sábado, 1 de março de 2014

Alta do dólar faz dívida pública líquida cair para menor nível da história



  • 28/02/2014 17h10
  • Brasília
Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil 

A alta de 3,6% do dólar em janeiro fez a dívida pública líquida cair para o menor nível da história em janeiro. Segundo números divulgados hoje (28) pelo Banco Central (BC), a dívida líquida do setor público encerrou o mês passado em 33,3% do Produto Interno Bruto (PIB), o percentual mais baixo desde o início da série histórica.

A queda ocorreu porque o endividamento líquido desconta, da dívida bruta, o que o governo tem a receber. Com a valorização da moeda norte-americana no mês passado, os ativos em moeda estrangeira, principalmente as reservas internacionais, aumentam de valor na conversão em reais, resultando numa dívida líquida menor.
Segundo o chefe adjunto do Departamento Econômico do Banco Central, Fernando Rocha, a queda da dívida líquida em janeiro será revertida em fevereiro. 

 Isso porque, neste mês, o dólar caiu 4%. O BC projeta que a dívida líquida do setor público tenha aumentado 0,3 ponto percentual em fevereiro, fechando este mês em 33,6% do PIB. Os números finais, no entanto, só serão divulgados no fim de março.

A queda da dívida pública ocorreu apesar do déficit nominal de R$ 10,476 bilhões em janeiro, o maior para o mês desde 2006. 

Diferentemente do resultado primário, o resultado nominal considera o pagamento dos juros da dívida pública, que totalizou R$ 30,399 bilhões no mês passado e atingiu o maior valor da história para todos os meses. 

 Tradicionalmente, a dívida pública sobe quando ocorre déficit nominal, mas a alta do dólar neutralizou esse efeito.

De acordo com Fernando Rocha, os gastos com os juros da dívida foram elevados em janeiro por causa de três fatores: o maior número de dias úteis no mês passado, a inflação mais alta em dezembro (que impactou os juros dos títulos públicos corrigidos pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) e o prejuízo do Banco Central de R$ 3,9 bilhões com as operações de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro. 

Além disso, o atual ciclo de alta da taxa Selic – juros básicos da economia – aumenta os juros da dívida.

Em fevereiro, ressaltou o técnico do BC, a maior parte dos fatores que impulsionaram as despesas com juros em janeiro foi revertida. 

A queda do dólar fez o Banco Central lucrar com as operações de swap e a inflação em janeiro caiu em relação a dezembro.

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