Até distribuição de retroescavadeiras colabora para inflar o PAC!
Governo garante que já executou 82,3% do
Programa de Aceleração do Crescimento.
Porém, mais da metade dos
desembolsos entre 2011 e 2013 se referem a moradias do Minha Casa, Minha
Vida.
Cálculos incluem ainda creches e quadras de esportes
Publicação: 19/02/2014 06:00 Correio Braziliense
Na tentativa de criar
fatos positivos, que reduzam o pessimismo agravado pela perspectiva de o
país estar em recessão, o governo tentou ontem fazer um grande barulho
em torno de mais um balanço do segundo Programa de Aceleração do
Crescimento (PAC2).
Mas, em vez de angariar apoios, recebeu críticas dos
especialistas. A razão: no meio de obras apontadas como essenciais para
melhorar a infraestrutura e aumentar a competitividade do Brasil, o
Ministério do Planejamento incluiu, entre os projetos executados,
distribuição de retroescavadeiras, quadras de esportes, creches, postos
de saúde e, sobretudo, apartamentos do Minha Casa, Minha Vida.
Mesmo
empreendimentos que nunca saíram do papel, como o trem-bala, foram
apontados como “em execução adequada”. E, apesar de mais de 10 mil
megawatts terem sido agregados ao sistema gerador de energia elétrica
nos últimos três anos, a maior parte dessa eletricidade não chegou aos
consumidores porque não foram construídas as linhas de transmissão. Caso
a integração entre geração e distribuição estivesse concluída,
certamente o país não estaria ameaçado pelo risco de racionamento.
A
ministra do Planejamento, Miriam Belchior, no entanto, não se fez de
rogada ao anunciar os números inflados do PAC2.
Segundo ela, em três
anos, o programa superou em 25% os investimentos realizados no PAC1,
lançado pelo então presidente Lula, quando Dilma Rousseff era ministra
da Casa Civil.
Pelos cálculos da ministra, R$ 583 bilhões em
investimentos previstos entre 2011 e 2014 foram realizados, o
equivalente a 82,3% dos projetos.
“Com o PAC, recuperamos a estratégia
de fazer obras de infraestrutura”, disse.
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