quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Parem a matança! Massacre de golfinhos no Japão e na Dinamarca





Por: Luis Pellegrini

A cena se repete anualmente, de setembro a março, sempre com os mesmos protagonistas: centenas de golfinhos são encurralados pelos pescadores na baía de Taiji, na costa oeste do Japão, apesar do protesto de várias organizações ambientalistas. 

Além dos poucos que conseguem escapar, os golfinhos aprisionados têm dois destinos possíveis: ou são enviados para cativeiro, ou acabam esquartejados para consumo. 

Só na terça-feira, 21 de janeiro, foi trucidada quase uma centena desses animais. A lembrar que, com os chimpanzés, os golfinhos estão entre os mais inteligentes e sensíveis animais que vivem na face da Terra.

 
Segundo a agência Reuters, pelo menos 200 golfinhos – incluindo adultos, crias e um golfinho albino, raro, que será mais valioso – estavam presos desde a sexta-feira, 17 de janeiro, na baía de Taiji. 

A CNN afirma que este ano eles serão cerca de 500 indivíduos, mais do que é habitual. 

Com a ajuda de barcos a motor e de redes de pesca, os animais foram levados para uma zona de águas pouco profundas, onde eram esperados por pescadores com roupas de mergulho e máscaras de snorkelling. 

Eles perseguiram os golfinhos aprisionados até à exaustão e prenderam-lhes as barbatanas com cordas, para impedir a fuga.
Antes, os pescadores japoneses taparam o acesso à baía com uma lona para fugir dos olhares de ativistas ambientais e jornalistas, que tentavam filmar e fotografar o massacre. 

Mas o sangue dos animais espalhou-se pela água da baía, para lá dos limites da lona. "Foi usada uma barra de metal para lhes esfaquear a medula espinhal e os golfinhos foram deixados a sangrar, sufocar e morrer. 

Depois dos quatro dias traumáticos que passaram presos na enseada da matança, foram alvo de uma seleção violenta, separados da família, e finalmente foram mortos na terça-feira", disse à Reuters Melissa Sehgal, da organização ambientalista Sea Shepherd, que publicou online vídeos da matança.

Ódio aos japoneses, avisa Yoko Ono

A desculpa das autoridades japonesas é sempre a mesma: Trata-se de uma antiga "tradição cultural" do país. Mas que tradição é essa?, pergunta-se. A tradição de infligir sofrimento até a morte? 

Na região dos Balcãs, no século 15, e apenas para citar um exemplo, existia a tradição cultural do empalamento, pela qual criminosos condenados e soldados inimigos eram desvestidos e amarrados sentados nas pontas de longas estacas e lá permaneciam, sangrando, até morrer. 

Deveriam então, os romenos e búlgaros, em nome da tradição cultural, continuar empalando seus inimigos até hoje? Baleias e golfinhos, como todos os demais animais altamente inteligentes ou em risco de extinção não são mais propriedade deste ou daquele país: São, todos eles, patrimônio da humanidade. 

Assim, com que direito o Japão (e também a Dinamarca, como veremos mais abaixo) massacram golfinhos que pertencem ao patrimônio mundial? 

Precisarão por acaso os japoneses e os dinamarqueses – duas das nações mais ricas do mundo - de mais alguns sushis ou filés de cetáceos para sobreviverem?

 
A matança foi fortemente criticada pela comunidade internacional. O embaixador do Reino Unido no Japão, Timothy Hitchens, e a embaixadora dos EUA, Caroline Kennedy, declararam-se contra essa prática. 

"O Reino Unido opõe-se a todas as atividades com golfinhos e botos, que causam sofrimentos terríveis. Levantamos esta questão regularmente com o Japão", declarou Hitchens, num comentário na sua conta do Twitter. 

Por seu lado, Caroline Kennedy mostrou-se "profundamente preocupada" com a matança.

Também a artista japonesa Yoko Ono, viúva do cantor John Lennon, e o ator Matt Damon apelaram aos pescadores que abandonem essa caça anual. 

 Numa carta publicada na sua página de Internet, dirigida aos pescadores daquela localidade da província de Wakayama e ao primeiro-ministro japonês, Ono escreve: "A forma como insistem numa grande celebração da matança de tantos golfinhos e no rapto de alguns deles para vender aos zoos e restaurantes, neste tempo tão sensível politicamente, fará com que as crianças do mundo odeiem os japoneses."

 
A captura e matança de golfinhos é uma prática centenária naquela região e é fortemente defendida pelos moradores e pelas autoridades, que alegam que ela não está banida em nenhum tratado internacional e que a espécie não está em perigo de extinção.

Em 2009, Taiji ficou célebre em todo o mundo quando o documentário The Cove (A Enseada), premiado com um Oscar em 2010, denunciou a captura de golfinhos para parques aquáticos e o massacre de milhares para consumo. 

Em outubro, o município revelou um plano que promete nova polêmica: será criado um parque marinho, onde os turistas poderão nadar e fazer canoagem ao lado de golfinhos e baleias. Mais tarde, poderão comê-los na forma de delicados sushis e sashimis...

Vídeo da matança de golfinhos no Japão:

NAS ILHAS FAROE
Mais matanças de baleias e golfinhos


Uma média de 700 baleias-piloto e golfinhos são esquartejados brutalmente, quase sempre estando ainda vivos, todos os anos, nas Ilhas Faroe, um arquipélago situado no Atlântico Norte e pertencente à Dinamarca. 

