quarta-feira, 9 de abril de 2014

São Paulo registra mais de 40 mil roubos de celular só em 2014



 09/04/2014 08h16


Um aparelho é roubado na maior cidade do país a cada três minutos. 

 

Eles acabam em feiras clandestinas, e polícia tem dificuldade para provar roubo.

A cada três minutos um aparelho celular é roubado em São Paulo. Já são mais de 40 mil crimes desse tipo só este ano na maior cidade do país. O levantamento foi feito com base em informações da Secretaria de Segurança Pública, mas pode ser muito maior já que nem todas as vítimas registram os roubos.


A polícia admite que os bandidos tem interesse especial a esses aparelhos. Muitos celulares acabam nas feiras clandestinas onde se vende de tudo, sem nenhuma comprovação de procedência. Uma delas acontece bem no centro da capital.


Como boa parte das vítimas não registra queixa, a polícia tem dificuldade de comprovar que os aparelhos vendidos ali foram roubados.


Ele facilita a vida, deixa todo mundo conectado. “Estou filmando a cidade de São Paulo, conhecendo um pouco a cidade”, conta um jovem.

“Até aguento ficar com um celular no bolso, mas às vezes tem que responder as pessoas, conversar”, diz outra jovem.

Muitas vezes, os furtos e roubos de celular acontecem quando a pessoa está distraída. Um exemplo é sair caminhando pela rua com o telefone à vista. Pior ainda se o dono do aparelho estiver teclando, porque ele dificilmente percebe alguém chegando perto.


“Tenho um amigo que estava escrevendo uma mensagem, andando na rua e um menino veio, pegou e saiu correndo”, conta um homem.

“Meu marido foi assaltado ontem à noite. Levaram celular, aliança”, afirma uma mulher.

Casos assim têm sido frequentes na capital paulista. Na região central, segundo a polícia, 75% dos roubos e furtos são de celular, e o número é alto em toda a cidade. De janeiro a março deste ano, em média, 460 celulares foram roubados ou furtados em São Paulo por dia.


O levantamento foi feito pelo G1, o Portal de Notícias da Globo, com base em dados da Secretaria de Segurança Pública do estado.


Em uma praça no centro de São Paulo muitos celulares sem procedência comprovada são vendidos livremente. É a chamada ‘Feira do Rolo’. Os preços são muito abaixo dos praticados nas lojas, como mostram imagens feitas por uma câmera escondida.

Vendedor: Esse aqui se quiser, eu faço barato. Faço R$ 250.

Produtor: R$ 250? Mesmo?

Vendedor: R$ 250 com carregador.

Outro homem diz que prefere vender máquina fotográfica a celular. Ele conta que tem medo de ser fotografado por alguns aparelhos telefônicos e acabar sendo descoberto pela polícia. “Manda para o e-mail do dono. Identifica ele, vai na delegacia, tem foto dela no poupa-tempo, e aí? Vai lá no Detran, arrumar documento de carro no final de ano e está em cana no celular. Eu fui duas vezes, pronto”, afirma o vendedor.


Outras imagens mostram a chegada da polícia. O grupo se dispersa. Alguns são revistados e até mesmo detidos, mas logo depois a feira começa de novo.


Segundo a polícia, nem sempre é possível descobrir se os celulares vendidos são roubados porque boa parte das vítimas não faz boletim de ocorrência ou não repassa o número de registro do aparelho para facilitar a investigação.


“Esse registro, a partir de agora, a Secretaria de Segurança Pública vai editar uma resolução fazendo com que todos esses equipamentos que forem efetivamente furtados e que haja realmente uma procedência legal, isso seja constado nos boletins de ocorrência, o que vai facilitar na apuração e até mesmo na investigação, quem sabe levando à prisão dos criminosos”, ressalta o comandante de policiamento do Centro, Celso Luiz Pinheiro.


Mais de 41 mil celulares foram roubados de janeiro a março deste ano na cidade.


E na terça-feira (8), no final da noite, um professor que falava ao celular foi morto por ladrões. Ele esperava a mulher, dentro do carro, em frente a um supermercado em uma rua conhecida da cidade, a Abílio Soares, no Paraíso, perto da Avenida Paulista. 


O carro do professor Gomide de Lima Neto, de 46 anos, foi levado pelos criminosos.

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