Carlos Chagas
Publicado: 8 de abril de 2014 às 0:28
Inusitada não foi a notícia, numa
revista semanal, de que a presidente Dilma padece de diverticulite, um
mal que normalmente não chega a preocupar, dada a facilidade de ser
debelado. Inusitado foi o comportamento da secretaria de Comunicação
Social da presidência da República, por haver-se negado a comentar a
informação. É dessas omissões que nascem os problemas.
A presidente Dilma tornou-se uma pessoa pública,
daquelas sem direito à privacidade dos cidadãos normais. Como ela, muito
mais gente, do Pelé a Gisele Bunchen e quantos mais? Divulgada a
existência da diverticulite, caberia ao palácio do Planalto confirmar ou
desmentir. A ser verdadeira a nota, caberia enfrentá-la, apesar do
pouco risco que a doença desperta, nos tempos atuais.
Assim comportou-se o ministro Francklin Martins,
quando ministro da Comunicação Social do Lula, diante da notícia de que a
então chefe da Casa Civil e candidata presidencial, Dilma Rousseff,
sofria de câncer linfático. Na mesma hora o experiente jornalista
acompanhou a ministra ao Hospital Sírio Libanês, em São Paulo, onde foi
submetida a uma bateria de exames e a um rigoroso tratamento, resultando
dele sua cura completa.
O mesmo aconteceu com o Lula, já fora do poder,
detectado um tumor em sua garganta. Ninguém escondeu nada e depois de
alguns meses, informando diariamente sua situação à imprensa, o
ex-presidente e seus médicos puderam anunciar um resultado feliz.
O que a gente estranha é o silêncio, como se fosse
possível esconder a notícia da diverticulite, vale repetir, necessitando
ser confirmada ou desmentida. Nos tempos da ditadura, engolia-se a
reação dos detentores do governo com o célebre “nada a declarar”. Agora,
não.
A presidente Dilma é candidata à reeleição. Em torno
de seus percentuais de preferência do eleitorado debruçam-se as atenções
gerais. Uma informação sobre sua saúde é essencial. Qualquer delonga
por parte dos porta-vozes dá margem a suposições de toda espécie.
PROBLEMAS À VISTA
Faltando dois meses para a abertura da copa do mundo,
pelo menos quatro estádios encontram-se incompletos, sem falar nas
obras viárias prometidas ao redor de quase todos os demais. A previsão é
de que as coisas não funcionem como foi prometido, com ampla circulação
das multidões de torcedores. Adiantará muito pouco apontar responsáveis
e culpados, da Fifa ao governo federal, dos governos estaduais às
prefeituras. Claro que tempo ainda haverá para se completarem as obras,
mas a sombra do vexame será iluminada por toda a imprensa internacional.
O CUSTO DA PERMANÊNCIA
Roseana Sarney e Cid Gomes resolveram ficar até o fim
nos governos do Maranhão e do Ceará. Desconsideraram a evidência de que
poderiam eleger-se para o Senado ou a Câmara dos Deputados, caso se
tivessem desincompatibilizado. Agora, defrontam-se com sério desafio:
eleger os sucessores, hipótese em aberto mas jamais garantida. José
Sarney e Ciro Gomes lideram a torcida.
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