Inteiros grupos familiares de baleias, conhecidas como "pods", são conduzidos para as praias onde os animais são mortos a golpes de facas e facões desferidos pelos moradores dessas ilhas. 

Essa modalidade de caça aos cetáceos tem sido praticada nas Faroe há séculos. 

 No passado, ela era importante fonte de alimento para os habitantes daquele remoto e frio território, mas hoje a prática não passa de um hábito nefasto transformado muito provavelmente em simples válvula de escape da violência e da agressividade acumulada pelas pessoas que o praticam. 

As próprias autoridades dinamarquesas são as primeiras a advertir que a carne desses cetáceos já não é mais sadia e seu consumo tornou-se perigoso devido à grande quantidade de poluidores tóxicos (sobretudo mercúrio) que se concentram na carne e na gordura das baleias.

Em 2013, no entanto, mais de 700 baleias-piloto aterrorizadas foram levadas para as praias, perfuradas com ganchos de aço e arrastadas para a areia. 

Seus pescoços foram cortados com facas e facões, de maneira que os animais sangraram até morrer. Famílias inteiras de baleias foram trucidadas dessa forma: mães grávidas, mães com seus filhotes, todas passaram pela terrível agonia da morte violenta.

Embora o arquipélago das Faroe pertença à Dinamarca, as ilhas possuem suas próprias leis para regulamentar a caça às baleias.

Comentários

10 comentários em "Parem a matança! Massacre de golfinhos no Japão e na Dinamarca"
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  1. amanda 18.02.2014 às 20:10
    domingo dia 16 de fevereiro de 2014!!! vi a reportagem no programa do Fantástico globo - Brasil, fiquei horrorizada!!! não acreditava no que via.... passei mal, chorei, me indignei, e não consigo tirar a cena brutal contra seres inocentes, que so querem viver.... só viver.... esses monstros tem mentes doentes, a vida dará o retorno também cruel a esses monstros ocos!!! Meu Deus!!! foi uma das cenas mais horriveis que já vida nessa vida!!! quem poderá parar esses analfabetos de espírito???? quem????

  2. Raimundo 18.02.2014 às 10:42
    Espíritos malignos que habitam a terra. Ridículo o pronunciamento do governo do Japão: Se não há leis contra a matança dos golfinhos/baleias, cadê o poder dele para cria-las. E ainda pede proteção para os assassinos.

  3. Raimundo 17.02.2014 às 16:13
    Simplesmente repugnante. Eles mesmos se depreciam humanamente falando. São uns covardes.

  4. JAKELINA MESQUITA 14.02.2014 às 11:50
    meu Deus aonde q pessoas matam golfinhos e baleias e acham tudo normal,isso e covardia de mais estou em prantos e não consigo ver tanta crueldade com seres tão indefesos..temos q compartilhar esses videos e mostrar a nossa indignação diante dessa matança desnecessárias por puro prazer de matar. CHEGA DESSE MATANÇA OS ANIMAIS PERTENCEM A NÓS TMB E NÃO QUEREMOS MAIS ISSO !!!!

  5. Flavio 3.02.2014 às 14:08
    ASSASSINOS DESGRAÇADOS!!!

  6. silvia 2.02.2014 às 16:28
    Repudio este ao insano... Aqui, no meu conviver aprendemos a amar os animais e não caça-los e isso será passado às crianças: O repúdio, a violência aos animais. Para mim, povos que se dizem evoluídos como esses, não são mais do que homens das cavernas.

  7. SERGIO CARVALHO 31.01.2014 às 17:58
    HOLOCAUSTO !!! FILHOS DE HITLER ?, QUE ESCAPARAM DA ALEMNHA ?, E CONTINUAM COM A PRATICA DE SEU PAI ? ADOLF HITLER ? MERECEM O MEMO FIM, BOMBA ATMICA NESSES LOCAIS DO MASSACRE^.

  8. Antonio Rocha 30.01.2014 às 21:45
    Com relação à matéria: "A violência começa na mente" é isso mesmo. O Budismo afirma que tudo nasce na mente, o bem e o mal... então a pessoa escolha, sabendo que tem a lei do retorno, ou ação e reação, ou carma.

  9. Jurandy1954 30.01.2014 às 14:07
    Povo nojento e desumano. Já está na hora dos americanos lançarem a terceira bomba atomica.

  10. Jurandy1954 30.01.2014 às 14:04
    Povo nojento e desumano, já está na hora dos americanos jogarem a terceira bomba

Um comentário:

Anônimo disse...

A Bíblia nos faz crer que o errado não é matar o animal, mas sim depredar e acabar com o recurso que posteriormente poderá servir novamente ao homem. Assim, uma pessoa que encontre um ninho com ovos ou passarinhos e a mãe chocando, poderá pegar para si os ovos e os passarinhos, mas deverá deixar a mãe ir (Deut. 22: 6-7), provavelmente uma forma de garantir que haja mais ovos e filhotes em breve. Uma outra lei ordena que a cada 7 anos os campos deixem de ser cultivados para que a terra descanse. Neste período o que nascer nesta terra poderá servir aos pobres e aos animais do campo (Êxodo 23:10-11); a preocupação com os animais do campo pode ser simplesmente uma preocupação com a caça no futuro.