento acompanhado de um advogado e foi para casa.
Roberto, também na companhia de um advogado, entregou na 8ª DP (SIA) a arma calibre 38 de cano curto utilizada no crime. A pistola teria sido comprada em Santo Antônio do Descoberto (GO), na Região Metropolitana do DF.
Alvo era outro
O desentendimento que culminou na morte do menino teria começado por conta de um apelido dado a Roberto pelo irmão do menor de idade, um adulto de 21 anos. O apelido, Jack, faz alusão a um suposto estupro de vulnerável cometido por Roberto em 2012. Por conta da desavença, na manhã de domingo, Roberto teria ido até a casa dos dois irmãos e tentado balear o desafeto, sem sucesso.
À tarde, o adolescente, irmão da vítima, foi tirar satisfação com Roberto. “Ele confessa que sacou a arma contra o menor. Houve troca de tiros e uma das balas atingiu a criança”, relata o delegado-chefe da 8ª DP, Flávio Messina.
O réu confesso, segundo Messina, afirma que comprou a arma para se vingar de quem o chamasse de Jack. A pistola teria sido adquirida logo depois que Roberto deixou a prisão, após ser absolvido. “Ele disse que não queria mais ser chamado de Jack, pois não cometeu estupro. Roberto disse que o apelido é pejorativo e que ele fica 'queimado' na Estrutural por ser identificado dessa forma”, esclarece.
Na segunda-feira, Messina enviou um pedido de prisão temporária à Justiça, mas ainda não houve decisão do Judiciário. Por isso, Roberto foi liberado. No entanto, o delegado-chefe afirma que vai concluir o inquérito policial ainda hoje e deve fazer uma nova representação pela prisão preventiva. “O inquérito está basicamente pronto, porque todas as pessoas que precisavam ser ouvidas já prestaram depoimento”, garante.
Segundo Messina, Roberto não acredita que foi o disparo dele que matou o menino Pedro Henrique. Por essa razão, o delegado destaca que o suspeito estava tranquilo durante o depoimento. “Ele não estava arrependido porque acha que a bala que matou o menino foi disparada pelo adolescente de 16 anos. Já essa dúvida é uma das principais perguntas a serem respondidas, mas apenas a perícia é que vai dizer de qual arma veio o tiro que matou a criança”, reforça.
Investigação
Até agora, Roberto é investigado pelos crimes de homicídio e tentativa de homicídio.
O adolescente de 16 anos, que se apresentou à Delegacia da Criança e do Adolescente (DCA I), também é investigado pelos atos infracionais.
A delegada-chefe da unidade policial, Mônica Ferreira, não revelou o teor do depoimento. A titular disse que as informações poderiam atrapalhar a investigação.
Absolvido
Roberto foi acusado de abusar sexualmente de um adolescente de 15
anos com deficiência mental. Por causa do crime, ele ficou preso por
sete meses, e solto após ser absolvido. O juiz entendeu que a suposta
vítima do estupro pode ter sido conivente com a situação. Depois que
Roberto deixou a prisão, ele começou a ser chamado pelo apelido de Jack
por algumas pessoas da Estrutural. O nome faz referência a um
personagem de cinema com características violentas. Roberto não gostou
da brincadeira e prometeu se vingar.
Jovem atingida em Santa Maria
Três dias depois do crime que matou Pedro Henrique, em outra cidade
do DF, mais uma vítima da violência. Uma adolescente de 17 anos foi
baleada no pescoço, na Quadra 201, em Santa Maria. Segundo informações
da Polícia Civil, a jovem estaria conversando com a irmã em frente ao
portão de casa quando foi atingida. Ela foi levada para o Hospital de
Santa Maria, chegou consciente e seu estado de saúde é estável. O caso
foi registrado na 33ª Delegacia de Polícia.
A versão da vítima, no entanto, confronta com a da própria irmã. À
polícia, a adolescente teria dito que um rapaz desconhecido de bicicleta
passou em frente à sua casa e efetuou o disparo que atingiu seu
pescoço. Já a irmã declarou à investigação que dois rapazes em uma
bicicleta teriam feito nove disparos contra elas. A perícia, porém, não
encontrou nenhuma cápsula de bala ou marcas no muro da casa onde as
irmãs estavam na hora do ocorrido. Vizinhos confirmam a versão de que
apenas um disparo foi dado.
