Por Haroldo P.
Barboza
As famosas 6 vigas
da Perimetral (RJ) que “desapareceram” de um depósito no Caju, podem nem ter
chegado lá.
Não é uma teoria
absurda se lembrarmos de um esquema muito comum praticado desde que os
governantes perceberam como obter lucro com obras (muitas desnecessárias) públicas.
Em síntese, o
grande esquemão funciona assim:
- o contrato da
obra é superfaturado antes do início da mesma, no momento da assinatura do
acordo. Aí já estão definidas as parcelas que caberão a cada signatário. Mais
uns trocados para os capatazes, motoristas, vigias e fiscais. O bando a ser
alimentado é grande. Por isto os valores são triplicados.
Supondo que para
cimentar as bases de 500 colunas de um viaduto sejam necessárias 300 viagens de
caminhões de cimento, são especificadas 600 viagens. Somente os engenheiros são
capazes de efetuar os cálculos corretos. Portanto, nenhum jornalista vai
contestar tal planilha. E o fiscal já está “convencido”.
Supondo que cada um
dos 10 caminhões contratados consigam fazer 5 viagens por dia, nos mapas são
lançadas 10 chegadas dos veículos. Uma proeza de encantar qualquer técnico de
trânsito que estuda o caos nosso de cada dia.
Na retirada de
entulhos o esquema é similar. Se bastam 50 viagens para limpar o canteiro de
obras, são registradas 100 viagens. E grande parte deste material ainda é
aproveitada para obras na residência de um figurão que possui casa numa
aprazível área turística.
Já deu para
perceber as dezenas de artimanhas montadas para elevar custos (que pagaremos
sem chiar) e engordar as contas bancárias dos malandros.
Então a suposição
abaixo tem boas possibilidades de ter acontecido.
Nas viagens (ao
longo do dia, à vista de todos) para transferir as vigas da Perimetral (RJ)
para um depósito no Caju, a cada 50 viagens, uma era desviada para outro
endereço tomando-se o cuidado de efetuar a “chegada” da peça ao local definido
no documento oficial.
Portanto, elas não
sumiram furtivamente nas madrugadas sem a luz do luar.
Por isto nada foi
detectado nas “imagens” de datas onde nada aconteceu.
Se Holdini não
deixou nenhum aluno aqui para sumir com artefatos em seus números de mágicas,
tente nos fornecer mais uma hipótese para a “evaporação” de tais peças numa
época em que satélites encontram chaveiros no deserto.
Haroldo P. Barboza,
Professor e Escritor, é Autor do livro: Brinque e cresça feliz.
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