29/03/2014 19h56
No dia 24, agência Standard & Poor’s rebaixou nota de crédito do Brasil.
Para presidente, interesses podem ‘obscurecer’ avaliação sobre economia.
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A presidente Dilma Rousseff disse neste sábado (29) que não vai se
abalar com “julgamentos apressados” e com “conclusões precipitadas”
sobre a política econômica adotada pelo seu governo e que não vai
abdicar de seu compromisso com a solidez da economia do país. As
declarações foram feitas 5 dias depois de a agência de classificação de
risco Standard & Poor’s ter rebaixado a nota de crédito soberano do Brasil.
“Tão pouco nos abalaremos com julgamentos apressados, com conclusões precipitadas que a realidade desmentirá. Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe”, disse a presidente, durante discurso na 55ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na Costa do Sauípe, no Litoral Norte da Bahia.
No dia 24 de março, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil, que reflete a confiança de investir no país, de "BBB" para "BBB-". A S&P também mudou a perspectiva do rating de negativa para estável.
A classificação de "BBB-" ainda mantém o país com grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é o último degrau para perder esse posto. O fato de ter mudado a perspectiva para estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.
A Standard & Poor's apontou em sua justificativa sinais pouco claros da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um frágil quadro fiscal, e também a desaceleração do crescimento do país.
Em comunicado, a S&P disse que o rebaixamento do rating reflete a combinação de "derrapagem orçamentária" em meio às perspectivas de "crescimento moderado nos próximos anos", baixo volume de investimentos, "capacidade restrita" a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e "algum enfraquecimento das contas externas do país".
O Ministério da Fazenda já havia divulgado uma nota em resposta à S&P. Nela, classifica a decisão da S&P de "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil" e "inconsistente com as condições da economia brasileira".
Brasil vai bem
Em seu discurso na reunião do BID, a presidente disse que o Brasil tem muitos desafios e “obstáculos a serem removidos”, mas pode se “orgulhar” das mudanças e melhorias conquistadas. Na visão da presidente, “o Brasil vai bem e irá melhor.”
Ela disse estar convencida da necessidade de “preservar a solidez dos fundamentos macro econômicos do país.” Declarou ainda que seu governo assumiu compromisso “inarredável” com “as forças produtivas e com os investidores que aqui vêm, tanto nacionais como internacionais.”
Dilma afirmou que o governo vai manter neste ano a trajetória de queda da dívida do setor público como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) – hoje ela é de 33,8% do PIB. E que a inflação no país em 2014 vai se manter dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2014 e 2015, a meta central na qual teoricamente o Banco Central estaria mirando ao fixar os juros básicos da economia é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
“Nos últimos dez anos, a inflação se manteve rigorosamente dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional. Posso garantir que assim também será em 2014”, disse a presidente.
Novas concessões
Ao fazer um retrato da situação da economia, a presidente citou que as reservas internacionais do Brasil superam hoje os US$ 370 bilhões, “o que nos dá um lastro confortável e seguro para enfrentar qualquer volatilidade.” E que, nos últimos 12 meses, o país recebeu mais de US$ 65 bilhões em investimentos estrangeiros diretos.
Dilma também citou os 18 leilões de concessão feitos pelo governo federal em 2013, nos setores de energia elétrica, rodovias, portos, aeroportos, petróleo e gás, que, segundo ela, vão gerar R$ 80 bilhões em investimentos. E informou que o governo vai fazer neste ano novas concessões, nas áreas de logística, energia e infraestrutura urbana.
“Em 2014, faremos novas concessões, ampliando ainda mais a nossa parceria e a parcela de investimentos que temos com o setor privado”, disse a presidente.
“Tão pouco nos abalaremos com julgamentos apressados, com conclusões precipitadas que a realidade desmentirá. Todos sabemos que, em economia, a realidade sempre se impõe”, disse a presidente, durante discurso na 55ª Reunião Anual da Assembleia de Governadores do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), na Costa do Sauípe, no Litoral Norte da Bahia.
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“Em alguns momentos, expectativas, especulações, avaliações e até mesmo
interesses políticos podem obscurecer a visão objetiva dos fatos. Para
nós, o que importa é que continuaremos a agir para manter o pais no rumo
certo, sem abdicar em nenhum momento do nosso compromisso fundamental
com a solidez da economia e com a inclusão e o desenvolvimento social e
ambiental do país”, completou a presidente.No dia 24 de março, a agência de classificação de risco Standard & Poor's rebaixou a nota de crédito soberano do Brasil, que reflete a confiança de investir no país, de "BBB" para "BBB-". A S&P também mudou a perspectiva do rating de negativa para estável.
A classificação de "BBB-" ainda mantém o país com grau de investimento, que recomenda o país como destino de aplicações, mas é o último degrau para perder esse posto. O fato de ter mudado a perspectiva para estável indica que a S&P não deve fazer novos rebaixamentos no curto prazo.
A Standard & Poor's apontou em sua justificativa sinais pouco claros da política econômica do governo da presidente Dilma Rousseff, que enfrenta um frágil quadro fiscal, e também a desaceleração do crescimento do país.
Em comunicado, a S&P disse que o rebaixamento do rating reflete a combinação de "derrapagem orçamentária" em meio às perspectivas de "crescimento moderado nos próximos anos", baixo volume de investimentos, "capacidade restrita" a ajustar a política antes das eleições presidenciais de outubro e "algum enfraquecimento das contas externas do país".
O Ministério da Fazenda já havia divulgado uma nota em resposta à S&P. Nela, classifica a decisão da S&P de "contraditória com a solidez e os fundamentos do Brasil" e "inconsistente com as condições da economia brasileira".
Brasil vai bem
Em seu discurso na reunião do BID, a presidente disse que o Brasil tem muitos desafios e “obstáculos a serem removidos”, mas pode se “orgulhar” das mudanças e melhorias conquistadas. Na visão da presidente, “o Brasil vai bem e irá melhor.”
Ela disse estar convencida da necessidade de “preservar a solidez dos fundamentos macro econômicos do país.” Declarou ainda que seu governo assumiu compromisso “inarredável” com “as forças produtivas e com os investidores que aqui vêm, tanto nacionais como internacionais.”
Dilma afirmou que o governo vai manter neste ano a trajetória de queda da dívida do setor público como proporção do Produto Interno Bruto (PIB) – hoje ela é de 33,8% do PIB. E que a inflação no país em 2014 vai se manter dentro da meta estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
Para 2014 e 2015, a meta central na qual teoricamente o Banco Central estaria mirando ao fixar os juros básicos da economia é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
“Nos últimos dez anos, a inflação se manteve rigorosamente dentro dos limites estabelecidos pelo Conselho Monetário Nacional. Posso garantir que assim também será em 2014”, disse a presidente.
Novas concessões
Ao fazer um retrato da situação da economia, a presidente citou que as reservas internacionais do Brasil superam hoje os US$ 370 bilhões, “o que nos dá um lastro confortável e seguro para enfrentar qualquer volatilidade.” E que, nos últimos 12 meses, o país recebeu mais de US$ 65 bilhões em investimentos estrangeiros diretos.
Dilma também citou os 18 leilões de concessão feitos pelo governo federal em 2013, nos setores de energia elétrica, rodovias, portos, aeroportos, petróleo e gás, que, segundo ela, vão gerar R$ 80 bilhões em investimentos. E informou que o governo vai fazer neste ano novas concessões, nas áreas de logística, energia e infraestrutura urbana.
“Em 2014, faremos novas concessões, ampliando ainda mais a nossa parceria e a parcela de investimentos que temos com o setor privado”, disse a presidente.
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