Suspeito
A Polícia Civil já tem um suspeito: o companheiro da jovem. Ele foi
procurado pela polícia em casa, mas não foi encontrado. “Pelo fato de
não termos o encontrado em casa, não podemos descartar uma tentativa de
homicídio passional. Segundo a perícia, tudo indica também que o tiro
foi dado pelas costas”, disse o policial de plantão, Marcos Gomes.
Moradores do bairro descreveram a vítima como uma moça bonita e
atraente. A reportagem contactou a mãe da menina que a acompanhava no
hospital, mas ela não quis falar sobre o assunto.
pracinha perigosa
Vizinhos relataram à reportagem que a região administrativa está
cada dia mais violenta. “Essa pracinha vive cheia de gente estranha. O
cheiro de maconha é constante”, disse uma senhora, que preferiu não se
identificar.
Polícia Militar e Bombeiros têm as mesmas reivindicações. Mas, cada uma das corporações se posiciona de forma diferente. Embora policiais militares garantam que estão na operação chamada de legalidade, o Corpo de Bombeiros, apesar de prestar apoio ao movimento, não aderiu efetivamente à operação. Isso porque os militares destacam que trabalham diretamente com a ocorrências de risco para salvar vidas. Diante de um atendimento de incêndio e acidentes não é possível, segundo os bombeiros, retardar o socorro da corporação, pois a atitude poderia resultar em risco de morte para a vítima.
Dentre as principais reivindicações da corporação estão os mesmos desejos dos colegas policiais: o reajuste salarial e a reestruturação de carreira. Hoje, um soldado do Corpo de Bombeiros ganha, em média, R$ 4,3 mil. A remuneração de um sargento militar pode chegar a R$ 6 mil. Salário considerado pela classe aquém do adequado.
Um subtenente que não quis se identificar considera que a operação legalidade dentro do Corpo de Bombeiros é delicada. “Neste caso, sofreríamos o risco de sermos responsabilizados pela omissão de socorro”, explica.
Encontro
Os militares da corporação aguardam a reunião do dia 13 de fevereiro, data em que os representantes do Corpo de Bombeiros e da PM devem se reunir para traçar estratégias e objetivos da operação.
O subcomandante da Divisão de Comunicação Social do Corpo de Bombeiros, major Eduardo Luiz Gomes, reconhece que existe a operação, mas garante que o movimento não tem impacto na atendimento à comunidade. “Apesar de muitos militares estarem insatisfeitos com a categoria e com o comando, não há possibilidade de a viatura dos bombeiros andar na velocidade da via ou deixar de atender ao chamado”, diz.
O JBr. procurou a Associação Única dos Bombeiros Militares Ativos e Inativos do DF (Asbom), mas não teve retorno.
Mudanças na comunicação
Diante do aumento da criminalidade, mais uma questão a ser administrada pelo GDF. Na noite de terça-feira circulou pelas redes sociais que a Divisão de Comunicação Social da PM tinha sofrido intervenções do governo. Isso porque dois servidores da Secretaria de Comunicação teriam sido designados a ficar no quartel do Comando Geral para responder a imprensa.
Anteriormente, a atividade era feita por policiais alocados na comunicação da corporação. Além disso, o Executivo teria adotado a medida após um maior rigor na Operação Tartaruga.
Versão negada
A secretária garante que “não há nenhum tipo de interferência na independência administrativa da PMDF e sim uma parceria em um momento em que há muitas demandas da imprensa para a corporação”. Além disso, eles explicam que “não há nenhum tipo de centralização de informações e sim integração de esforços para prestar um melhor atendimento à imprensa e esclarecimento à população sobre assuntos relacionados à segurança pública”.
PM se machuca em viatura estragada
Uma viatura do 11º Batalhão da PM (Samambaia) teve a porta do lado do passageiro danificada e aberta durante o trajeto do veículo . Um policial do Grupo Tático Operacional (Gtop) caiu do carro em movimento e teve escoriações na cabeça e no rosto. Ele foi levado a um hospital pelos colegas de guarnição e liberado logo após atendimento.
Policiais ainda tentaram fechar a porta, mas o problema fez com que a trava não funcionasse. A PMDF disse que a viatura apresentou defeito na fechadura durante o serviço e se encontra baixada para manutenção. A corporação disse tratar de um fato isolado.
Fonte: Da redação do Jornal de Brasília
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